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Dia Mundial do Coração: sinais de doença cardiovascular exigem atenção

Saúde cardíaca está em alerta vermelho, aponta especialista. Conheça os principais problemas e como prevení-los

Por César Jardim, cardiologista*
Atualizado em 29 set 2023, 11h19 - Publicado em 29 set 2023, 09h28
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Doenças do coração são as que mais matam no país  (VEJA SAÚDE/SAÚDE é Vital)
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As doenças cardiovasculares se tornaram um grande problema de saúde pública em todo o mundo. Aqui no Brasil, são a principal causa de morte, representando 1.100 dos óbitos diários, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Diante desse cenário preocupante, o Dia Mundial do Coração (29/9) alerta as pessoas sobre a importância de prevenir as patologias, auxilia a identificar manifestações das principais enfermidades e orienta sobre os benefícios da adesão ao tratamento correto.

Hoje, o fator de risco mais predominante para as doenças cardíacas no país é a hipertensão arterial, com mais de 36 milhões de pessoas diagnosticadas.

Ainda que o número seja impactante, a situação na prática é ainda pior. Isso porque a enfermidade não costuma apresentar sinais no início e, silenciosamente, vai causando diversos danos ao organismo. Para controlar os estragos é fundamental seguir as orientações médicas.

No entanto, de acordo com um artigo publicado pela Revista Brasileira de Hipertensão, 70% dos pacientes não aderem ao tratamento. O resultado é o desenvolvimento de outras doenças que afetam, principalmente, os rins, o cérebro e o coração.

Vamos, a seguir, apresentar algumas delas.

+ Leia também: Infarto e AVC: mais de 90% das pessoas em alto risco não se tratam direito

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Arritmias cardíacas

Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), atualmente, mais de 20 milhões de brasileiros já descobriram o descompasso das batidas do coração.

Por ser uma enfermidade geralmente relacionada ao envelhecimento, é preciso investir em cuidados preventivos, como incluir o acompanhamento cardiológico na rotina de cuidados.

Muitos pacientes não têm manifestações físicas e a descoberta da arritmia acaba sendo acidental, tendo a morte súbita como a primeira e única manifestação.

Quando os sintomas aparecem, costumam ser:

  • Palpitações, percebidas na região do tórax ou na base do pescoço
  • As arritmias também podem ser sentidas como “falhas” ou “pulos” no batimento cardíaco
  • Tontura, sudorese e sensação de desmaio
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Doença arterial coronariana

Além da hipertensão arterial sem o controle adequado, diabetes, tabagismo, dislipidemia (colesterol e/ou triglicérides alterados), sedentarismo e estresse emocional aumentam as chances de desenvolvimento da doença arterial coronariana, que compreende os quadros de angina ou isquemia cardíaca e de infarto do miocárdio.

De acordo com um levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), com base nos dados do Ministério da Saúde, os casos de infartos registrados por mês mais que dobraram nos últimos 15 anos. A média mensal de internações decorrentes subiu quase 160%. Entre jovens de até 30 anos, o crescimento foi de 10%.

+ Leia também: Infartos em jovens aumentam há décadas, e não por causa de vacinas

A situação acende um alerta ainda maior porque apenas 2% dos brasileiros sabem reconhecer os sintomas de um infarto. Quando se trata das mulheres, o caso é ainda pior.

Muitas falecem sem um diagnóstico prévio, isso porque, a cada 100 mulheres que infartam entre 25 e 40 anos, 42 não apresentam dor no peito. Sem o sintoma clássico, há um entendimento equivocado do caso, que chega a ser interpretado até mesmo como um distúrbio psicológico.

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Portanto, vale listar os sintomas do infarto:

  • Dor no peito, que pode irradiar para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula, estômago e costas
  • Náusea
  • Desmaio
  • Cansaço inexplicável
  • Arritmia
  • Falta de ar

Estenose aórtica

A estenose aórtica é uma doença típica do envelhecimento, assim como outras doenças cardíacas. Trata-se do estreitamento de uma das válvulas do coração. Neste cenário, a passagem de sangue para o resto do corpo não ocorre como deveria.

A medicina tem avançado a passos largos para beneficiar pacientes de todas as idades com estenose.
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Hoje, já é possível realizar cirurgias cardíacas de forma não-invasiva, como o implante por cateter de prótese aórtica (do inglês TAVI, Transcatheter Aortic Valve Implantation), que permite a troca da válvula afetada pela estenose sem a necessidade de anestesia geral, abertura do tórax e circulação extracorpórea.
Nem sempre a estenose apresenta sintomas. Quando aparecem, podem ser:
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  • Sensação de fraqueza que impede a realização de atividades físicas
  • Tontura
  • Falta de ar
  • Pressão no peito

Insuficiência cardíaca

Geralmente, quando não tratadas de modo adequado, todas essas doenças podem culminar em uma insuficiência cardíaca, que é quando o coração perde a capacidade de bombear o sangue corretamente.

Embora o índice de cura seja muito pequeno, na maioria dos casos a pessoa convive bem com a doença. No entanto, em casos extremos, pode ser necessário realizar o transplante do coração.

A insuficiência cardíaca pode ser silenciosa. Mas há sintomas desta doença do coração:

  • Cansaço crônico
  • Falta de ar
  • Déficit cognitivo
  • Inchaço nas pernas
  • Inchaço no abdômen

Prevenir é melhor que remediar

A receita para prevenir ou atrasar esses danos ao coração já é conhecida: ingerir frutas e legumes, fazer pouco uso de álcool, não fumar, praticar, pelo menos, 150 minutos de atividade física por semana e realizar acompanhamento médico e exames periódicos são a chave para uma boa longevidade.

Assim, caso alguma alteração seja detectada, será possível intervir ainda no início e, dependendo do caso, reverter a situação, seja com dieta, medicação ou cirurgia.

* César Jardim, cardiologista e diretor clínico do Hcor

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