Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

O que a contagem de calorias pode esconder

Médica explica por que focar nas calorias e se esquecer dos nutrientes é uma das maiores roubadas para quem quer emagrecer

Por Marcella Garcez, nutróloga*
30 jun 2022, 10h11
foto de pacote de batata frita
Batata frita ou prato de salada? Valor calórico pode ser o mesmo, mas o valor nutricional, não.  (Foto: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

Emagrecer é matemática pura: você precisa comer menos do que gasta em termos de energia. Mas emagrecer com saúde é algo mais complexo, e não se restringe a contar calorias. Quando não olhamos para a composição de nutrientes no cardápio, nosso equilíbrio metabólico pode ir pelos ares.

O emagrecimento requer que, pelo menos por um tempo, entremos no que se chama déficit calórico. Para saber quanto o corpo gasta de energia, existe um cálculo que leva em consideração peso, idade e altura e determina a taxa metabólica basal, isto é, quanto o organismo consome de energia em repouso. Hoje há aplicativos de celular que fazem a conta pela gente.

Até aí, nenhuma novidade, basta contar as calorias das refeições. Mas você pode estar em déficit calórico montando um prato de 300 calorias com salada e uma fonte magra de proteína ou devorando um algodão doce, com as mesmas 300 calorias. O número é o mesmo, mas o efeito metabólico, não.

+ LEIA TAMBÉM: As dietas regionais que estão na moda. Vale apostar?

O algodão doce é um exemplo de alimento com calorias vazias, ou seja, tem bastante caloria e praticamente nada de nutrientes. A exemplo de biscoitos, salgadinhos e outros alimentos ultraprocessados e ricos em carboidratos simples, ele faz o corpo encarar um pico de insulina (hormônio que leva à glicose para as células), num processo que, com o tempo, estimula o acúmulo de gordura e o aumento de apetite.

Isso significa que, ao focar nas calorias e esquecer a composição nutricional, corre-se o risco de perder peso no início, mas engordar depois. E ainda ficar sujeito a doenças como o diabetes.

Continua após a publicidade

+ LEIA TAMBÉM: O que está mudando no tratamento do diabetes

Cada porção de alimentos tem uma distribuição específica de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), expressos em gramas. Mas há pegadinhas no meio. Uma pesquisa recente, financiada pela indústria da batata, aponta que não há diferença significativa entre comer uma porção de 300 calorias de batata frita e outra de 300 calorias de amêndoas todos os dias em termos de ganho de peso.

Ok, mas o estudo não considera o valor nutricional de cada alimento. A amêndoa in natura é fonte de gorduras saudáveis e proteínas. A batata frita é rica em carboidratos simples, tem alto índice glicêmico e teor elevado de gordura saturada, cujo excesso aumenta o risco cardiovascular.

Fora isso, a amêndoa agrega fibras e micronutrientes, caso de vitaminas do complexo B, vitamina E e cálcio. A batata frita passa longe disso, e as versões industrializadas ainda vêm com conservantes e outros aditivos.

Continua após a publicidade

No longo prazo, quem exagera na batata frita, ou em preparos similares, corre maior risco de ficar com os níveis de colesterol e açúcar no sangue desequilibrados e uma pior saúde metabólica. Trocar uma porção de 300 calorias por outra não interfere na perda de peso em si. Porém, a decisão cobra um preço ao estado de saúde.

No final das contas, as calorias importam, sim, mas nunca sozinhas. Nosso corpo precisa ser nutrido, algo que algodão doce, batata frita e outros alimentos ultraprocessados não farão por nós. Eles não estão proibidos, mas devem ser consumidos com moderação.

O ideal é sempre priorizar alimentos in natura e com maior valor nutricional, que nos entregam um pacote mais balanceado de nutrientes, protegem nosso organismo e inclusive ajudam a manter um peso adequado lá na frente.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:

* Marcella Garcez é médica nutróloga, diretora e docente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e pesquisadora do Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.