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Isotônico: o que é, para que serve e quando é indicado tomar

Bebida esportiva é bom suplemento para quem precisa dela, mas nem todo praticante de atividade física se beneficia

Por Ingrid Luisa
25 nov 2024, 11h00
mulheres trocando uma bebida isotônica
Nem todo mundo que faz exercício precisa consumir isotônico (Veja saúde/SAÚDE é Vital)
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Bebidas esportivas ditas funcionais, como shakes proteicos, energéticos ou géis de carboidrato estão super na moda. E uma queridinha que nunca perde espaço é o isotônico, muito conhecido por marcas Gatorade, Powerade e Jungle. Mas você sabe exatamente para que ele serve e se você realmente precisa?

Na verdade, os isotônicos mexem com o funcionamento básico do organismo, por isso é importante ter cautela antes de sair tomando todo dia sem necessidade. Entenda tudo nesta reportagem.

+Leia Também: Hidratação em dias quentes: por que é importante ir além da água pura?

O que é isotônico?

É uma bebida que tem uma concentração de eletrólitos semelhante ao dos fluidos corporais, por isso contém água, sais minerais e até um pouco de carboidratos (glicose).

Sódio, potássio, magnésio e cloretos são alguns dos íons que essas bebidas geralmente contém.

Para que serve?

Para repor eletrólitos perdidos em situações extenuantes, como um exercício vigoroso no calor.

“A reposição é importante em treinos intensos e longos, com mais de uma hora de duração, para quem transpira muito ou num dia em que está muito quente”, explica Carla Tavares, médica e coordenadora da medicina do esporte e exercício da rede Mater Dei de saúde.

De acordo com a revisão das pesquisas mais recentes sobre o tema, o isotônico é um suplemento esportivo com nível A de evidência, ou seja, bons estudos comprovam sua eficácia quando bem indicado.

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Os isotônicos também são uma boa pedida em casos de crises de diarréia, uma situação com alta perda de líquidos e riscos de desidratação.

Mas, nesses casos, você não é obrigado a tomar Gatorade: já existem no mercado soluções eletrolíticas vendidas em farmácia especificamente para essa doença. Pedialyte e Hidralyte são os mais conhecidos.

+Leia Também: A ciência da hidratação

Isotônico em pó ou líquido: qual o melhor?

Na verdade, não faz diferença. As versões líquidas são mais comuns, pois já vem prontas para consumo, mas você pode comprar o pó, diluir em água e preparar seu próprio isotônico em casa. O efeito é o mesmo.

Por que repor eletrólitos é importante?

Os sais minerais, de forma geral, possuem diversas funções estruturais (composição dos ossos, como o cálcio) e metabólicas (auxiliar nas trocas gasosas, caso do ferro) no organismo.

Mas os fornecidos pelos isotônicos são essenciais porque qualquer ação do corpo, como andar, pensar, escrever ou trabalhar, depende de sinais elétricos transmitidos pelo cérebro por meio da mudança de concentração desses eletrólitos.

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Os impulsos nervosos transmitidos pelos neurônios nada mais são que sinais elétricos que se propagam através de alterações temporárias na permeabilidade da membrana, provocadas por mudanças na distribuição de íons de sódio, potássio, etc.

Ou seja: manter as concentrações corretas é essencial para o funcionamento de todo o corpo humano. Qualquer alteração (perda excessiva de água, aumento ou redução desses íons) pode comprometer seriamente o metabolismo.

Não dá pra arriscar desregular os eletrólitos.

+Leia Também: O exercício físico mexe profundamente no metabolismo

Quando é indicado tomar isotônicos?

É importante deixar claro: uma dieta balanceada (rica em frutas, legumes e verduras) garante o fornecimento dos eletrólitos essenciais para o organismo. E nem toda pessoa que treina precisa de isotônicos.

Como mencionamos acima, ele é indicado para quem praticará esportes intenso, no calor, suando bastante, perdendo muito líquido. Nesse caso, faz sentido repor de forma imediata.

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Mesmo assim, a real necessidade ainda pode variar de pessoa pra pessoa: “Há quem transpire muito, perca muita água, mas não perca tanto sódio. E tem gente que perde água e sódio. Hoje a gente, inclusive, tem como fazer testes para poder ver a quantidade de sódio que está perdendo no suor”, explica a médica.

“Para atletas de alto rendimento, este tipo de análise pode ser interessante para criar um plano individualizado, visando a manutenção da performance”, completa.

Excesso de isotônico faz mal?

Nada exagerado faz bem, e isotônico entra nessa regra.

“Se você não vai fazer um exercício em que vai perder eletrólitos e mesmo assim consome bebida isotônica, há a chance de aumentar esses eletrólitos no organismo. Isso pode gerar hipernatremia, que é um excesso de sódio no sangue”, aponta Carla.

A condição leva ao aumento da pressão arterial. “Então existem, sim, riscos ao consumir isotônicos de forma inadequada”, explica a médica.

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Outro ponto levantado pela especialista é relativo a qual isotônico usar, já que algumas possuem excesso de corantes e aromatizantes e outros aditivos podem acabar sendo ruins para a saúde.

“Então, é importante planejar a reidratação de forma correta, incluindo os isotônicos certos, nos momentos estratégicos e, de preferência, fazendo esse plano junto com o seu médico do esporte e nutricionista esportivo”, recomenda a especialista.

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