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Veja 7 ultraprocessados comuns que talvez você consuma todo dia sem saber

Eles estão no café da manhã, nos lanches rápidos e até nas marmitas do dia a dia de muita gente. Por trás da aparência “fit”, podem comprometer a saúde

Por Vinicius Valença, nutrólogo e membro da BrazilHealth*
30 Maio 2025, 14h00
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Ultraprocessados passam por diversas etapas industriais e recebem aditivos (Victoriano Izquierdo/Unsplash)
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Você tenta manter uma alimentação equilibrada, evita frituras, lê rótulos e faz escolhas conscientes.

Mas há uma verdade que muitos médicos não falam: mesmo assim, provavelmente você está consumindo ultraprocessados disfarçados de alimentos saudáveis todos os dias.

Esse ainda é um dos maiores obstáculos para quem busca resultados reais de saúde e emagrecimento. Não é sobre falta de força de vontade – diz respeito à criação de armadilhas cada vez mais sofisticadas pela indústria alimentícia.

+ Leia também: Alimentos ultraprocessados e câncer: o que a ciência revela (e o que você precisa saber)

A verdade sobre os ultraprocessados “saudáveis”

Esses produtos passam por diversas etapas industriais e recebem aditivos como corantes, conservantes e realçadores de sabor.

O problema? Eles se disfarçam de saudáveis e se infiltram na rotina de quem está genuinamente tentando cuidar da saúde.

A seguir, você confere os 7 principais vilões identificados diariamente em consultório, que podem estar sabotando seus resultados.

1. Suco de caixinha “100% fruta”

Aquela promessa de “sem açúcar adicionado” ou “100% fruta” esconde uma realidade bem diferente. Esses sucos contêm conservantes, estabilizantes e, mesmo quando são realmente feitos de frutas, concentram açúcares naturais em níveis muito superiores aos consumidos pela fruta inteira, por exemplo.

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Os sucos em pó são ainda piores – muitos sequer contêm frutas reais, são basicamente substâncias químicas com saborizantes artificiais.

Troca inteligente: Prefira água com rodelas de limão, laranja ou frutas vermelhas. Se realmente quiser um suco, faça na hora e dilua com água. Seu pâncreas vai agradecer.

2. Barrinhas de cereal

Esse é um clássico exemplo do marketing superando a realidade nutricional.

Vendidas como alternativas práticas e saudáveis, muitas barrinhas são verdadeiras bombas de xarope de glicose, gordura vegetal hidrogenada e aromatizantes artificiais.

A análise de rótulos de barrinhas mostra que algumas têm mais açúcar que um chocolate convencional, mas vêm em embalagens verdes com fotos de atletas – os quais você nunca verá consumindo esse tipo de produto, por sinal.

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Troca inteligente: Faça sua própria barrinha em casa, selecionando os ingredientes e ainda economizando muito. Com uma pesquisa rápida, você encontra receitas simples e práticas.

3. Biscoitos “fit” ou integrais industrializados

A palavra “integral” no rótulo se tornou quase mágica, não é mesmo? Mas a realidade é que muitos desses produtos contêm principalmente farinhas refinadas, com apenas uma pequena porcentagem de farinha integral – o suficiente para usar o termo na embalagem.

Além disso, estão repletos de gorduras de baixa qualidade, açúcares disfarçados e aditivos que promovem inflamação no organismo.

Troca inteligente: Invista 30 minutos do seu fim de semana para preparar biscoitos caseiros simples com aveia ou farinha de amêndoas. Você controla os ingredientes e evita dezenas de aditivos.

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Suco de caixinha pode não ser a melhor opção… (Foto: iStock/SAÚDE é Vital)
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4. Iogurtes aromatizados

Esse é um dos maiores enganos da indústria alimentícia. Iogurtes com “pedaços de fruta” ou “sabor de morango” frequentemente não contêm fruta alguma – apenas corantes, aromatizantes e muito açúcar.

Um potinho pequeno pode conter até 5 colheres de açúcar! E os “zero açúcar”? Trocam o açúcar por adoçantes artificiais que podem alterar sua microbiota intestinal.

Troca inteligente: Opte pelo iogurte natural integral e adicione frutas frescas, canela ou uma colher pequena de mel. Você obtém probióticos benéficos sem os aditivos prejudiciais.

5. Pães de forma industrializados

Mesmo os “multigrãos” ou “sete cereais” geralmente contém emulsificantes, conservantes, açúcar e, em alguns casos, até gordura trans.

