E os remédios da Covid?
Combate ao coronavírus evoluiu, mas brasileiros praticamente não têm acesso aos medicamentos aprovados
Em dois anos de pandemia, habemus tratamento para a Covid-19. A versão grave é enfrentada com sucesso desde 2020 com anti-inflamatórios e suporte de oxigênio, que devem ser oferecidos na hora certa aos internados.
Felizmente, depois das vacinas, ficou bem mais raro que isso aconteça. Mas, como não dá pra dizer que a proteção é 100% e ainda tem gente fugindo das doses, continua necessário buscar medicamentos capazes de impedir a evolução da infecção para um quadro severo.
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A partir do final de 2021, dois antivirais específicos com essa proposta chegaram ao mercado global: o molnupiravir, da MSD, e o Paxlovid, da Pfizer. Nos estudos, eles demonstraram reduzir o risco de progressão da doença em 65 e 89%, respectivamente.
Ambos são indicados a pessoas com maior propensão a casos graves, como indivíduos com comorbidades e aqueles com o sistema imune mais comprometido — o Paxlovid acaba de ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pode em breve chegar ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Os anticorpos monoclonais, já liberados pela entidade para esse fim, não foram incorporados à rede pública.
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Medicamentos reposicionados, como os anti-inflamatórios, são usados mais facilmente no Brasil. Mas os médicos, mesmo de instituições privadas, praticamente ainda não viram os anticorpos monoclonais já liberados, muito menos os novos antivirais.
“Temos, enfim, um tratamento precoce, que está salvando vidas em outros países, mas ainda não acessível aos brasileiros”, sintetiza a pneumologista Letícia Kawano-Dourado, que participa das diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre medicamentos para Covid-19.
No caso dos anticorpos, é provável que nem cheguem a ver, uma vez que vários estão caindo em desuso por não funcionarem contra a variante Ômicron.
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