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Ajustes na dieta ajudam a controlar os triglicérides

Taxas elevadas de triglicérides favorecem problemas de saúde, como doenças cardíacas. Mexer na alimentação pode evitar transtornos

Por Dan L. Waitzberg e Renata Gonçalves, da Nutritotal*
26 out 2022, 17h55
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  • A hipertrigliceridemia, ou aumento dos triglicérides sanguíneos, é uma condição bastante frequente na população e pode aumentar o risco para doenças crônicas, como problemas cardiovasculares e acúmulo de gordura no fígado.

    Se no seu último check-up médico os exames indicaram níveis elevados dos triglicérides no sangue, saiba que a alimentação é uma grande aliada para controlá-los ou prevenir e suas complicações – e é sobre isso que vamos falar hoje.

    Mas, antes das recomendações nutricionais, você precisa entender melhor o que são essas moléculas e qual a importância delas em nosso organismo.

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    Triglicérides: uma molécula de gordura também influenciada por carboidratos

    Ao ingerirmos um alimento rico em gorduras, essas são consumidas na forma de triglicérides, uma estrutura química que combina três moléculas de ácidos graxos e uma molécula de glicerol. E, após o processo de digestão e absorção, essa também é a forma como a gordura é transportada e armazenada em nosso corpo.

    Calma, os nomes são estranhos, mas é simples de entender. Os ácidos graxos podem ser compreendidos como a menor parte de uma gordura após a sua digestão. Eles são divididos em saturados e insaturados.

    Alguns tipos de ácidos graxos saturados se associam a um maior risco de desenvolvimento de doenças. Já o consumo de insaturados, em quantidades adequadas, traz benefícios para a saúde.

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    + Leia também: Triglicérides: o que é, quais os riscos e como baixar

    Já conversamos aqui sobre os ácidos graxos ômega-3, você se lembra? Pois bem, esses são exemplos de ácidos graxos insaturados que, nos alimentos, são encontrados na forma de triglicerídeos.

    E você deve estar se perguntando: o que os carboidratos têm a ver com isso?

    Diferentemente das gorduras, armazenadas no nosso corpo em forma de triglicerídeos, os carboidratos consumidos em excesso por meio de açúcar, doces, pães, massas e cereais em geral, não podem ser armazenados.

    Depois de absorvidos na forma de glicose, seguem para o fígado e, lá, são transformados em mais triglicerídeos para serem armazenados como gorduras.

    Essa é a razão pela qual médicos e nutricionistas associam o excesso de triglicerídeos sanguíneos ao consumo excessivo de carboidratos e gorduras – e ao maior risco de diabetes mellitus e esteatose hepática não alcoólica, a famosa gordura no fígado.

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    Mas, afinal, como saber se o seu resultado deu alterado?

    Investigar a alteração de triglicerídeos séricos deve ser uma ação periódica, uma vez que o excesso circulante está relacionado também ao aumento de risco para doenças cardiovasculares.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os valores referenciais para triglicérides, conforme avaliação do risco cardiovascular estimado, para adultos acima de 20 anos são:

    • Com jejum de 12 horas, o desejável é inferior a 150 mg/dL;
    • Sem jejum, inferior a 175 mg/dL.

    Mas, como mencionado, o médico e o nutricionista farão uma avaliação complementar de outros exames laboratoriais sanguíneos para traçar a melhor conduta de tratamento. Normalmente, no check-up, estão incluídos exames como perfil lipídico completo e glicose sérica.

    Tenho hipertrigliceridemia, como deve ser o tratamento?

    Antes de mais nada, é importante reforçar que o acompanhamento deve ser feito por médico e nutricionista.

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    Se necessário, o médico pode prescrever uma medicação específica para controle dos níveis de triglicérides. No entanto, a modificação do estilo de vida será indicada em todos os casos.

    A prática de atividade física regular e mudanças favoráveis da alimentação devem ser a primeira escolha de tratamento – e sempre combinadas ao uso de medicamentos.

    O manejo da obesidade também é indicado. Segundo a Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, devemos priorizar a perda de 5-10% do peso, além de reduzir o consumo de açúcar adicionado e estimular a ingestão de fibras e de alimentos ricos em ômega-3.

    Especificamente sobre o ômega-3, a suplementação diária de 2-4g da substância derivada de peixe ou 4g de ômega-3 derivado de krill parece eficaz no controle de triglicerídeos no sangue, com reduções de 29,5% e 26% nos níveis, respectivamente.

    Seguem abaixo algumas recomendações práticas para quem tem hipertrigliceridemia:

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    • Reduzir o consumo de carboidratos simples (como bebidas açucaradas, refrigerantes, pães, bolos e afins) e evitar o açúcar adicionado

    • Dar preferência a produtos integrais e fontes de fibras (três a quatro porções de frutas, legumes e verduras, massas e pães integrais, farelo de trigo e de aveia, entre outros);

    • Utilizar gorduras de boa qualidade, como azeite de oliva, oleaginosas (nozes, castanhas, amendoim, amêndoas, etc), além de peixes e sementes, que são ricos em ômega-3;

    • Evitar as carnes processadas e curadas (salsicha, linguiça, presunto, mortadela, hambúrguer)

    • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, que podem aumentar os triglicerídeos;

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    • A suplementação com ômega-3 (2-4 g/dia) pode ser recomendada para controle de hipertrigliceridemia grave (> 500 mg/dL), como parte do tratamento, a critério médico

    Vale lembrar que equilíbrio e moderação são sempre bem-vindos, bem como a consulta com médico e nutricionista para uma orientação personalizada e sem restrições exageradas.

    *Este texto foi produzido pelo Nutritotal em uma parceria exclusiva com VEJA SAÚDE

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