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Restrição à mesa aumenta risco de transtorno alimentar

Pesquisa com universitários brasileiros alerta: investir em dietas muito rígidas abre as portas para a compulsão

Por Thaís Manarini
18 abr 2022, 13h34
dieta restritiva e transtorno alimentar
No estudo, desejo intenso por comida foi mais frequente em quem cortava carboidratos (Foto: Alex Silva/SAÚDE é Vital)
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Quem atua na área de transtornos alimentares costuma dizer que, na maioria das vezes, esses problemas começam com um regime radical. Pois uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) dá força a essa máxima.

Depois de aplicar um questionário online entre 853 universitários, o nutricionista Jônatas de Oliveira constatou que 25% deles tinham aderido à dieta low carb nos três meses anteriores à entrevista — o método preconiza o baixo consumo de fontes de carboidratos. “Só que o desejo intenso por comida era muito maior entre esses jovens”, relata o pesquisador.

Para ter ideia, embora a turma da low carb consumisse menos arroz e pão do que o grupo que não seguia tal padrão, a ingestão de chocolate era similar entre todos. Isso evidencia que os adeptos da dieta recorriam a mecanismos compensatórios.

+ Leia também: Carboidratos: como consumir do jeito certo

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Para Oliveira, esse desejo desenfreado é uma ponte entre a restrição e a compulsão.

O nutricionista ainda conta que, após cair em tentação, uma parcela dos seguidores da low carb usava laxantes e induzia vômitos. “São sintomas típicos de transtorno alimentar”, resume. “Fazer uma dieta assim vai além de tentar emagrecer. Tem a ver com querer fazer parte de uma sociedade que cultua determinado padrão estético”, analisa.

prevalência de transtorno alimentar entre pessoas em dieta restritiva
(Gráficos: Letícia Raposo/SAÚDE é Vital)

Orientação faz a diferença?

No estudo da USP, os simpatizantes da dieta low carb relataram que não eram acompanhados por nutricionistas ou outros profissionais de saúde. Mas, para o autor da pesquisa, essa questão nem é a mais decisiva.

“O importante é entender que esses métodos podem falhar”, avalia Jônatas. “Fora que eles reforçam crenças distorcidas em relação ao próprio corpo”, completa.

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