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Dormir mal pode aumentar o risco de Alzheimer

O sono inadequado parece desregular os níveis de proteínas associadas à doença que apaga as memórias

Por Vand Vieira
Atualizado em 14 fev 2020, 18h26 - Publicado em 13 jul 2017, 13h36
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Horas na cama seriam decisivas para resguardar o cérebro  (Foto: Gustavo Arrais/SAÚDE é Vital)
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Seria um daqueles achados de tirar o sono se o problema não fosse justamente o tempo que passamos acordados à noite. Cientistas da Universidade Stanford e da Universidade Washington, ambas nos Estados Unidos, em parceria com pesquisadores da Universidade Radboud, na Holanda, sugerem que dormir pouco ou apenas superficialmente na meia-idade aumenta o risco de Alzheimer na velhice.

A conclusão vem de um estudo conduzido por esse time internacional, que avaliou 22 pessoas saudáveis entre 35 a 65 anos — ele foi publicado no periódico científico Brain. Então vamos à investigação: na primeira etapa, que durou duas semanas, os voluntários usaram um monitor de pulso para registrar as horas em claro.

Após esse período, eles ainda passaram duas noites nas dependências de um laboratório médico, em quartos climatizados e apropriados para que dormissem como pedra. Dessa vez, a tarefa era pegar no sono com fones de ouvido e alguns eletrodos dispostos em pontos estratégicos do corpo a fim de monitorar a atividade cerebral desses homens e mulheres.

Agora vem, digamos, a parte torturante do trabalho. Em um dia, metade dos participantes foi induzida a permanecer no primeiro nível do sono, o superficial — na outra noite, os grupos se revezaram. Mas como os experts fizeram isso? Assim que aqueles eletrodos indicavam que alguém estava chegando a um estágio mais profundo de repouso, os fones de ouvido emitiam sons. Esses ruídos, embora não despertassem os indivíduos por completo, atrapalhavam o descanso.

Como resultado, todos os submetidos a essa experiência reclamaram de cansaço. E mais: amostras do líquido da medula espinhal desses participantes revelaram quantidades elevadas de beta-amiloide, substância relacionada ao surgimento e à progressão da doença de Alzheimer. A diferença em comparação aos que dormiam numa boa chegava a 10%. E isso com a privação em um único dia!

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Para piorar, aqueles que costumavam dormir mal ou rolar na cama todas as noites apresentaram excesso de outra proteína no organismo, a tau — também considerada uma ameaça aos neurônios. Ou seja, o maior perigo envolveria sujeitos com sono cronicamente ruim, como os insones e os portadores de apneia obstrutiva.

A teoria dos pesquisadores é a de que, ao longo do repouso noturno, ocorre uma espécie de faxina no cérebro. As substâncias desnecessárias e potencialmente nocivas acumuladas ali ao longo do dia seriam varridas para restabelecer o bom funcionamento dos neurônios. Claro que, por se tratar de uma pesquisa pequena, ainda não dá para tirar conclusões contundentes. Mas fica o recado para valorizarmos mais a cama na busca por uma vida saudável.

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