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Como as healthtechs podem ajudar a saúde mental e o sono dos brasileiros

Startups nacionais desenvolvem soluções para os desafios que têm marcado esse período de distanciamento social, como estresse, ansiedade e insônia

Por Paulo Quirino, coordenador do programa de startups da Samsung*
4 jun 2021, 16h38
mulher com insônia tentando dormir com relógio à frente
Startup paulista desenvolveu aplicativo para lidar com insônia, problema mais frequente no novo normal. (Foto: GI/Getty Images)
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O objetivo de se diferenciar oferecendo soluções para o cotidiano faz das healthtechs, como são chamadas as startups que desenvolvem tecnologias e soluções para otimizar ações relacionadas ao sistema de saúde e bem-estar, importantes aliadas diante de um dos principais desafios impostos pelo distanciamento social: a saúde mental. E um dos focos mais eficientes para promover essa melhoria está no auxílio ao desenvolvimento de rotinas.

Apesar de a necessidade de se manter em casa por mais tempo fazer parte do dia a dia de parte considerável dos brasileiros há mais de um ano, ainda existe dificuldade para a adaptação das rotinas, aliando as tarefas domésticas a home office, estudo, prática de exercícios físicos ou atividades de lazer. O abalo dessa readequação no planejamento mental pode gerar diversos problemas, como estresse, ansiedade e burnout. É diante disso que se destaca o perfil dinâmico das startups e os caminhos viáveis que são capazes de desenhar.

As healthtechs podem encontrar rapidamente formas práticas de resolver necessidades do cotidiano, desenvolvendo tecnologias que aprimoram tratamentos, com maior acessibilidade e custo-benefício, aproximam o contato com médicos, respeitando os protocolos de distanciamento social, e até permitem pesquisar e criar medicamentos.

No cenário atual, uma das dificuldades mais comuns tem sido a insônia, geralmente consequência da busca por uma rotina quase completamente readaptada dentro de casa. E já encontramos no Brasil startups que auxiliam diretamente os usuários a criar horários fixos para dormir e acordar. Tudo com a ajuda da tecnologia, que otimiza a captação e a utilização de dados para que os resultados sejam melhores e, na prática, tornem o sono mais saudável — um fator primordial para repor as energias, fortalecer o sistema imunológico e preservar as funções cognitivas.

Com esse propósito, um bom exemplo de solução vem da SleepUp, de São Caetano do Sul (SP), que está na edição atual do Samsung Creative Startups, programa nacional de aceleração de startups da Samsung. A healthtech desenvolve um tratamento remoto, virtual e personalizado por meio de um aplicativo, que pode ser baixado em um smartphone e oferece, gratuitamente, um “diário do sono” para registrar informações como a qualidade e a duração das noites bem ou mal dormidas, uso de medicações etc. Mais do que isso, fornece uma terapia virtual geral e monitoramento contínuo, testes e relatórios diários sobre a evolução do tratamento.

Há ainda um plano pago em que os dados são captados e analisados. Depois, é fornecida orientação personalizada para melhoria do sono, o que permite tratar a insônia e obter resultados duradouros graças a uma abordagem integrada, que inclui alimentação, atividade física, música, meditação e estruturação da rotina. Além disso, é oferecida uma faixa que possui tecnologia para, quando suavemente colocada na cabeça durante o sono, captar sinais vitais e enviá-los para o aplicativo — isso permite detectar e interpretar movimentos, a atividade cerebral, a temperatura e os batimentos cardíacos.

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É importante ressaltar que esses atributos não foram criados para substituir os médicos, mas para aprimorar o tratamento com informações precisas e personalizadas e até disponibilizar consultas de forma remota. Mais uma prova da capacidade das healthtechs de revolucionar uma cultura de lidar com a saúde apenas quando se diagnostica uma doença.

As startups aprimoram a busca por dados e os reúnem, facilitando a comunicação para que qualquer irregularidade seja detectada antes de se tornar algo mais grave, em uma oferta de tecnologia que democratiza o acesso a esses tratamentos e monitoramentos.

* Paulo Quirino é coordenador nacional do Programa Creative Startups na área de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung

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