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Coloque o celular em modo saúde

Os perigos que esse aparelho traz e como contornar a situação para conviver com ele de maneira saudável

Por André Bernardo
Atualizado em 5 jul 2018, 10h53 - Publicado em 28 jun 2018, 10h48
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  • O celular se tornou um objeto essencial na vida das pessoas: um levantamento brasileiro revela que sete em cada dez estudantes não desgrudam do aparelho nem na hora de dormir! Só que essa relação tão íntima pode atrapalhar o corpo e a mente. SAÚDE foi atrás de especialistas para descobrir como tornar esse convívio mais equilibrado.

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    Postura

    Passar muito tempo ao celular, lendo e respondendo mensagens com o pescoço curvado, causa dor na cervical? Segundo Kenneth Hansraj, do Centro Médico de Cirurgia Espinhal e Reabilitação de Nova York (EUA), a resposta é sim. Ele constatou que, quanto maior o ângulo de curvatura do pescoço, pior: se o ângulo é de 15 graus (cabeça mais ereta), a carga sobre a cervical é de 12 quilos; se passar a 60 graus (cabeça abaixada), chega a 27 quilos.

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    “Quem fica tempo demais nessa posição sobrecarrega a coluna e tem dor no pescoço por fadiga muscular”, explica o médico Edson Pudles, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Já o fisioterapeuta Ney Meziat Filho, do Centro Universitário Augusto Motta, no Rio de Janeiro, tem dados diferentes. “Não vimos associação entre a postura do usuário ao digitar no celular e a frequência de dor no pescoço”, conta o autor de um estudo de grande repercussão com 150 jovens. O professor vai continuar a investigação com um número maior de voluntários, que serão avaliados por até dois anos.

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    Sono

    Já virou até lugar-comum: quer dormir bem? Então não leve preocupação para a cama. Mas seria melhor reformular: que tal não levar o celular para a cama? No curto prazo, o uso intenso de aparelhos eletrônicos antes de dormir leva a dificuldades para pegar no sono, mau humor e cansaço. No longo prazo, porém, o estrago é maior: dezenas de trabalhos já associam um descanso inadequado a maior risco de diabetes, infarto e câncer.

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    O problema do celular, e de outras telas, está na emissão da luz azul. Um experimento da Universidade de Haifa, em Israel, comprovou que ela inibe a produção de melatonina, o hormônio que prepara o corpo para dormir e se reparar. “A luz azul estimula o cérebro a se manter em alerta. Isso aumenta a temperatura corporal e dificulta o início do sono”, explica a neurologista Aline Turbino, pós-graduada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “E, quando a pessoa adormece, o sono se torna mais superficial”, completa.

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    Visão

    Atire o primeiro smartphone quem nunca sentiu os olhos ressecarem depois de ficar um bom tempo entre mensagens, e-mails e afins. Um estudo da Universidade de Seul, na Coreia do Sul, com 916 crianças entre 7 e 12 anos, revela que o risco de desenvolver a síndrome do olho seco, quando a produção de lágrimas é menor que o habitual, é maior entre aquelas que passam até 3,2 horas por dia em frente às telas. Pudera: com a vista focada nos aparelhos eletrônicos, o número de piscadas diminui e, por tabela, há um prejuízo na secreção da lágrima que lubrifica a superfície ocular.

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    O uso prolongado do celular, aliás, não poupa a visão dos adultos. “Os problemas vão desde coceira e vermelhidão até vista cansada e miopia“, alerta o oftalmologista Luiz Carlos Portes, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

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    Mãos e punhos

    Uma mulher de 32 anos deu entrada no Hospital de Granada, na Espanha, após usar o aplicativo de bate-papo por seis horas consecutivas. Qual é o nome da doença? WhatsAppite! Contando assim, parece piada. Mas o quadro chegou a ser descrito numa publicação científica.

    Ficar horas e horas digitando mensagens no celular pode causar inflamação na musculatura e nos tendões das mãos – o polegar é particularmente mais atingido. Com o tempo, a situação pode culminar em LER, lesão por esforço repetitivo, e na síndrome do túnel do carpo, ligada à compressão de nervos.

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    “Em quatro anos, o que era exceção virou regra”, observa o ortopedista Moisés Cohen, da Unifesp. Uma análise de cientistas de Hong Kong estima que ficar mais de cinco horas por dia conectado aumenta o risco de sentir dor e formigamento nas mãos e nos pulsos.

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    Ganho de peso

    Duas pesquisas, uma canadense e outra feita na Europa, chegaram ao mesmíssimo desfecho: o uso prolongado de eletrônicos eleva a probabilidade de crianças e jovens tornarem-se obesos.

    O médico Adamos Hadjipanayis, da Academia Europeia de Pediatria, vai além: o excesso de peso na infância vem aumentando na mesma proporção que o tempo gasto com os celulares.

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    A explicação? Quem vive no smartphone se exercita menos. “O celular pode ser tanto inimigo quanto aliado. Depende do uso que fazemos dele”, pondera a endocrinologista Maria Edna de Melo, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.

    Ora, diversos sites e aplicativos incentivam refeições saudáveis e prática de atividade física. “O problema é que passar horas frente às telas induz ao sedentarismo“, avisa Maria Edna.

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    Ansiedade

    Você é daqueles que passam mal quando esquecem o celular em casa, notam que a bateria acabou ou descobrem que ele está sem sinal?

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    Se for, atenção: você pode sofrer de “nomofobia”, expressão de origem inglesa que significa medo de ficar sem celular. No Brasil, de acordo com cálculos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, uma em cada três pessoas tem manifestações do transtorno. O problema não está no tempo de uso, mas no apego do usuário ao aparelho. E essa dependência é capaz de deixá-lo estressado e infeliz.

    “As reações vão desde ansiedade, quando o indivíduo sente a necessidade de estar a par de tudo, até depressão, quando ele constata que é o único de sua timeline que não viaja a lugares deslumbrantes”, exemplifica o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, da Universidade de São Paulo. Use com bom senso e moderação : – )

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