Sedentarismo na infância leva a danos prematuros no coração
Colocar crianças e adolescentes para se movimentar mais contribui para evitar doenças cardiovasculares no futuro
Goste-se ou não da ideia, fato é que o que se fez ou se deixou de fazer na vida pode ter consequências para o coração lá na frente. E as repercussões de longo prazo vêm inclusive da infância — ou melhor, de quanto nos mexemos ou não nessa fase.
É o que atesta um novo estudo finlandês ao concluir que o comportamento sedentário e a inatividade física na mais tenra idade já sobrecarregam o músculo cardíaco ainda na adolescência.
A investigação foi realizada em colaboração entre as Universidades de Bristol e Exeter e a Universidade da Finlândia Oriental, e os resultados foram publicados no European Journal of Preventive Cardiology.
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A ausência de movimento, segundo a pesquisa com mais de 1,6 mil jovens acompanhados dos 11 aos 24 anos, eleva o risco de uma condição chamada hipertrofia ventricular esquerda, marcada pelo aumento progressivo da massa e do tamanho do coração.
Em adultos, ela eleva o risco de ataques cardíacos e morte prematura.
Por outro lado, colocar o corpo em ação funciona como um antídoto contra o perigo, ampliando a defesa do peito.
“Sabemos que condições associadas ao sedentarismo e a dietas ricas em gordura e sal, como obesidade e hipertensão, são fatores de risco adicionais para o desenvolvimento precoce de doenças cardiovasculares”, contextualiza a médica Vanessa Guimarães, coordenadora da cardiologia pediátrica do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Crianças, corram!
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O poder do cardiofitness
O aprimoramento da capacidade cardiovascular pode diminuir o risco de morte por qualquer causa em até 17%. Quando falamos de doença cardíaca, o índice chega a 18%.
Os dados são de uma análise da Universidade da Austrália Meridional publicada no British Journal of Sports Medicine.
Clique aqui para entrar em nosso canal no WhatsAppPara chegarem aos resultados, os pesquisadores realizaram 26 revisões sistemáticas, representando mais de 20 milhões de pacientes observados em 199 estudos.
A melhora na aptidão cardiorrespiratória é resultado de diversas modalidades, como corrida, ciclismo e natação. Ou seja, é possível escolher em um cardápio de opções o tipo de exercício que mais proporciona prazer, unindo o útil ao agradável. Só não vale ficar parado!