Pesquisadora brasileira desenvolve iogurte com ômega-3
O produto derivado do leite ainda leva fitoesteróis. É um combo que agrada ao coração
Acrescentar ômega-3 aos alimentos não é tarefa simples. É que essa gordura boa, celebrada sobretudo pelos préstimos ao peito, geralmente vem dos peixes. Moral da história: o cheiro forte prejudica a receita.
Mas a pesquisadora Talita Aline Comunian encontrou maneiras de enriquecer um iogurte com o nutriente sem interferir no sabor. O projeto foi desenvolvido na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo.
O primeiro passo foi recorrer ao óleo da semente da planta echium, que não é encontrada no Brasil. “O ingrediente tem uma boa proporção de ômegas-3 e 6“, relata Talita. Depois, ela criou uma microcápsula formada por esse óleo e outros dois compostos: os fitoesteróis e o ácido sinápico. O primeiro é conhecido por baixar o colesterol, enquanto o segundo tem propriedades antioxidantes.
Ao protegê-los, a expert garantiu a eficácia das substâncias por muito mais tempo. “Se colocasse o óleo e os fitoesteróis no iogurte sem a cápsula, a degradação ocorreria rapidamente”, informa. No teste de sabor, o produto também fez bonito. Não à toa, já há empresas interessadas na fórmula.
Echium, quem é você?
Locais de origem
A planta marca presença na Europa, na África e na Ásia.
Onde tem ômega-3
Ele aparece no óleo retirado da semente da echium.
Formas de uso
Lá fora, o óleo é utilizado em alimentos e cosméticos.
Um diferencial
Ajuda vegetarianos a incluírem o ômega-3 na dieta.