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Termogênicos: suplementos trazem riscos à saúde e poucos benefícios

Produtos que prometem redução de peso por acelerar queima de calorias escondem perigos, como substâncias ocultas que podem ser fatais

Por Valentina Bressan
29 dez 2024, 08h00
termogenicos
Com a promessa de queimar calorias, substâncias vendidas como suplementos termogênicos podem causar desidratação, hipertermia e até serem fatais (Freepik/Freepik)
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Além da vontade de aumentar o rendimento nos treinos, o desejo de perder peso é uma das razões que mais motiva as pessoas a incluir suplementos na rotina.

Os termogênicos são o tipo de suplemento mais procurado com esse objetivo: os produtos prometem ajudar o organismo a queimar mais calorias e, assim, perder gordura.

Mas quando se trata de perda de peso, qualquer promessa milagrosa costuma ser sinal de perigo – e não é diferente com os termogênicos. Há uma quantidade muito pequena de evidências científicas de eficácia, que, quando existe, é mínima. 

Por outro lado, os riscos são bem descritos pela ciência, e podem ir desde um aumento na pressão arterial até a morte

O que são os termogênicos?

Conforme o nome indica, os termogênicos atuam no organismo elevando a temperatura corporal. A ideia é acelerar reações metabólicas naturais do corpo, ao estimular a liberação de adrenalina, provocando um gasto maior de calorias. 

As pesquisas investigam a capacidade dos termogênicos de elevar a taxa metabólica basal: a quantidade de energia que o corpo gasta para desempenhar atividades essenciais, como respirar e fazer digestão. 

Por ora, os resultados não são lá muito promissores: embora alguns termogênicos possam causar aumento das calorias gastas pelo corpo, o efeito dura pouco tempo. No fim das contas, o consumo não costuma fazer diferença na balança. A receita ideal para perda de peso segue sendo a clássica combinação entre dieta adequada e prática regular de exercícios físicos, com orientação profissional.

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+Leia também: Por que você não deveria usar suplementos para emagrecer

Qual a diferença entre suplemento e alimento termogênico?

A maioria dos suplementos termogênicos traz cafeína em sua composição, mas não para por aí: os produtos costumam ser uma mistura de várias substâncias, vendidas na forma de cápsulas ou em pó. Um dos riscos dos suplementos são os ingredientes ocultos, que vão de hormônios até anfetaminas.

Embora várias dessas substâncias sejam proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sua comercialização ilegal na internet oferece um perigo para quem não conhece os riscos dos termogênicos. 

Algumas das substâncias temorgênicas são bioativas, presentes em alimentos e bebidas naturais. A cafeína, por exemplo, é um dos compostos que de fato promove reações termogênicas – embora em uma escala também pequena. Além do café, o chá-verde e o guaraná contém cafeína. 

Outros alimentos considerados termogênicos são:

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Mesmo que sejam mais seguros do que os suplementos industrializados, os alimentos termogênicos também são pouco eficazes. E até o chá verde e a cafeína podem ser tóxicos, a depender da dose.

O alerta que fica é: nenhum alimento vai causar emagrecimento por si só. Alimentos e bebidas termogênicas podem integrar uma dieta equilibrada, mas não são milagrosos.

Sinais de alerta

De maneira categórica, especialistas em nutrição alertam para desconfiar de qualquer produto que prometa emagrecimento – é muito provável que seja uma cilada. 

Um dos riscos dos suplementos termogênicos são as substâncias escondidas na fórmula: o dinitrofenol é uma delas. O composto impede que a energia consumida pelo corpo seja armazenada como gordura, e a libera como forma de calor. 

Mas nesse processo, o dinitrofenol causa hipertermia – ou seja, um superaquecimento do organismo que pode levar à morte. No Reino Unido, cinco casos de consumo da substância foram fatais em 2018. As pessoas “cozinharam” de dentro para fora.

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Além do dinitrofenol, a efedra, erva vendida como opção termogênica natural, foi proibida pela Anvisa por provocar efeitos colaterais sérios no sistema circulatório. A efedrina, subproduto da planta, é muito semelhante a anfetaminas – pode causar dependência, problemas cardiovasculares, renais e endócrinos. 

O uso dos termogênicos pode aumentar a pressão arterial e causar uma variedade de problemas cardiovasculares. A efedrina e o dinitrofenol, por exemplo, ainda podem levar a outros impactos, como catarata e glaucoma. As misturas vendidas como suplementos podem conter hormônios, que alteram saúde cardiovascular e endócrina.

Algumas das complicações possíveis relacionadas ao consumo de suplementos termogênicos são:

  • Distúrbios no sono;
  • Irritabilidade;
  • Diarreia;
  • Arritmia e taquicardia;
  • Tontura e tremores;
  • Gastrite;
  • Infarto;
  • AVC.

Vale ficar atento a outros sintomas, que podem indicar presença de dinitrofenol no suplemento: 

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  • Suor excessivo;
  • Desidratação;
  • Taquicardia;
  • Aumento da pressão arterial;
  • Náusea.

+Leia também: Calor excessivo: saiba os sinais de estresse térmico, quadro que pode ser fatal

Há benefícios nos termogênicos?

Há pouca evidência de eficácia para os termogênicos. Os estudos mostram que as substâncias termogênicas podem aumentar apenas cerca de 5% do gasto calórico diário. 

A cafeína é considerada um bom suplemento para os treinos, mas não devido à sua capacidade termogênica. Servindo como estimulante, a cafeína pode ajudar a aumentar a força muscular e intensificar o foco e a atenção. É recomendado tomar a cafeína em cápsulas, para acertar na dose e não exagerar. 

Quem pode consumir?

Quem tem condições de saúde cardiovasculares, como hipertensão, deve passar longe dos termogênicos. Gestantes e lactantes também não devem consumir esse tipo de suplemento. 

Os termogênicos podem agravar problemas gastrointestinais, como gastrite ou refluxo, e são contraindicados para quem tem doenças do fígado ou dos rins, bem como transtornos na tireoide.

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A cafeína isolada pode ter efeitos prejudiciais para quem vive com transtornos de ansiedade: além de intensificar a ansiedade, o excesso pode causar taquicardia, tremores e insônia. 

 

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