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Malhação para o cérebro: exercícios contra Parkinson, Alzheimer e cia.

A atividade física pode ser uma parceira e tanto no tratamento de doenças neurológicas como Parkinson, Alzheimer, epilepsia, esclerose múltipla e AVC

Por Thais Szegö
Atualizado em 21 jul 2021, 11h44 - Publicado em 16 jul 2021, 14h16
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  • Não estamos falando de exercícios para estimular a memória ou o raciocínio, não. É sobre colocar o corpo para se movimentar mesmo. Surgem cada vez mais provas de que a atividade física é uma forte aliada não só na prevenção mas também no tratamento de doenças nervosas.

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    Para ajudar quem sofre com esses e outros problemas, fomos atrás de diretrizes, pesquisas e especialistas e preparamos um guia com indicações de modalidades e cuidados específicos de acordo com a condição. Só tenha em mente que, antes de calçar o tênis e se mexer, é crucial consultar seu médico e, de preferência, ter acompanhamento profissional durante os exercícios.

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    Doença de Parkinson

    O Colégio Americano de Medicina do Esporte, uma das maiores autoridades no assunto, lançou um manual com orientações detalhadas para a realização de atividades físicas por pessoas que sofrem com essa doença neurodegenerativa progressiva, mais comum após os 60 anos.

    O Parkinson é caracterizado pela diminuição drástica na produção de dopamina, um neurotransmissor que atua na coordenação dos nossos movimentos, permitindo que os façamos de forma automática. Por essa razão, seus principais sintomas são tremores em repouso, rigidez muscular, lentidão e falta de equilíbrio.

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    Com o tempo, o mal pode alterar a cognição e o comportamento. Estudos indicam que, além dos remédios, a atividade física auxilia a controlar as manifestações da doença — pois combate a fadiga e melhora o tônus muscular —, a prevenir a deterioração cerebral e a formar novas conexões entre os neurônios.

    O que dá pra fazer

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    Indicações e frequência

    Alzheimer

    De modo sorrateiro e gradual, ele solapa funções cerebrais como a memória, comprometendo o dia a dia até que a pessoa vire dependente de outra para executar as atividades mais básicas. A ciência ainda batalha para saber todos os detalhes por trás da doença e já descobriu que o acúmulo anormal de certas proteínas leva à morte dos neurônios.

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    Também existem evidências de que o sedentarismo é fator de risco para o Alzheimer. Na contramão, além de somarem pontos à prevenção, exercícios orientados seriam coadjuvantes para minimizar o processo de perda cognitiva e auxiliar na estabilização das alterações de humor e comportamento típicas do quadro.

    Pesquisas apontam que o ideal seria o paciente praticar 150 minutos de atividade física mais vigorosa por semana, mas exercícios leves já trazem benefícios. Pensando nesse impacto sobre a doença, que carece de um tratamento 100% efetivo, a Sociedade de Alzheimer do Reino Unido atualizou suas recomendações de atividade física para casos iniciais e moderados. Veja só!

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    O que dá pra fazer

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    Indicações e frequência

    Epilepsia

    A doença provoca uma espécie de curto-circuito elétrico em certas áreas do cérebro, podendo gerar diversos tipos de crise. Uma das versões mais prevalentes, a tônico-clônica, é marcada por convulsões com contrações involuntárias e salivação excessiva.

    Mas há quadros mais sutis, com discretas mudanças no comportamento ou sensação de ausência temporária. A prática de exercícios para essas pessoas foi durante anos contraindicada por receio de acidentes e pioras.

    Contudo, estudos recentes, inclusive feitos no Brasil, demonstraram que, com os devidos cuidados e o aval médico, suar a camisa contribui para atenuar as crises. O mecanismo exato desse efeito ainda não foi totalmente descortinado, mas experimentos apontam que a malhação ajuda a regular a produção de neurotransmissores e hormônios envolvidos no problema e favorece uma comunicação adequada dentro da massa cinzenta.

