Alprazolam é um medicamento da classe dos benzodiazepínicos que serve para tratar crises graves de ansiedade e pânico (um ansiolítico). Ele tem efeitos colaterais leves, desde que seja utilizado seguindo a indicação de um profissional de saúde. Já o uso abusivo e prolongado do fármaco pode provocar reações sérias, como perda de memória e dependência química.
Esse remédio é comercializado por diversas farmacêuticas por nomes como Frontal, Xanax e Aprax, mas também é vendido como genérico sob o nome de alprazolam.
O que é e para que serve?
Como outros membros da família dos benzodiazepínicos, o alprazolam age em diversas partes do sistema nervoso central, provocando um efeito de sedação. Por começar a surtir efeito rapidamente, ele costumas ser mais utilizado na ansiedade grave. “Ela pode ser incapacitante gerar angústia intolerável no paciente”, esclarece a farmacêutica Pamela Alejandra Saavedra, do Conselho Federal de Farmácia.
Às vezes, o alprazolam é indicado no início do tratamento de doenças psiquiátricas, como a depressão ou fobias em geral – desde que possuam um componente ansioso. Não é fácil compreender o momento certo de prescrever o fármaco, daí a necessidade de conversar com médicos gabaritados no tema.
“O alprazolam támbém é usado para tratar o transtorno do pânico”, completa Pamela. A principal característica desse problema é o aparecimento de crises de ansiedade não esperadas, como um ataque súbito de apreensão intensa, medo ou terror.
O remédio é indicado ainda para casos específicos em que a ansiedade é relacionada à abstinência ao álcool. Importante dizer que esse medicamento pode aumentar o efeito provocado pelas bebidas alcoólicas.
A ação veloz da droga tem a ver com sua absorção, que via de regra ocorre em questão de duas ou três horas. “Após 11 horas, ele começa a deixar o organismo”, esclarece a psiquiatra Márcia Surdo, do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre.
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Alprazolam pode ser ministrado com outros remédios?
Antes de chegar a uma terapia combinada, deve-se verificar a interação medicamentosa. No caso do alprazolam, pode haver sintomas indesejáveis se ele for utilizado com a fluoxetina, que trata alguns tipos de depressão e, mais especificamente, o transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
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“O uso concomitante é contraindicado, porque aumenta a toxicidade de alprazolam, o que gera ataxia [prejuízo das funções motoras] e letargia”, completa Pamela.
Qual a posologia e como tomar alprazolam?
Ele é vendido em comprimidos de 0,25 mg, 0,5 mg, 1 mg e 2 mg. Essas opções ajudam o médico a definir a melhor periodicidade e quantidade que deve ser administrada por dia.
A dose deve, necessariamente, ser definida pelo profissional de saúde – nem pense em ajustá-la de acordo com a receita do vizinho. Seguindo a bula, as primeiras indicações não passam de 1,5 mg por dia.
No Brasil, o uso de alprazolam é permitido apenas para pessoas acima de 18 anos.
Quanto tempo dura o tratamento?
O tratamento com alprazolam deve ter começo, meio e fim. Para evitar risco de dependência, esse tempo costuma ficar entre duas e quatro semanas.
“Pacientes com histórico de abuso de álcool ou outras drogas ou com transtornos de personalidade são particularmente suscetíveis ao abuso”, pontua Pamela. Nesse contexto, muitas vezes o medicamento é evitado.
Alprazolam engorda?
Não há nenhum indício de que esse medicamento provoque o ganho de peso.
Esse medicamento pode ser utilizado para combater a insônia?
Se ministrado à noite, ele pode induzir ao sono. Mas Pamela destaca que, apesar de causar sonolência, o alprazolam não é a melhor indicação para dormir ou combater a insônia, inclusive pelo risco de dependência. Há outros medicamentos direcionados a esse tipo de tratamento.
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Quais são os efeitos colaterais?
Por provocar sedação, os efeitos colaterais mais frequentes são sonolência, falta de equilíbrio e cansaço.
Dor de cabeça, tontura, fala desarticulada, pressão baixa, problemas gastrintestinais, visão nublada e tremores ocasionalmente podem dar as caras.
Os benzodiazepínicos eventualmente provocam uma reação oposta ao da sedação. “Os efeitos variam desde falar muito e com entusiasmo até uma atitude agressiva e antissocial. O ajuste de dose pode amenizar essas reações”, esclarece Pamela. Nesse cenário, também há relatos de aumento da ansiedade e distúrbios sensoriais.
Quais os riscos da automedicação?
Pelo baixo custo e efeito rápido, é comum que as pessoas se sintam atraídas pelo alprazolam. Em teoria, é necessária uma receita médica para comprá-lo, mas há quem tente contornar esse obstáculo.
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“O risco é o uso abusivo, que pode levar ao déficit de memória e até à dependência química. O desconforto pela abstinência fará com que a pessoa enfrente quadros ainda mais graves de ansiedade, dor de cabeça, tremores e sudorese”, alerta Márcia. Isso sem contar a fissura por doses cada vez maiores.