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Azitromicina: o que é, para que serve, como tomar e cuidados

Esse antibiótico trata diferentes bactérias, mas não funciona contra a Covid. Conheça a azitromicina, dos benefícios às reações adversas

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 8 ago 2022, 17h56 - Publicado em 27 Maio 2022, 12h16

A azitromicina é um antibiótico que serve para o tratamento e prevenção de infecções causadas por um grupo específico de bactérias. A forma de uso depende muito da doença a ser tratada e do perfil do paciente, e demanda prescrição do médico. O remédio foi testado no combate a sintomas e casos graves de Covid-19, mas não se mostrou eficaz.

Diferentes farmacêuticas produzem a azitromicina. Ela pode ser encontrada como Zitromax ou Azi, entre outros nomes comerciais. Ou mesmo como azitromicina, na forma genérica. Saiba mais.

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O que é e para que serve?

Trata-se de um antibiótico utilizado contra infecções causadas por alguns tipos de bactérias, principalmente as respiratórias e as sexualmente transmissíveis (ISTs).

“O medicamento se liga à estrutura das bactérias e interfere na produção de proteínas essenciais à vida desses micro-organismos”, explica a farmacêutica Carolina Xaubet, do Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos do Conselho Federal de Farmácia (Cebrim/CFF).

De acordo com a bula, o medicamento é eficaz no tratamento de infecções respiratórias no trato inferior (pulmões), como bronquite e pneumonia, e no superior (nariz e garganta), como sinusite, faringite e otite.

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Combate também a febre reumática, que surge quando a bactéria streptococcus pyogenes ataca a garganta e, em algumas pessoas, leva a uma reação exagerada do sistema imune. A azitromicina age ainda contra certas ISTs, como clamídia, cancro mole e gonorreia.

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Posologia da azitromicina: como usar?

É fundamental seguir a receita médica. Em geral, a azitromicina é administrada em dose única diária, com o tempo de tratamento direcionado pelo profissional de acordo com cada diagnóstico. A maioria das indicações, no entanto, se restringe a alguns dias.

Em relação aos comprimidos, eles estão à venda em farmácias apenas com apresentação de receita de médico ou dentista, em duas vias. As doses injetáveis são ministradas em ambiente hospitalar. A maior diferença entre essas formas de uso é o tempo de efeito do remédio.

Enquanto a versão injetável começa a agir em até duas horas depois da picada, o comprimido leva até três horas para ser absorvido pelo organismo.

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“É o médico quem determina qual a dose, a duração do tratamento e a via de administração mais adequadas para cada caso”, reforça Carolina.

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Reações adversas

A lista relatada na bula oficial do medicamento é extensa. Porém, os efeitos colaterais mais comuns são os transtornos gastrointestinais, como enjoo, vômito, diarreia, dor de estômago e cólica. Entretanto, essas encrencas costumam desaparecer com o tempo, sem repercussões preocupantes.

“Pode haver ainda deficiência auditiva, zumbido, tontura, reação alérgica (coceira e bolhas na pele) e inflamação da vagina”, relata a farmacêutica do CFF.

“Com a administração de azitromicina pela via intravenosa, podem ocorrer inflamação ou dor no local da aplicação, além de efeitos tóxicos ao coração”, alerta Carolina.

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E cuidado com a interação medicamentosa! Dependendo de outros remédios utilizados, a eficácia cai e reações adversas dão as caras. Informe o médico sobre eventuais tratamentos que esteja fazendo.

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Cuidados ao usar azitromicina e riscos da automedicação

“A automedicação é um tiro no escuro. A pessoa pode errar o alvo e ainda retardar a identificação e resolução do problema”, lembra Carolina, do CFF. Sem contar as despesas com remédios errados.

A necessidade de prescrição médica reduz a possibilidade de consumir a azitromicina de forma inadequada, mas isso pode ocorrer. Se for o caso, há risco de intoxicação severa devido à dose errada ou interação com outros medicamentos e até alimentos. Além disso, há probabilidade de sobrecarga no fígado, o que pode terminar em consequências sérias.

Do ponto de vista de saúde pública, o uso indiscriminado de antibióticos contribui para a resistência bacteriana. Isso culmina no surgimento de superbactérias, que não respondem aos medicamentos convencionais. Essa é uma preocupação global.

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Uso em crianças

O remédio só deve ser ministrado em crianças com mais de 45  quilos. A dose muda conforme, o tamanho da criança e a necessidade médica.

De novo: converse com o médico.

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Idosos e grupos de risco

Pacientes mais velhos exigem uma dose adicional de cautela, pois tendem a tomar outros medicamentos que não raro interagem mal ou anulam o efeito da azitromicina.

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Essa interação com outros remédios ou até alimentos tem potencial para deflagrar inclusive danos cardíacos. Daí porque a azitromicina deve ser ministrada com cautela em indivíduos com arritmia cardíaca ou insuficiência cardíaca clinicamente relevante.

Por conter açúcar, a medicação também pode ser danosa a quem possui diabetes, dependendo do paciente, da dose e do tempo de uso.

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Gravidez e amamentação

Como não há estudos suficientes da medicação com mulheres grávidas, a indicação é que a azitromicina só seja utilizada por gestantes se houver extrema necessidade. O uso durante a amamentação deve ser avaliado pelo médico.

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Por que a azitomicina tentou ser utilizada no tratamento da Covid e falhou?

Há duas situações diferentes. A primeira: com início da pandemia do coronavírus, muitos profissionais começaram a testar diferentes fármacos na tentativa de conter a Covid-19. Como a azitromicina exerce um anti-inflamatório, imaginou-se que ela poderia ser benéfica no combate aos sintomas da doença.

Aí surgiu um estudo francês afirmando que o uso combinado da hidroxicloroquina com a azitromicina trazia efeitos excelentes contra a Covid-19. No entanto, uma análise mais cautelosa mostrou erros graves e possibilidade de fraude no trabalho. O problema é que, aí, o uso da medicação já havia sido politizado.

Pesquisas subsequentes comprovaram que a azitromicina não funciona no combate direto ao Sars-CoV-2, seja em fases mais precoces ou avançadas da doença. Aliás, um amplo estudo brasileiro publicado há dois anos se juntou aos outros trabalhos que revelam a ineficácia em pacientes com Covid-19.

A própria Organização Mundial de Saúde (OMS), que havia desenvolvido um protocolo de pesquisa com a droga, desistiu do medicamento por causa dos resultados fracos.

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O Instituto Nacional de Excelência Clínica (Nice), do Reino Unido, publicou uma diretriz para o tratamento da Covid-19 em 6 em maio de 2022, na qual afirma que a azitromicina não deve ser utilizada para o tratamento de pessoas com a doença. Sociedades médicas do Brasil e de fora tomaram decicões parecidas.

“As evidências científicas apontam que a azitromicina não reduz o risco de hospitalização ou morte em pessoas com Covid”, corrobora Carolina.

Mas há um segundo ponto: antibióticos em geral – e a azitromicina entre eles – às vezes são receitados em casos de Covid-19 para evitar infecções bacterianas oportunistas, que se aproveitam do estado fragilizado do paciente para provocarem estragos. Essa é uma prática relativamente comum em diferentes doenças infecciosas, e com diferentes antibióticos.

Ou seja, a azitromicina não tem nada de especial contra a Covid-19.

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