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Fluoxetina: o que é, para que serve e como funciona esse antidepressivo

Esse remédio para depressão funciona já no primeiro dia? Quais são seus efeitos colaterais? Dá sono? Engorda? Conheça a fluoxetina e quando é usada

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 23 ago 2022, 16h21 - Publicado em 20 jun 2022, 15h24
para que serve fluoxetina
Diferentes farmacêuticas produzem a fluoxetina. Ela também é vendida pelos nomes comerciais de Prozac, Daforin, Fluxene e Verotina  (Foto: Christina Victoria Craft /Unsplash/Divulgação)
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O cloridrato de fluoxetina pode integrar o tratamento da depressão, relacionada ou não à ansiedade, e de outros quadros psiquiátricos, como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Recentemente, esse antidepressivo passou a ser prescrito contra transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM). Seu uso pode demorar algumas semanas para começar a fazer efeito e há possíveis reações adversas, que vão de insônia a reações alérgicas.

Diferentes farmacêuticas produzem a fluoxetina. Ela também é vendida pelos nomes comerciais de Prozac, Daforin, Fluxene e Verotina. Uma medicação antiga, sua forma genérica é encontrada por cloridrato de fluoxetina.

O que é cloridrato de fluoxetina e para que serve?

Esse antidepressivo é indicado para o tratamento da:

Trata-se de um medicamento antigo, mas que é bastante utilizadoaté os dias de hoje. É também uma das opções disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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A fluoxetina pertence à classe de inibidores seletivos da recaptação da serotonina, conhecidos pela sigla ISRS. Isso significa que ele favorece o aproveitamento pelos neurônios desse neurotransmissor, que é ligado ao bem-estar. “Com isso, o remédio ajuda a melhorar o humor e a ansiedade”, resume Marcel Fúlvio Padula Lamas, coordenador da psiquiatria do Hospital Albert Sabin (HAS).

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O expert explica que pelo menos outros sete neurotransmissores estão relacionados a quadros depressivos – não à toa, as medicações contra depressão nem sempre funcionam como gostaríamos. Outros três neurotransmissores costumam ser alvos de drogas contra essa doença.

Há antidepressivos que atuam na concentração de noradrenalina, uma substância vinculada ao foco e à memória, e que traz mais disposição. Outros agem na dopamina, uma molécula que promove o prazer.

Tudo isso para dizer que a prescrição para casos de depressão é individualizada. Nada de buscar fluoxetina por conta própria.

+ Leia também: À caça de dopamina: quando a busca pelo prazer gera sofrimento

Como tomar fluoxetina?

O psiquiatra é a pessoa ideal para receitar a dose e o tempo de tratamento. Esse medicamento pode vir em diferentes concentrações, diga-se de passagem.

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A indicação da terapia depende das condições clínicas da pessoa, e também de outras doenças relacionadas. “A depender do diagnóstico, o médico pode combinar a fluoxetina com fármacos de outras classes, como sertralina, paroxetina, citalopram, escitalopram”, lembra a farmacêutica Mayra Gabriela Bento Teixeira, coordenadora de farmácia do HAS.

A fluoxetina e outros antidepressivos não geram efeito imediato. O tempo para que o paciente sinta a diferença varia – alguns relatam melhoras em duas semanas, e outros após mais de um mês.

Para conter a depressão principalmente nesse início de terapia, às vezes os profissionais receitam benzodiazepínicos ou outros remédios.

A fluoxetina não é associada à dependência química. No entanto, sua retirada em geral é gradual, para que a pessoa não passe por uma oscilação de humor.

+Leia também: O que é tripofobia? Repulsa a buracos e lesões na pele não é doença

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Fluoxetina engorda ou emagrece?

O ganho de peso até pode ocorrer em casos específicos, como com qualquer antidepressivo. Mas, na verdade, esse remédio está associado a um emagrecimento modesto, uma vez que pode interferir no apetite.

Há inclusive profissionais que indicam a fluoxetina para a perda de peso, embora a prática esteja se tornando menos comum, diante do aumento de opções para tratar a obesidade.

Nesse contexto, o remédio é usado quando o ganho de peso têm uma relação direta com a ansiedade. “Ainda assim o efeito é de curto prazo e precisa estar relacionado a uma dieta adequada e atividades físicas”, pondera Lamas.

“A fluoxetina também tem indicação para transtornos compulsivos alimentares, como a bulimia”, completa Mayra. No quadro de bulimina, o indivíduo tem o impulso de comer demais e, depois, vomitar.

Quais são as principais reações ou efeitos colaterais?

Quando dão as caras, os efeitos colaterais mais comuns surgem já no início do tratamento. “Algumas pessoas ficam um pouco mais deprimidas no princípio, mas isso depende da sensibilidade de cada um”, explica Marcel.

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A bula aponta com mais destaque erupções na pele, retenção de líquidos, coceira e algumas reações alérgicas. Convulsões também foram relatadas. O sangramento é uma possibilidade menos frequente.

Há estudos que apontam uma queda no sistema imune ao consumir esse medicamento, o que favoreceria infecções, faringites e sinusites. Mas não há nada conclusivo sobre o tema e essa possível reação também não seria comum.

A fluoxetina pode ser utilizada por gestantes?

Conforme descreve a bula, dados de uso por um grande número de mulheres grávidas não indicaram o aparecimento de complicações para a mãe ou o feto. “Entretanto, o uso durante a gestação deve ocorrer apenas com prescrição”, reforça Mayra.

+ Leia também: Ciprofloxacino: o que é, para que serve e os efeitos adversos

“Sabe-se que a fluoxetina é segura para essa fase da vida, quando comparada a outros remédios semelhantes. Mas precisamos avaliar se é realmente usá-la nesse período”, diz Lamas.

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Quais são os riscos envolvendo a superdosagem?

Exagerar na dose aumenta o risco de os efeitos colaterais já mais mencionados darem as caras, e se tornarem mais intensos. A intoxicação também é uma possibilidade.

“O indivíduo pode manifestar desconfortos como diarreia ou desenvolver uma síndrome serotoninérgica, que é grave. É rara, mas pode causar muito sofrimento e levar à morte”, alerta Lamas.

Fluoxetina dá sono?

Muito pelo contrário. Tratamentos com antidepressivos aumentam de quatro a seis vezes o risco de insônia, segundo Lamas.

“Por outro lado, se o indivíduo tem insônia, o risco de desenvolver um quadro depressivo também cresce”, afirma o médico. Mais um motivo para ter cautela na hora da prescrição.

Quando o paciente tem dificuldade de adormecer, é preciso investigar se o efeito vem do remédio, da depressão ou por qualquer outro motivo. Até porque mudar o horário de ingerir a fluoxetina ajuda a minimizar o problema.

Cuidados

“A interação medicamentosa é algo importante de se observar”, afirma Lamas. Há vários remédios para ficar de olho, mas segue um exemplo: como a fluoxetina pode promover sangramentos, não é aconselhável consumi-la junto a anticoagulantes ou produtos medicinais que afetam a função plaquetária.

A bula também recomenda cuidado a quem tem histórico de convulsões. Também merecem atenção os indivíduos com pressão intraocular elevada, ou que já apresentam o glaucoma propriamente.

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