A fermentação ultrarrápida industrial não permite a quebra adequada do glúten, tornando-os potencialmente inflamatórios.

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Troca inteligente: Busque padarias artesanais que trabalham com fermentação natural ou, melhor ainda, experimente reduzir o consumo de pães. Muitos pacientes relatam melhora significativa em problemas digestivos e inflamações quando fazem essa simples mudança.

6. Temperos prontos (cubos ou sachês)

Feitos com amor? Nada disso.

Estes concentrados são verdadeiras bombas de sódio, glutamato monossódico e potencializadores de sabor que viciam seu paladar. Um único cubo pode conter mais sódio que o recomendado para um dia inteiro.

O excesso de sódio está diretamente ligado à hipertensão, retenção de líquidos e sobrecarga renal – problemas que vejo diariamente no consultório.

Troca inteligente: Crie seu próprio mix de temperos com alho, cebola, ervas frescas e especiarias. Você elimina aditivos, reduz drasticamente o sódio e ainda tem um sabor realmente único.

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7. Molhos prontos para salada

Mesmo os “light” ou “com azeite de oliva” geralmente contêm açúcar, conservantes e estabilizantes. Alguns molhos industrializados têm mais calorias que um sorvete pequeno.

Troca inteligente: Uma combinação simples de azeite extravirgem, limão, mostarda de qualidade e ervas frescas cria um molho delicioso em menos de um minuto.

+ Leia também: Ultraprocessados seriam tão viciantes quanto o cigarro?

O impacto real na sua saúde: além do peso

Aqui está o ponto crucial que muitos profissionais deixam de abordar: o consumo regular de ultraprocessados vai muito além do ganho de peso.

Pesquisas recentes mostram que esses produtos estão diretamente associados à inflamação crônica silenciosa – a raiz de diversas doenças modernas.

Na Medicina do Estilo de Vida, entendemos que essa inflamação afeta todos os sistemas do corpo:

 • Sistema digestivo

Alteração da microbiota intestinal, que regula desde a absorção de nutrientes até a produção de neurotransmissores ligados ao bem-estar emocional.

 • Sistema cardiovascular

Aumento do risco de hipertensão, dislipidemia e doenças cardíacas.

 • Sistema endócrino

Resistência à insulina, desregulação hormonal e maior risco de diabetes tipo 2.

 • Sistema nervoso

Impacto na cognição, humor e até mesmo no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

Esses efeitos são cumulativos e muitas vezes silenciosos por anos, até se manifestarem como doenças crônicas de difícil reversão.

Medicina do Estilo de Vida: transformando hábitos em saúde duradoura

Na minha prática clínica, vejo diariamente como pequenas mudanças consistentes geram transformações profundas.

A Medicina do Estilo de Vida vai além das restrições alimentares – ela integra nutrição de qualidade, atividade física adequada, gerenciamento do estresse, sono reparador e conexões sociais saudáveis.

Não se trata de seguir dietas restritivas temporárias, mas de construir um estilo de vida sustentável que promova saúde em todos os níveis.

Como fazer trocas inteligentes no dia a dia:

 • Leia os rótulos criticamente: quanto menor a lista de ingredientes, mais próximo de um alimento real.

 • Desconfie de nomes complicados: se parece nome de produto químico, provavelmente é.

 • Priorize alimentos “de verdade”: frutas, legumes, proteínas de qualidade, gorduras boas e carboidratos complexos.

 • Cozinhe mais em casa: não precisa ser elaborado – o simples já é muito mais saudável que qualquer ultraprocessado.

• Monte uma “despensa inteligente”: ter ingredientes básicos e naturais facilita escolhas mais saudáveis no dia a dia.

Resultados reais exigem acompanhamento personalizado

Resultados duradouros não vêm de “dietas milagrosas” ou restrições extremas. Eles surgem de uma abordagem personalizada que considera sua genética, rotina, preferências e objetivos específicos.

Por isso é importante ter um acompanhamento especializado e personalizado para obter os melhores resultados em sua saúde sem ter que seguir uma dieta super restritiva.

Lembre-se: nem tudo que brilha é ouro – e nem tudo que parece saudável, de fato é. Mas com conhecimento e orientação adequada, você pode fazer escolhas verdadeiramente benéficas para sua saúde a longo prazo.

*Vinicius Valença é nutrólogo, pós-graduado em nutrologia pela USP e membro da BrazilHealth.

(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

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