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Vírus respiratório perigoso para bebês chegou antes do esperado

O vírus sincicial respiratório (VSR) está por trás de bronquiolite e pneumonia nos pequenos. Dados mostram que sua circulação começou antes do previsto

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 15 mar 2022, 19h39 - Publicado em 15 mar 2022, 19h34

O vírus sincicial respiratório (VSR) entrou no radar dos médicos antes do esperado. Após o relaxamento das medidas de isolamento devido à pandemia, as taxas de transmissão desse agente infeccioso subiram no fim do ano passado, mesmo com as temperaturas ainda quentes – clima incomum para sua circulação.

Pouco conhecido pela população em geral, esse vírus é responsável por 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias em crianças de até 2 anos.

Segundo dados do Infogripe, a ocorrência dele foi alta nos últimos meses em todas as regiões do país. E a preocupação aumenta porque logo mais teremos o outono e o inverno, estações em que o VSR normalmente já faz estragos.

“Os vírus estão sempre circulando por aí, mas cada um tem a sua sazonalidade. O VSR é mais comum a partir de março e fica relevante até o inverno. Quando essa tendência muda, a única coisa que podemos levantar são teorias, como a volta às aulas, que expôs as crianças pequenas após um período de isolamento”, avalia Giovanna Sapienza, infectologista do Centro de Prevenção Meniá.

De acordo com a médica, ele provoca doenças respiratórias de qualquer tipo, inclusive resfriados. “Mas o quadro muda de figura com os bebês”, informa. Neles, como contamos, as repercussões podem ser mais sérias. Tanto que muitos precisam de internação hospitalar, às vezes em UTI.

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“Ocorre menos, mas idosos e pessoas com problemas pulmonares e imunossuprimidos também podem enfrentar sintomas mais graves”, nota Giovanna.

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O que é a bronquiolite

Segundo Werther Brunow de Carvalho, pediatra do Hospital Santa Catarina, trata-se de uma infecção nos bronquíolos (ramificações dos brônquios) que levam oxigênio aos pulmões. “Quanto mais nova a criança, mais grave pode ficar”, afirma.

O médico explica que a mortalidade por causa da doença não é alta nas crianças, mas os sintomas trazem bastante sofrimento, já que há dificuldade para respirar.

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+ LEIA TAMBÉM: Os sintomas da bronquiolite e os tratamentos em bebês

Um risco que é raro, mas existe, é o de sequelas. “Quando o vírus age de forma muita agressiva contra as defesas da criança, o pulmão pode perder um pouco de sua capacidade”, exemplifica Carvalho.

Cabe lembrar que, após a infecção, não se adquire imunidade. Ou seja, a criança que pegou o vírus uma vez pode ter que enfrentá-lo novamente.

Prevenção e tratamento

Não existe vacina contra o VSR, mas há um medicamento preventivo disponível para bebês de alto risco (isto é, prematuros até 28 semanas e 6 dias, portadores de cardiopatias congênitas e com doença pulmonar crônica). É o anticorpo monoclonal palivizumabe, aplicado mensalmente durante cinco meses.

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No que diz respeito aos outros grupos de crianças, saiba: “O aleitamento materno é uma das armas mais eficazes”, garante o médico de família Pedro Cavalcante, especializado em pediatria pelo Instituto de Pediatria da Universidade de São Paulo (USP).

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Ainda de acordo com Cavalcante, em caso de infecção é preciso manter as vias aéreas bem limpas e fazer inalação com soro. Quando há piora, é possível recorrer a alguns medicamentos, mas só depois de avaliação médica.

Assim como o coronavírus, o vírus sincicial respiratório é transmitido sobretudo por aerossol – aquelas gotículas que saem da boca ao falar, tossir e espirrar. Portanto, o ideal é evitar situações que exponham o bebê a grandes aglomerações.

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“E, no caso do VSR, a infecção devido ao contato com superfícies contaminadas também é comum. Ele fica no teclado, no mouse, nas maçanetas, nas mesas, nos alimentos, etc”, ressalta Giovanna. Essa forma de transmissão não é tão importante quando falamos do Sars-CoV-2.

O tempo de vida do vírus nas mãos é de menos de uma hora. No entanto, em superfícies duras e não porosas, pode chegar a aproximadamente 24 horas.

+ LEIA TAMBÉM: VSR: um vírus pouco conhecido, mas muito perigoso

Lavar bem as mãos e usar máscara ao se aproximar da criança se tiver sintoma gripal são algumas dicas simples para evitar a transmissão.

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“Um agravante pouco mencionado são os pais fumantes. Uma criança que inala a fumaça fica mais predisposta a ter bronquiolite aguda”, alerta Carvalho.

Sintomas

A coriza em bebês pode estar associada a diversas questões respiratórias, mas cabe maior preocupação quando houver nariz entupido, ruído ao respirar, tosse, chiado no peito e febre.

“A criança começa a sentir dificuldade de respirar e não aceita alimentação”, descreve o pediatra do Hospital Santa Catarina. Cavalcante acrescenta que a respiração atravancada pode deixar a criança mais pálida e com as pontinhas dos dedos roxas.

O melhor é buscar atendimento médico imediato. O exame físico somado a testes complementares, como raio x do tórax, confirmam o diagnóstico.

Fatores que tornam o VSR mais perigoso:

  • Ser criança com idade inferior a 2 anos
  • Entrar em contato com adultos infectados
  • Ter deficiências imunológicas
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