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O que é zolpidem e para que serve esse medicamento

Esse remédio ajuda a tratar a insônia, mas é necessária uma orientação médica contínua e atenção nas doses para evitar efeitos colaterais importantes

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 22 mar 2023, 11h22 - Publicado em 21 set 2022, 14h51

O hemitartarato de zolpidem é um medicamento que serve para tratar certos tipos de insônia. De acordo com a bula, o objetivo é encurtar o tempo de indução ao sono e reduzir o número de despertares noturnos.

Esse remédio é vendido apenas com receita médica e pode ser encontrado pelos nomes comerciais de Patz, Turno, Pidezot, Zolfest e Zolpaz, entre outros. Há também a sua versão genérica encontrada justamente com o nome do princípio ativo, o hemitartarato de zolpidem.

Médicos ressaltam que, antes de optar por qualquer remédio, o tratamento da insônia começa com mudanças comportamentais e a prática da higiene do sono, um conjunto de hábitos que melhora a qualidade das noites de descanso.

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O que é o zolpidem e para que ele serve?

O hemitartarato de zolpidem é destinado ao tratamento de pessoas com dificuldade de adormecer ou permanecer dormindo. A causa pode ser ocasional (eventual), transitória (passageira) ou crônica (que dura há muito tempo).

Trata-se de um fármaco hipnótico que atua nos receptores GABA – neurotransmissores responsáveis por reduzir a atividade do sistema nervoso central.

“A energia mental é direcionada para questões mais importantes, então vem a calma, o controle da ansiedade e, enfim, o sono”, explica Felipe Becker, psiquiatra e Membro Titular da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

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“Ele é indicado no tratamento de insônias agudas, aquelas em que o paciente apresenta uma dificuldade para iniciar e manter o sono. E também quando há uma insatisfação com a qualidade das noites dormidas”, descreve Humberto Luiz Moser Filho, neurologista,  neurofisiologista clínico e especialista em medicina do sono do Hospital Moinhos de Vento.

O zolpidem vendido em comprimidos tem ação rápida: funciona em aproximadamente 30 minutos. A versão sublingual tem resultado ainda mais acelerado, já que age em cerca de 15 minutos. O efeito do medicamento é de até quatro horas.

Mas raramente o zolpidem resolve o problema sozinho, segundo Becker. Isso porque é preciso tratar também a origem da insônia, que pode ser estresse, quebra de rotina, falta de higiene do sono, depressão, ansiedade, bipolaridade, TDAH, apneia e por aí vai.

Como tomar e quanto tempo dura o tratamento?

O ideal é que essa medicação seja utilizada por algumas semanas, ou até 60 dias.

“A classe de drogas Z, como o zolpidem e também a zaleplona e a zopiclona, inclui medicamentos que devem ser usados por um período curto”, aponta Moser Filho.

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E, mesmo durante o tratamento, em geral é aconselhável que a pessoa recorra ao medicamento apenas nas noites em que houver dificuldade de dormir.

Zolpidem causa dependência?

Médicos afirmam que não há relatos de abstinência ao deixar de tomar o remédio. Porém, o efeito rápido e eficaz do Zolpidem leva as pessoas a abusarem dele para cair no sono. Assim, muitas perdem a capacidade de aguardar o tempo natural de adormecer.

+ Leia também: Remédios para dormir: quando são necessários e quais os riscos?

Outro complicador é o curto tempo de duração do zolpidem, que é de apenas quatro horas. Essa característica evita que o indivíduo acorde de “ressaca” do remédio, mas, se ocorre um despertar no meio da noite, a tendência é querer tomar outro comprimido. O médico deve avalliar, então, se essa é melhor opção.

Zolpidem pode causar amnésia?

O medicamento tem como efeito possível a amnésia anterógrada: trata-se da dificuldade de lembrar o que aconteceu logo após tomar o comprimido. Por isso, a indicação é que ele seja ingerido ao deitar na cama.

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“Isso ocorre com mais frequência em quem toma a medicação fora de seu horário biológico de sono”, ensina Moser Filho.

Algumas pessoas tem como efeito o sonambulismo complexo. Nele, a pessoa come compulsivamente e não se lembra, ou sai de casa dirigindo. “Esses atos complexos ocorrem durante o sono e contribuem para situações de risco, com ferimentos graves e até morte”, relata Becker.

Quais são os efeitos colaterais?

As reações adversas mais comuns são: tontura, sonolência e dor de cabeça. Entre as reações indesejadas, há casos de crise de ansiedade, angústia, nervosismo, acessos de raiva e alucinações.

É bastante arriscado combinar esse medicamento com bebidas alcoólicas. Por quê? Isso pode levar ao quadro de alteração do nível de consciência, desorientação e confusão mental, como alucinações, agitação, pesadelos, depressão, dor nas costas e fadiga.

Zolpidem serve para tratar ansiedade e depressão?

Não. E o uso do medicamento com essa finalidade ainda mascara os sintomas dessas doenças e adia o início do tratamento adequado.

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E mais: “A combinação de opioides (tramadol, metadona, morfina e oxicodona) com hipnóticos sedativos, como é o caso do zolpidem, pode resultar em sedação intensa, depressão respiratória, coma e óbito. Daí a importância da orientação do especialista de sua confiança sempre”, alerta Becker.

+ Leia também: Cloridrato de sertralina: para que serve esse antidepressivo

O zolpidem também não é indicado a pessoas com quadro depressivo e desejo de morte. “Nesse contexto, alguns estudos evidenciaram aumento de tentativas de suicídio após a ingestão do zolpidem. Também se percebeu aumento de crises psicóticas para aqueles que tinham esses sintomas”, avalia do psiquiatra membro da SBP.

Contraindicações

Este medicamento não deve ser utilizado por pacientes com insuficiência respiratória ou hepática.

Ele também é vetado a crianças e jovens menores de 18 anos, pois pode haver um impacto no desenvolvimento neuropsicológico desses grupos.

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Os idosos com mais de 65 anos devem evitá-lo ou fazer o uso orientado de doses mais baixas. O risco, além de metabólico, é de quedas e fraturas devido à sonolência provocada pelo medicamento.

Já as grávidas colocam o feto em perigo ao usar o zolpidem. “Há risco de depressão respiratória do bebê após o nascimento. Na amamentação, o zolpidem passa pelo leite materno e, mesmo em concentrações bem menores, segue contraindicado”, informa o psiquiatra da SBP.

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