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Probióticos ajudam a tratar síndrome do intestino irritável?

Doença está relacionada à microbiota, mas mexer com ela pode não ser simples

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 21 nov 2024, 20h40 - Publicado em 21 nov 2024, 15h20
mulher com dor de barriga
A síndrome do intestino irritável é mais comum entre mulheres por volta dos 20 aos 40 anos. (Veja Saúde/Veja Saúde)
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A síndrome do intestino irritável (SII) é um dos incômodos mais comuns da atualidade. Estima-se que atinja de 10 a 20% da população geral, acometendo principalmente mulheres entre 20 e 40 anos.

Apesar de provocar dor abdominal, sensação de intestino estranho, gases, distensão adbominal, diarreia recorrente ou constipações severas, não há nada de errado fisiologicamente, que se detecte num exame, no intestino do indivíduo.

Como não tem uma causa física concreta, o tratamento varia muito de pessoa para pessoa. Neste sentido, será que suplementar probióticos, bactérias vivas, pode ajudar?

O que é a síndrome do intestino irritável

Trata-se de uma doença multifatorial, e a comunicação entre cérebro-intestino é fundamental para compreendê-la.

“E quando a gente fala disso, não necessariamente é só emocional, são questões fisiológicas de comunicação entre os órgãos que se são diferentes”, explica Maria do Carmo Passos, médica assistente do Instituto Alfa de Gastroenterologia – Hospital das Clínicas UFMG, que falou com VEJA SAÚDE durante o evento Conecta*, em Salvador.

“Uma das características mais comuns, por exemplo, é a alteração da sensibilidade das vísceras. Por exemplo, um gás está passando pelo meu intestino aqui, perto do estômago, e eu não sinto nada, mas uma pessoa com SII, com uma hipersensibilidade, pode sentir. E aí surge um desconforto atípico”, exemplifica.

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O estresse pode desencadear crises, mas a dieta, o estilo de vida, e até a microbiota interfere: “As bactérias e todo seu microuniverso participam efetivamente da fisiopatologia da condição”, crava a especialista.

Apesar da mortalidade ser zero, o impacto na qualidade de vida é altíssimo. Muitas pessoas deixam de viajar ou comer com medo de não ter banheiro perto, recusam reuniões sociais, relações pessoais, laborais e até sexuais com receio de consequências associadas.

“Em vários trabalhos realizados, avaliaram que ela gera um impacto semelhante ao da doença de Crohn, que é muito mais grave do ponto de vista orgânico, de complicações”, explica a gastroenterologista.

Como se trata essa doença?

Hoje em dia o tratamento da doença está muito associado aos sintomas individuais: os médicos tentam encontrar a principal queixa para tratar e fazem recomendações de estilo de vida, como ajuste de dieta (evitar alimentos que pioram a condição), prática de exercícios, bom sono, etc.

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E os probióticos? São uma boa opção?

Se o microbiota está relacionado com a condição, bactérias vivas seriam uma boa opção terapêutica?

“Se o médico achar que convém e se houver um caso de disbiose associado, os prebióticos são uma opção, pois tratam-se de fibras, ácidos graxos de cadeia curta, que vão alimentar adequadamente as bactérias do seu microbioma”, explica Maria do Carmo.

Mas o probiótico em si ainda é uma questão delicada. “O problema é que muitas vezes apenas uma cepa bem específica vai funcionar. Não é qualquer um que ajuda, em qualquer quantidade, por isso é difícil receitar”, pondera a especialista.

A médica explica que há uma espécie de crença popular que de probióticos no geral são bons, mas as bactérias têm indicações diferentes. “E muitos médicos ainda não sabem disso, assim como a média das pessoas, que acham que quanto mais melhor. Não existe isso”, completa.

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É sempre importante ter uma indicação de um especialista antes de colocar bactérias externas na sua microbiota.

*A repórter viajou à convite da Apsen Farmacêutica 

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