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Onda silenciosa de Covid-19 põe idosos e crianças em risco

Rápida transmissão das subvariantes da Ômicron cria um arrastão de casos leves, com subnotificação. Alta nos números faz mundo voltar a posição de alerta

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 17 jun 2022, 10h28 - Publicado em 16 jun 2022, 12h00
quarta onda covid
Coronavírus: aglomerações e relaxamento no uso de máscaras são alguns dos fatores que explicam nova subida de casos no Brasil (Foto: Gabriella Clare Marino/Unsplash/Divulgação)
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O Brasil pode estar em meio a uma quarta onda silenciosa de Covid-19. E há dois motivos básicos para usar o termo “silencioso”.

  1. A maioria dos infectados apresenta sintomas leves por causa da vacinação.
  2. Há uma provável subnotificação, já que muitos pacientes agora descobrem o diagnóstico com autotestes e não chegam notificar as autoridades ou estabelecimentos de saúde.

Independentemente disso, a nova escalada do vírus é inegável, com aumento de casos e óbitos A média móvel de mortes voltou a superar a chegar na casa das cententas.

E esse movimento é global. A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que foram registrados na última semana mais de 3 milhões de novos casos pelo mundo, e mais de 8 700 mortes.

“Não podemos olhar para esses números sem nos preocupar. É inaceitável haver essa quantidade de mortes por Covid em um cenário com ferramentas de prevenção, detecção e tratamento da doença”, afirmou Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS.

Nessa onda de casos leves, quem mais fica em risco são os idosos, imunossuprimidos e crianças não vacinadas. Em meio ao inverno, essas faixas etárias ainda sofrem com a alta circulação de outras infecções respiratórias, como a gripe entre os idosos e a bronquiolite entre bebês.

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Segundo dados do InfoGripe, boletim divulgado pela Fiocruz, as ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estão subindo. Cerca de 48% desses episódios decorrem da Covid-19.

+ Leia também: Covid-19: por que a Ômicron não pode ser considerada leve?

Cada país tem as suas características e fatores para explicar esses números. “Já era esperado que houvesse um aumento de casos com a rotina das pessoas voltando ao normal e a liberação de máscaras. Ainda é preciso lembrar de que, no meio dessa população em circulação, há os não vacinados”, Sylvia Lemos, infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Os que não receberam nenhuma dose facilitam a transmissão do coronavírus e ainda estão mais suscetíveis à forma grave da doença.

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Mais alguns fatores ajudaram nesse processo, como a chegada das subvariantes “filhas” da Ômicron, conhecidas pela transmissão cada vez mais rápida. Após a passagem da BA.2, quem vem ganhando terreno são a BA.4 e a BA.5. Nas últimas quatro semanas, a incidência delas em testes no Brasil subiu 10,4% a 44%, respectivamente. Isso segundo dados divulgados pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS). Foram analisados mais de 120 mil testes cedidos pelos laboratórios DB Molecular, Dasa e HLAGyn.

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Estudos preliminares apontam que essas cepas driblam, ao menos parcialmente, da imunidade adquirida pela infecção das anteriores, BA.1, e BA.2.  “Mas não há nada publicado mostrando que escapam completamente das vacinas”, afirma Sylvia.

Por outro lado, a ciência já sabe que os imunizantes atuais têm uma validade de proteção ótima contra o vírus que varia de quatro a seis meses. O Brasil vacinou quase 80% de sua população, porém mais da metade dos brasileiros ainda hesita em tomar as injeções de reforço.

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Futuro mais preocupante

Para que pandemia se mantenha sob controle, alguns comportamentos precisarão ser reforçados. “Máscara e álcool gel são itens que não podem mais sair da bolsa”, defende o infectologista Luiz Otávio da Fonseca, da Paraná Clínicas. E, claro, a imunização precisa estar em dia.

Por isso a quarta dose começa a ser anunciada a alguns grupos. O Ministério da Saúde estendeu essa recomendação — cujo nome correto agora é segundo reforço — para pessoas acima dos 50 anos e profissionais de saúde.

+ Leia também: Tire 7 dúvidas sobre isolamento e testagem por Covid-19

“É difícil prever o que ocorrerá nos próximos meses. Os casos podem até começar a cair, mas há a probabilidade de surgirem novas variantes se continuarmos dando chance para o vírus circular livremente”, afirma Fonseca.

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