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O que é clamídia, a doença que virou assunto em Sex Education

Na segunda temporada da série da Netflix, uma escola vive surto de clamídia. Conheça a causa, os sintomas, o tratamento e como prevenir essa IST

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 17 fev 2020, 17h44 - Publicado em 29 jan 2020, 16h38

Apesar de não ser uma personagem da série Sex Education, produzida pela Netflix, a clamídia é um dos destaques na segunda temporada. Nos novos episódios, a escola Moordale Secondary vive um surto da doença, o que leva a diretoria a investir em educação sexual. Essa medida faz sentido, já que se trata da infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum no mundo, com sintomas desagradáveis.

O infectologista Claudilson Bastos, professor da Universidade do Estado da Bahia e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que a clamídia é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Como outras doenças transmissíveis na hora H, ela invade o organismo tanto pela penetração vaginal ou anal como pelo sexo oral.

Ela é transmitida durante o contato sexual (tanto pela penetração vaginal ou anal como pelo sexo oral). Além disso, grávidas infectadas a passam para o bebê no momento do parto.

“A prevalência é maior em adultos jovens. E é mais incidente no sexo feminino e na população negra”, relata o infectologista.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2016 foram detectados 127 milhões de novos casos na população de 15 a 49 anos. No Brasil, não existem dados epidemiológicos confiáveis sobre essa IST.

Sintomas de clamídia e diagnóstico

A enfermidade acomete principalmente os órgãos genitais e a região anal. Na lista de sintomas, há corrimento e dor ou ardor ao urinar. As mulheres ainda sofrem com sangramentos espontâneos e desconforto nas relações sexuais. Nos homens, o incômodo surge principalmente nos testículos.

Bastos conta também que, no sexo feminino, a C. trachomatis atinge o colo do útero e leva à doença inflamatória pélvica. Na ala masculina, os testículos e a próstata podem inflamar e inchar.

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Se a transmissão ocorre via sexo oral, a faringe às vezes vai apresentar irritação, dores e pus. Em situações menos comuns, a clamídia chega a inflamar as articulações, desencadeando uma artrite.

Já os recém-nascidos contagiados pela mãe correm o risco de desenvolver conjuntivite e pneumonia.

O período de incubação da bactéria — tempo do contágio até o surgimento dos sinais — dura de cinco a 14 dias. No entanto, em cerca de 70% das vezes, eles não aparecem.

O diagnóstico é simples e está disponível no Sistema único de Saúde. Ele é feito com um exame de cultura bacteriana ou imunofluorescência direta. Para isso, os profissionais precisam coletar urina ou parte do tecido afetado do paciente.

Tratamento, complicações e prevenção

A boa notícia é que a clamídia tem cura. Com o resultado dos exames em mãos, o médico receita antibióticos orais ou intravenosos, como azitromicina, eritromicina, tetraciclina, doxiciclina e sulfadiazina — todos disponíveis na rede pública. O período de uso depende de como a IST responde aos remédios.

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“Só que gestante não deve usar alguns deles por causa do risco de problemas no feto”, lembra Bastos. Nelas, a estratégia para debelar a infecção varia de caso a caso. Ah, e os parceiros dos portadores também precisam ser medicados para evitar a reinfecção.

A falta de diagnóstico e tratamento leva à infertilidade. Nas gestantes, há maior possibilidade de aborto espontâneo. “Gravidez ectópica, parto prematuro e baixo peso ao nascer são outras complicações”, complementa o especialista.

O fato de a doença ser assintomática em muitos casos aumenta ainda mais a importância de evitá-la. Ora, a bactéria pode desencadear estragos em silêncio ou mesmo ser transmitida sem que as pessoas percebam — o que dificulta seu controle.

“Não existe vacina. Para prevenir, é necessário realizar o pré-natal de forma correta e praticar sexo seguro”, conclui Bastos. Como em outras ISTs, a camisinha tem um papel primordial aqui.

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