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    O que dá pra fazer

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    O que é melhor evitar

    Acidente vascular cerebral

    O AVC ocorre quando o suprimento de sangue que vai ao cérebro é interrompido, deixando um grupo de neurônios sem oxigênio e nutrientes. Daí que a vítima pode ficar ou não com sequelas, que variam de acordo com a extensão e o local da lesão. Entre as mais comuns estão dificuldades de fala, déficits de memória e comprometimentos motores. Pois a atividade física é um dos pilares na reabilitação.

    E o tipo vai depender das consequências deixadas pelo AVC. Movimentar-se é fundamental inclusive para evitar um novo episódio. Os exercícios atuam no controle da pressão e da coagulação sanguínea e aprimoram a capacidade respiratória. É mais qualidade de vida pela frente.

    O que dá pra fazer

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    O que é melhor evitar

    Esclerose múltipla

    Nessa doença autoimune, o corpo se volta contra a bainha que reveste e protege as células nervosas, o que atrapalha a comunicação entre os neurônios. Esse fenômeno é acompanhado de um processo inflamatório, que pode atingir diversos pontos do sistema nervoso e, com isso, desencadear sintomas variados como dores, fraqueza e espasmos musculares, fadiga, tontura, intolerância ao calor e alterações de humor.

    Na maioria das vezes, os portadores apresentam crises seguidas por períodos de remissão. Os exercícios entram em cena para resguardar as capacidades físicas e cognitivas, devido ao seu potencial anti-inflamatório, e dar um chega pra lá no cansaço e nos sintomas depressivos.

    O que dá pra fazer

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    Cuidados a considerar

    Dor crônica

    Quando as dores persistem num período acima de três meses, geralmente associadas a situações como insônia, depressão e outros abalos na qualidade de vida, viram uma doença por si só. Estima-se que cerca de 30% da população adulta no mundo sofra de dor crônica — a maioria ligada à coluna.

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    O tratamento costuma envolver uma abordagem multidisciplinar: inclui medicamentos, reabilitação com fisioterapia, tratamento psicológico e, em certos casos, até cirurgias. As atividades físicas, claro, também têm um papel a cumprir nesse esquema.

    Uma revisão de estudos assinada por especialistas ingleses e americanos em cima de uma reunião de casos de portadores de dor crônica, fibromialgia, artrose e lesões na medula espinhal constatou que os exercícios oferecem melhoras significativas no desconforto, no bem-estar físico e emocional e na adesão ao tratamento como um todo. Antes de se matricular numa academia, porém, é prudente falar com o médico e entender as indicações e limitações caso a caso.

    O que dá pra fazer

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    O que é melhor evitar

    Depressão

    É praticamente um consenso que as atividades físicas são bem-vindas no tratamento dessa condição. E boa parte dos médicos já as prescreve após o diagnóstico. Faz sentido: colocar o corpo para se mexer promove a liberação de neurotransmissores, como a serotonina, a endorfina e a dopamina, que promovem sensação de bem-estar e aplacam as tensões e angústias.

    Algumas investigações científicas vão além e demonstram que, fora o efeito mais momentâneo nas emoções, há um estímulo no longo prazo para o crescimento de células nervosas na região do hipocampo, responsável pela memória recente e pelo humor. O hábito de se exercitar também melhora o sono, muitas vezes atingido pela depressão, e, ao ajudar o indivíduo a tirar o foco da sua vida no problema e interagir com outras pessoas, tende a alavancar o ânimo e a própria adesão ao tratamento, que abrange psicoterapia e medicamentos.

    O que dá pra fazer

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    Cuidados a considerar

    Profissionais consultados para a reportagem: Milene Ferreira, gerente médica dos Serviços de Reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein (SP); Marcelo Schmid, neurologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e da Unifesp; Fabrício Buzatto, fisiatra do Hospital Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo e membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte; Alexandre Cristante, ortopedista e chefe do Grupo de Coluna do Hospital das Clínicas de São Paulo

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