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ABC da Comida

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Há um universo de frutas, hortaliças, grãos e PANCs a explorar. E a jornalista expert em alimentação Regina Célia Pereira nos convida a degustar um a um nessa coluna que é uma feira de saberes e sabores.
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Hibisco (só) para emagrecer?

Apesar dessa fama mais recente, há tempos a planta faz sucesso entre pratos e infusões e coleciona benefícios. Vamos ver?

Por Regina Célia Pereira
Atualizado em 29 out 2021, 09h57 - Publicado em 28 out 2021, 16h27
chá de hibisco
Chá de hibisco é usado por quem quer perder peso. Estudos indicam combate à retenção de líquido e proteção cardiovascular.  (Foto: GI/Getty Images)
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Entre pétalas, folhas, cálices, sementes e frutos, desponta uma mistura de tradição com o tempero dos modismos. Hibisco não serve só como ingrediente para a bebida vermelha que encanta o mundo fitness. É muito mais.

As preparações com a planta passeiam por geleias, saladas, petiscos, molhos, sopas, alternando novos e velhos sabores. Dos gostos e panelas mais antigos, por exemplo, vem o cuxá, que junto do arroz, do camarão e da pimenta, forma um dos pratos clássicos da culinária maranhense.

A flor ainda se destaca como ornamento de pratos… e jardins por todo o planeta. Aliás, por falar em beleza, é fundamental esclarecer um ponto para evitar confusões comuns com o nome desse vegetal.

Hibisco é designação para um gênero da botânica e compreende centenas de espécies da família Malvaceae, nativas da Ásia e da África. Algumas são boas de comer, outras servem para o preparo de bebidas. Mas, pela variedade de cores e todos os seus encantos, a maioria tem o dom de enfeitar.

Um dos exemplares mais populares nesse quesito é o Hibiscus rosa-sinensis, chamado por alguns de mimo-de-vênus, que remonta às praias do Havaí. Outro parente, o Hibiscus syriacus ou rosa-de-saron, foi escolhido como símbolo da Coreia e, entre muitas coisas, representa prosperidade. Embora alguns deles sejam servidos em saladas, é preciso se certificar sobre toxicidade e segurança antes de incluir na receita.

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O chá que faz sucesso

Já o Hibiscus sabdariffa, também conhecido por aqui como vinagreira, azedinha ou caruru-azedo, apesar de ser menos vistoso, é o que preenche os bules e copos com o líquido de vermelho intenso e cheio de propriedades.

Para o preparo da infusão, utiliza-se uma parte da flor, que é chamada de cálice. Essa estrutura acumula compostos protetores, caso das antocianinas, um time de pigmentos capazes de neutralizar radicais livres, a tal ação antioxidante. Daí o hibisco aparecer em estudos como potencial aliado contra doenças degenerativas, como o Alzheimer.

Mais evidências colocam a bebida como uma protetora do peito. Pesquisas indicam que ela tem efeitos no equilíbrio do colesterol e da pressão e resguarda o endotélio, o tapete celular que recobre o interior das nossas artérias.

Quanto aos atributos em prol da perda de peso, existem indícios de que colabore no combate à retenção de líquidos. E há experimentos que revelam sua capacidade de interferir com a absorção de gordura. Só que não faz milagre, que fique claro.

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Hibisco é bem-vindo ao cardápio, mas não apenas por suas benesses ao corpo, mas especialmente se você aprecia seu gosto e perfume.

Da mesma espécie, que se esparrama pelos quintais do Nordeste, se utilizam as folhas. E assim, em forma de hortaliça, ele incrementa preparações com seu sabor ácido, servindo como matéria-prima de um prato muito apreciado em São Luís, o já mencionado arroz de cuxá.

A receita é festejada na música Pedra de Responsa, cantada aqui pela maranhense Alcione, em uma parceria deliciosa com Caetano Veloso.

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