Estudiosos da Universidade King’s College, na Inglaterra, revisaram 11 pesquisas anteriores que, juntas, abrangeram um total de 172 participantes. As analises incluíam pessoas que tiveram o sono parcialmente restrito e outras que puderam relaxar na cama à vontade. Além disso, foi medida a quantidade de calorias ingeridas por todos os voluntários no dia seguinte.
Ao reunir esses dados, os cientistas descobriram que o grupo privado de sono comeu, em média, 385 calorias a mais. Essas pessoas ainda ingeriam proporcionalmente mais gordura e menos proteína. Por outro lado, a quantidade de energia gasta ao longo do dia não sofreu nenhuma alteração — ou seja, o tempo a mais que os indivíduos passaram acordados não foi utilizada para mexer o corpo.
O problema reside justamente aí. Afinal, a obesidade surge eminentemente do desequilíbrio entre a ingestão e a queima calórica. Logo, se a falta de horas dormidas eleva o consumo de energia sem aumentar o gasto, pode contribuir para o surgimento de quilinhos extras.
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Os autores reforçam que ainda são necessários mais estudos para comprovar essa possibilidade. Mas há algumas hipóteses para explicar o elo encontrado: em um trabalho anterior com 26 adultos, descobriu-se que indivíduos que dormiam pouco, quando expostos a alimentos, superativavam uma área do cérebro associada à recompensa.
Isto é, eles provavelmente ficaram mais tentados a encher a barriga. Outra possível razão inclui o desajuste do relógio interno do corpo, que afeta a regulação dos hormônios leptina e grelina, responsáveis pela sensações de fome e saciedade.