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Insônia: quais são os tipos, as causas e os tratamentos

Um a cada três brasileiros convive com dificuldades para começar a dormir ou manter o sono durante toda a noite; saiba o que pode resolver

Por Larissa Beani Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 abr 2025, 11h46
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Insônia é o tema da reportagem de capa da edição de janeiro de 2024 de Veja Saúde. (Foto: Oleg Breslavtsev/Getty Images)
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Chegou a este texto com dificuldade para dormir? Você não está sozinho. De acordo com a Academia Brasileira de Sono (ABS), um a cada três brasileiros tem insônia. Em outras palavras, só por aqui, cerca de 73 milhões de pessoas sofrem para adormecer ou manter o sono.

E, junto com a privação, outros efeitos surgem, como sonolência diurna, falta de concentração, prejuízos à memória, cansaço, mudanças de humor, irritabilidade e aumento de risco de acidentes.

“A insônia é um distúrbio do sono altamente prevalente e deve ser bem avaliada pelo paciente e pelo médico que o acompanha para que uma boa estratégia seja traçada para sanar o problema”, afirma Dalva Poyares, professora de medicina e biologia do sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro da ABS.

Na maioria dos casos, o problema pode ser resolvido com uma boa higiene do sono, isto é, deixando comportamentos que comprometem o descanso noturno de lado e substituindo-os por hábitos que ajudam a relaxar.

Quem precisa de ajuda para se ajustar a uma nova rotina pode procurar pela terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I), padrão-ouro no tratamento do distúrbio.

+ Leia também: Insônia nunca mais: os caminhos para superar o problema

Em alguns casos, medicações podem ser receitadas para ajudar a colocar o sono em dia — mas cuidado com a automedicação e dependência dos medicamentos.

A seguir, conheça os principais tipos de insônia e quais são as principais formas de tratamento.

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Tipos de insônia

Nem toda insônia é igual. O problema pode ser chamado de insônia inicial, quando a pessoa tem dificuldade para começar a dormir, ou de insônia de manutenção e despertar precoce, que ocorre quando o indivíduo acorda no meio da noite e não consegue voltar ao sono.

A insônia também pode ser primária ou secundária, ou seja, ela pode ser um problema de saúde por si só ou o sintoma decorrente de um quadro maior.

Esse distúrbio do sono também pode ser agudo ou crônico. “A insônia crônica se instala quando o indivíduo tem dificuldade para dormir ao menos três vezes por semana, por, no mínimo, três meses; apresentando também sintomas como sonolência diurna e desânimo”, define Poyares.

O diagnóstico da insônia é, em geral, feito de forma clínica, a partir do relato dos pacientes. Em alguns casos, exames complementares podem ser solicitados a fim de descartar outras condições.

+ Leia também: Menopausa afeta o sono: como lidar com essa fase e dormir melhor

Fatores de risco

A insônia é um distúrbio multifatorial. “Ela depende desde a predisposição genética até fatores ambientais desencadeantes, como períodos de estresse, e comumente está associada a outros problemas de saúde”, afirma a professora da Unifesp.

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Entre as principais comorbidades associadas à insônia estão ansiedade, depressão, dor crônica; além de uma série de condições que tendem a se agravar à noite, como refluxo, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas e apneia obstrutiva do sono.

“O conjunto desses fatores é o que irá cronificar ou não a insônia“, resume Poyares.

Tratamento da insônia

Para superar a insônia, é essencial repensar a rotina e aderir a medidas de higiene do sono. Incluir hábitos saudáveis no seu dia a dia é a estratégia mais eficaz e sustentável para estar relaxado e preparado para ter uma noite completa de descanso.

A higiene do sono passa por detalhes sobre o ambiente em que o indivíduo está dormindo (que deve ser silencioso e escuro), a inclusão de atividade física na rotina, evitar telas antes de ir para a cama, entre outras medidas.

“Para além da questão da emissão de luz pelos aparelhos que temos em casa, ficar conectado até tarde da noite nos deixa mais agitados pelo próprio conteúdo que estamos consumindo”, reflete Poyares.

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A alimentação também merece atenção. À noite, opte por refeições leves, de fácil digestão. A cafeína (presente no café, em chocolates e em refrigerantes) deve ser evitada a partir das 15h ou 16h.

Se você costuma preparar chás para se aprumar para cama, atente-se à erva escolhida. Chás preto, verde, mate e de oolong contém cafeína e podem bagunçar a noite.

+ Leia também: Qual é a melhor maneira de tratar insônia? Estudo responde

Além disso, não há estudos clínicos que atestem a eficácia de nenhuma infusão para a insônia. “O relaxamento promovido pelo chá está relacionado, na verdade, ao ritual de preparação”, revela Poyares.

Para ajudar a implementar essas mudanças no dia a dia, o tratamento recomendado é a terapia cognitivo-comportamental para insônia, uma psicoterapia que é especialmente orientada para abordar a questão e é considerada o melhor tratamento para esse distúrbio.

Medicamentos para insônia

Caso a insônia persista mesmo com as mudanças de hábitos ou seja acompanhada por outras comorbidades, o tratamento medicamentoso pode ser necessário. A avaliação deve ser feita por um médico que o acompanha ou por um especialista em medicina do sono, que saberá indicar a melhor terapia. 

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Entre as classes mais utilizadas no tratamento da insônia estão os ansiolíticos, antidepressivos, benzodiazepínicos e as drogas Z. Mas elas podem causar efeitos colaterais, como lentidão e confusão mental, e alguns têm maior risco de dependência (em especial, o Zolpidem).

“O indivíduo deve ficar atento caso as doses comecem a perder o efeito e ele sinta a necessidade de tomar mais pílulas. Algumas pessoas chegam a acordar no meio da noite para tomar mais remédios”, relata a representante da ABS. Familiares e amigos também podem perceber mudanças comportamentais e ajudar a buscar supervisão médica. 

Entidades médicas desaconselham a automedicação, inclusive de suplementos. No Brasil, a melatonina é vendida livremente nas farmácias como suplemento alimentar e utilizada de forma indiscriminadamente para problemas de sono. Mas não se engane.

A melatonina não trata a insônia. Ela deve ser usada apenas para tratar distúrbios da ritmicidade circadiana, ou seja, quando o ciclo sono-vigília do nosso corpo não está em sincronia com o ciclo de dia e noite”, explica Poyares. “Isso acontece, por exemplo, quando viajamos e temos jet lag.”

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