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Clonazepam (ou Rivotril): o que é, como age e os efeitos colaterais

Esse ansiolítico é bastante eficaz contra transtornos de ansiedade, mas gera vários efeitos colaterais. Saiba mais sobre o medicamento

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 24 jun 2021, 10h48 - Publicado em 23 jun 2021, 19h13

O que é o clonazepam e como age?

Conhecido popularmente pelo nome comercial Rivotril, o clonazepam é um medicamento ansiolítico que faz parte do grupo dos benzodiazepínicos. Devido ao efeito sedativo, ele inibe as funções do sistema nervoso central.

“Isso ocorre a partir da potencialização da ação do ácido gama-aminobutírico. Trata-se de um neurotransmissor inibitório, responsável por diminuir a excitação, a agitação, a tensão e o estado de alerta, trazendo relaxamento, sonolência e sensação de calma”, descreve a psiquiatra Gisele Gus Manfro, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Quando o remédio é indicado

Ele é utilizado no tratamento dos vários tipos de distúrbios de ansiedade – como síndrome do pânico, transtorno de ansiedade generalizado e ansiedade social – e para acatisia, que é uma inquietação extrema, geralmente provocada por remédios psiquiátricos.

Só dá para comprar o clonazepam com uma receita médica especial, que fica retida na farmácia. Isso porque há um alto risco de a droga causar dependência.

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“Quando a pessoa tenta parar, sente abstinência e interpreta esse sintoma como o retorno da ansiedade. Aí, pensa que precisa voltar a usá-lo”, relata Gisele.

Quais as formas de administração

Essa droga está disponível em comprimidos, consumidos via oral ou sublingual, e em gotas.

“A apresentação sublingual possui uma absorção e um início de ação mais rápidos. Seu pico de concentração no sangue ocorre em alguns minutos e o efeito dura horas”, conta a médica. Mas o tempo exato depende da sensibilidade e do metabolismo da pessoa.

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Essa opção normalmente é usada quando acontece uma crise de pânico, já que é importante ter um resultado imediato e garantir que o paciente permaneça tranquilo por um período.

“A administração via oral começa a ter efeito dentro de 30 a 60 minutos e continua agindo por pelo menos 10 a 12 horas”, diferencia a psiquiatra.

lápis mordido
Rivotril pode ser prescrito no tratamento de transtornos de ansiedade. (Foto: GI/Getty Images)

Quanto tempo dura o tratamento?

Gisele explica que a terapia farmacológica para transtornos de ansiedade precisa ter duração de no mínimo um ano. Contudo, a médica ressalta que qualquer benzodiazepínico deve ser usado somente ao longo de três ou quatro semanas, devido à possibilidade de dependência.

“Geralmente, quando você começa o tratamento com outro tipo de medicação, ela leva um tempo para fazer efeito. Então, receitamos o clonazepam nas primeiras semanas do tratamento para que o paciente consiga tolerar a ansiedade enquanto ainda não sente a ação da outra droga”.

Quais são os efeitos colaterais?

A lista de eventos adversos do clonazepam incluem:

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● Sonolência
● Dor de cabeça
Cansaço
● Alteração de memória
Depressão
● Vertigem
● Irritabilidade
● Insônia
● Dificuldade para coordenar movimento ou caminhar
● Perda de equilíbrio
● Náuseas
● Dificuldades de concentração

Além disso, esse medicamento interage com outros remédios que atuam no sistema nervoso central e também com bebidas alcoólicas.

“Tanto o álcool como a droga atuam como depressores do sistema nervoso central. Então, o efeito dos dois fica potencializado, diminuindo a excitação cerebral”, esclarece a expert.

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Quem não pode usar clonazepam?

Esse remédio não deve ser consumido na gravidez, por causa do risco de malformação do feto, nem durante a amamentação, já que ele é transferido ao bebê através do leite. Caso a nova mamãe precise utilizá-lo, o aleitamento materno deverá ser descontinuado.

O clonazepam é indicado a crianças apenas no tratamento de distúrbios epilépticos. Se for receitado a idosos, as doses devem ser baixas, já que os efeitos colaterais aumentam ainda mais a probabilidade de tombos.

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O que acontece se houver superdosagem?

Se o medicamento for usado isoladamente, a superdosagem raramente está associada ao risco de morte. “No entanto, em alguns casos podem ocorrer ausência de reflexos, apneia, hipotensão arterial, depressão cardiorrespiratória e até coma”, alerta Gisele.

Quais os cuidados durante o tratamento

Por causa dos eventos adversos do clonazepam, os pacientes precisam evitar qualquer atividade que exija atenção e uma tomada de atitude rápida, como dirigir e operar maquinários.

A psiquiatra reforça o aviso sobre o risco de quedas entre idosos. “É importante tomar o remédio deitado e ter alguém por perto”, orienta.

Como deu para perceber, essa é uma droga que, a despeito dos benefícios, tem lá seus poréns. Por isso, é imprescindível usá-la com prescrição e, claro, acompanhamento médico.

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