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Como acabar com a gordura no fígado?

Também conhecida como esteatose hepática, a condição requer atenção especial sobretudo à dieta e ao exercício físico

Por Giovana Feix
Atualizado em 7 jan 2019, 11h29 - Publicado em 6 dez 2017, 16h05
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  • Complicados, os termos “esteatose hepática” e “doença hepática gordurosa não alcoólica” podem até confundir quem os lê. Mas fique tranquilo: eles denominam um só distúrbio, mais fácil de entender quando chamado simplesmente de gordura no fígado. Estamos falando da disfunção hepática mais comum no mundo inteiro!

    Não à toa, ela despertou a atenção da leitora Izabel Maria, que quis saber como se prevenir e tratar o problema no dia a dia. Então vamos agora conhecer mais a fundo esse mal.

    O que é, o que é

    Atualmente, as estimativas são de que 30% da população sofra com esteatose hepática. Em resumo, a gordura vai se alojando no fígado com os anos, sobrecarregando-o de pouco em pouco. Mais pra frente, falaremos de hábitos que promovem essa invasão gordurosa.

    Embora leve anos até ser descoberto, por não apresentar sintomas claros, o distúrbio acarreta complicações bem graves – como cirrose e até câncer, conforme explica Edison Parise, hepatologista na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente do Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig).

    O médico lista, entre as principais causas da esteatose hepática, a síndrome metabólica, um conjunto de problemas que envolve obesidade, pressão alta e níveis elevados de glicose, colesterol e triglicérides. Também podem ter culpa no cartório complicações na tireoide, sedentarismo e exposição excessiva a agentes químicos, como pesticidas ou certos medicamentos.

    Após o diagnóstico médico de um daqueles nomes complicados, a principal recomendação costuma abranger mudanças no estilo de vida. Isso inclui a adoção daqueles hábitos que, na verdade, todo mundo já prega como saudáveis (fazer exercício, comer com moderação, maneirar no álcool). Mas eles nem sempre são fáceis de incorporar na rotina, o que inclusive ajuda a justifica a “epidemia” de gordura no fígado.

    Ainda assim, há algumas sacadas que merecem sua atenção se o objetivo é emagrecer esse órgão. SAÚDE destaca as principais abaixo:

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    Dieta: modo de fazer

    Quando o assunto é a relação entre a alimentação e a saúde do fígado, os profissionais cobram muita cautela com o álcool. “Entre quem apresenta esteatose, o consumo deve ser restringido, porque pode agravar as lesões hepáticas”, explica Juliana Vieira Meireles, nutricionista clínica do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

    Para quem ainda não tem a condição, no entanto, alguns estudos têm apontado que a ingestão moderada de vinho, por exemplo, pode favorecer a saúde do órgão. De acordo com Juliana, esse tipo de vantagem só se demonstra verdadeiro nos indivíduos ativos com uma dieta equilibrada e sem histórico da doença na família. E cabe reforçar: os goles devem vir em quantidades moderadas!

    Segundo Juliana, estudos têm demonstrado que, quando associado ao consumo de fibras, o de probióticos (como é o caso de iogurte, queijos e leite fermentado) está relacionado a melhoras no metabolismo das gorduras. A nutricionista explica ainda que esse tipo de alimento ajuda na eliminação do colesterol pelas fezes – uma ótima notícia para quem tem esteatose. “Controlar principalmente a presença do LDL, o colesterol ‘ruim’, diminui a quantidade de gorduras que chegam ao fígado”, comenta a especialista.

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    Existem diferentes tipos desse nutriente, e é essencial distingui-los para compreender quais devem fazer parte da dieta de quem está com o fígado cheio de banha – e quais não devem.

    As gorduras saturadas, presentes em produtos de origem animal como manteigas e carnes ou queijos gordos, estão ligados ao aumento do LDL, considerado o colesterol “ruim”.

    Já as  insaturadas, vindas em sua maioria dos vegetais, diminuem o LDL e aprimoram o perfil de colesterol do organismo. Com moderação, elas fazem bem para o organismo como um todo.

    Por último, as gorduras trans: modificadas industrialmente, elas catapultam o nível de LDL e fazem o mesmo com os triglicérides, além de reduzir o colesterol considerado bom, o HDL. São ainda mais prejudiciais à saúde do que as saturadas – tanto que estão sendo abolidas dos produtos. Hoje, restringem-se mais a sorvetes e bolachas.

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    Juliana explica que, mais que evitar as saturadas e as trans, é importante controlar a ingestão excessiva de gorduras como um todo, inclusive das insaturadas.

    Dizem por aí que quem sofre com a gordura no fígado deve evitar os carboidratos por completo. Mas não se desespere: o cardápio não precisa ser tão restritivo assim. “A estratégia de boas escolhas de fontes de carboidrato parece ser fundamental”, explica Juliana. Sim, como com as gorduras, maneirar e optar pelas fontes mais saudáveis é bem importante.

    Os carboidratos simples, como os encontrados no açúcar de mesa e em cereais refinados, são absorvidos com mais velocidade, o que joga a glicemia lá para o alto. Além disso, eles se convertem em gordura no fígado com maior facilidade. Portanto, não exagere.

    Já os complexos, presentes em alimentos integrais e os tubérculos, acessam a circulação e o fígado de maneira mais vagarosa. Isso minimiza o risco de sobrecargas.

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    Um recado final antes de deixarmos a alimentação de lado: essas particularidades mostram como é bom visitar um nutricionista, em especial se o fígado já está repleto de banha. “Os carboidratos devem ser adequados em quantidade e em tipo ao gasto energético de cada paciente”, exemplifica Juliana.

    Para além do prato

    “Quando você vai propor uma mudança de estilo de vida, modificações na dieta e o incentivo à atividade física são os principais fatores. Cerca de 70% dos pacientes são inativos ou têm um índice baixo de exercício no dia a dia”, explica o médico Edison Parise. “A atividade física, seja aeróbica ou de resistência, aumenta a capacidade de perder gordura”, completa.

    Apesar de não engordar o fígado, fumar prejudica muito a capacidade de o órgão se recuperar depois de adversidades. Isso acontece por causa da falta de oxigenação adequada das células – não é fácil encontrar ar puro em meio a tanta fumaça, mesmo dentro do corpo. Isso, aliás, prejudica a recuperação de quase todos os nossos tecidos.

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    O ato de dormir tem sido cada vez mais reconhecido pela ciência por seu papel na saúde. Além de atrapalhar o desempenho da insulina (o que indiretamente contribui para a degeneração do fígado), a falta de sono tira a vontade de se exercitar.

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