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Obesidade infantil: onde estamos e para onde vamos

A obesidade é um dos distúrbios nutricionais mais prevalentes entre crianças e adolescentes, em todos os países. Precisamos combatê-la

Por *Maria Arlete Meil Schimith Escrivão, pediatra*
Atualizado em 26 Maio 2023, 15h23 - Publicado em 11 out 2019, 15h21
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  • Houve uma mudança significativa na condição nutricional da população brasileira nas últimas décadas, com ascensão do sobrepeso e da obesidade e declínio do déficit de peso.

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    Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada no Brasil em 2008/2009, revelaram que 33,5% das crianças de 5 a 9 anos e 21,5% dos adolescentes de 10 a 19 anos estavam com excesso de peso.

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    A obesidade tem origem multifatorial e resulta da associação de fatores genéticos e ambientais, como hábitos alimentares inadequados e estilo de vida sedentário.

    O fácil acesso a alimentos industrializados com alta densidade energética, o aumento no tamanho das porções (principalmente dos fast foods) e a redução da atividade física contribuíram para a elevação do número de indivíduos obesos no mundo, atingindo todas as idades e todos os níveis socioeconômicos.

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    As crianças e os adolescentes obesos precisam ser identificados e controlados precocemente.

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    Com o passar do tempo, há piora do grau do excesso de peso e o aparecimento das comorbidades, como alterações do colesterol, dos triglicérides, da glicemia e pressão arterial, além dos problemas psicossociais provocados pelo estigma da obesidade.

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    Cabe ressaltar que um indivíduo obeso na infância e na adolescência tem grande risco de permanecer acima do peso na fase adulta.

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    Como consequência, pode sofrer uma redução na expectativa de vida por causa do aumento da probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras patologias associadas ao peso elevado.

    Precisamos fazer algo contra a obesidade infantil

    O aumento expressivo da prevalência de obesidade, a gravidade das suas repercussões, as dificuldades para o seu controle e o alto custo para a sociedade fazem desse distúrbio nutricional um relevante problema de saúde pública, que necessita ser combatido desde a infância.

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    A prevenção pode ser feita a partir dos cuidados primários de saúde e o pediatra tem papel de destaque nessa ação.

    Cabe a ele, por exemplo, fazer o monitoramento do peso e da estatura da criança.

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    Quando verificar aumento excessivo de peso em relação à altura, especialmente se os pais forem obesos, deve realizar uma orientação nutricional com o objetivo de evitar o desenvolvimento da obesidade. O quadro, uma vez instalado, é difícil de ser revertido.

    Também cabe ao pediatra a promoção do aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida e complementado a partir dessa idade até os 2 anos ou mais, fator que protege contra o excesso de peso.

    Esse profissional ainda deve orientar a introdução correta dos alimentos complementares, além de observar possíveis distúrbios na relação mãe-filho e na dinâmica familiar.

    Muitas vezes, o comportamento dos familiares interfere na esfera alimentar da criança e contribui para a instalação e manutenção da obesidade nessa fase.

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    Por falar em família…

    Sua participação ativa é fundamental para propiciar hábitos alimentares adequados, como incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras, e redução da oferta de alimentos com quantidades elevadas de açúcar, sal e gorduras.

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    Também é preciso evitar na rotina alimentar da criança a presença de bebidas com baixo valor nutricional e alto valor calórico, a exemplo de refrigerantes e sucos artificiais.

    Fazer as refeições com as crianças, ser modelo de consumo de alimentos saudáveis, observar sinais de fome e saciedade dos filhos e não realizar trocas afetivas exclusivamente por meio da alimentação (por exemplo: oferecer guloseimas como forma de dar afeto aos filhos) são outras importantes recomendações aos pais.

    A família deve ainda modificar o comportamento sedentário, estimulando a criança a ter um estilo de vida mais ativo.

    É preciso incentivar a troca do tempo gasto com TV, videogame, computador, tablet e celular por momentos de brincadeiras ao ar livre, caminhadas, passeios de bicicleta, etc. – todas essas atividades com o envolvimento dos pais.

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    O papel da escola no combate à obesidade infantil

    As intervenções no ambiente escolar também fazem parte das estratégias para o controle da obesidade infantil, com a vantagem de a escola já possuir uma estrutura organizada e ser possível atingir grande percentual da população a um custo baixo.

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    O tempo de permanência dos alunos nesse espaço é longo e, durante o período, eles fazem de uma ou duas refeições ao dia, durante cinco dias da semana.

    Destaca-se ainda o fato de o escolar ser um potencial agente de mudança na família e na comunidade onde está inserido.

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    Os modos de intervenção em escolas incluem a introdução no currículo escolar de matérias que forneçam informações sobre saúde, alimentação, nutrição, vantagens do exercício físico; atuação junto às lanchonetes e à merenda, assegurando maior oferta de alimentos saudáveis; e a promoção de práticas esportivas.

    Existem evidências científicas sobre a eficácia de outras medidas, como regulação do marketing de alimentos não saudáveis (principalmente aquele voltados para o público infantil), melhora da rotulagem dos produtos alimentícios, taxação de alimentos não saudáveis, além de mudanças na infraestrutura urbana para promover transporte ativo e aumentar espaços para recreação.

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    Como dá para perceber, as estratégias para o controle da obesidade necessitam da atuação de toda a sociedade – família, escola, órgãos governamentais, indústria alimentícia, sociedades científicas, mídia etc.

    O objetivo principal é modificar o ambiente “obesogênico”, que contribui para o excesso de peso em indivíduos geneticamente predispostos.

    *Pediatra com atuação em Nutrologia e membro Departamento de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo

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