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Câncer de próstata: menos preconceito, mais cuidado

Consultar regularmente o médico e realizar exames de rotina são atitudes fundamentais para o diagnóstico precoce, que amplia as chances de cura

Por Abril Branded Content
15 nov 2024, 10h00
Ilustração
 (ABC/Abril Branded Content)
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Desde 2011, o décimo primeiro mês do ano é marcado pela campanha Novembro Azul, lançada no Brasil pelo Instituto Lado a Lado pela Vida para alertar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata e outras doenças que atingem a população masculina. 

“O objetivo é que os homens assumam o protagonismo no cuidado com sua saúde, seja na mudança de hábitos, para ter mais qualidade de vida, seja no agendamento de consultas com o médico e na realização de exames preventivos. Porque hoje, na maioria dos casos, é a mulher que desempenha esse papel”, explica Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.

Segundo uma pesquisa realizada em 2023 pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) sobre a percepção do homem em relação à própria saúde1, 46% deles só vão ao médico quando sentem algum incômodo. E, apesar do descaso, metade tem medo ou ansiedade quando pensa na possibilidade de ficar doente. Entre as doenças urológicas que mais preocupam, o câncer ficou na frente, com 58% das respostas1

O câncer de próstata

A preocupação faz sentido, já que anualmente cerca de 225 mil homens são diagnosticados com câncer no Brasil2. E depois do câncer de pele não-melanoma, o de próstata é o tipo mais comum entre os homens, seguido do colorretal, pulmão, estômago e boca2.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, o Brasil terá 71.730 novos casos de câncer de próstata3.

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“Na fase inicial, a doença não apresenta sintomas”, conta Vinicius Paníco, urologista e membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida. Ele diz, no entanto, que quando há sinais, em 90% das vezes o quadro já progrediu para um câncer localmente avançado ou, até mesmo, metastático. “Nesse caso, o paciente recebe um tratamento paliativo, para controle da doença e dos seus sintomas, como dor para urinar, ardência, sangramento na urina e dificuldade de esvaziar a bexiga”.

E, como infelizmente muitos homens descuidam da saúde, em 20% dos casos ela é diagnosticada em estágios avançados4.

“Por outro lado, quando diagnosticado em estágio inicial, ele tem até 90% de chance de cura com a cirurgia5. Por isso, o homem deve realizar anualmente o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal. E, se necessário, o urologista pode solicitar o ultrassom para avaliar o tamanho da glândula, já que a partir dos 50 anos o risco de hiperplasia prostática benigna é maior”, conta o médico. 

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“Mas, infelizmente, o preconceito e o machismo ainda impedem muitos homens de fazer o rastreamento e proteger sua saúde”, acrescenta Marlene.

Atenção redobrada

Paníco alerta que algumas pessoas fazem parte do grupo de risco para o câncer de próstata e devem iniciar mais cedo o acompanhamento anual com urologista, a partir dos 45 anos4. “São os pacientes afrodescendentes e aqueles que têm histórico familiar de parentes de primeiro grau com câncer de próstata, como por exemplo avô, pai, tio ou irmão. Os demais homens podem começar o rastreamento com 50 anos”.  

Atenção à própria saúde

Em 2022 o professor Luciano Ferreira consultou um médico por causa de problemas gástricos. “Entre os diversos exames ele solicitou o PSA, que estava alterado. A partir da realização do exame de toque e da ressonância magnética, veio o resultado. Aos 46 anos de idade eu estava com câncer de próstata”, lembra.

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A doença, no entanto, ainda estava em estágio inicial e as chances de cura eram altas. Luciano passou por cirurgia e não precisou fazer quimio nem radioterapia. “O diagnóstico precoce foi fundamental”, ele conta, destacando que hoje mudou seus hábitos. “Eu já tinha uma rotina saudável, me alimentava bem e não fumava. Mas, hoje, sou mais cuidadoso, visito periodicamente o médico e dou atenção a sintomas que antes deixava de lado. Os homens devem colocar na sua rotina a consulta ao urologista. O câncer é uma doença silenciosa e não atinge apenas os idosos. Deixem o machismo e o preconceito de lado, a nossa saúde é o que mais importa”, alerta. 

Referências:

  1. Sociedade Brasileira de Urologia. Portal da Urologia. Apenas um terço dos homens se considera muito preocupado com a sua própria saúde. Disponível em: https://portaldaurologia.org.br/novidades/noticias/apenas-um-terco-dos-homens-se-considera-muito-preocupado-com-a-sua-propria-saude. Acesso em 29 de outubro de 2024.
  2. Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). 5 tipos de câncer mais incidentes em homens. Disponível em: https://sbco.org.br/5-tipos-de-cancer-mais-incidentes-em-homens/. Acesso em 29 de outubro de 2024.
  3. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2023.pdf. Acesso em 29 de outubro de 2024.
  4. Ministério da Saúde – Biblioteca Virtual em Saúde. Novembro Azul: mês mundial de combate ao câncer de próstata. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/novembro-azul-mes-mundial-de-combate-ao-cancer-de-prostata/. Acesso em 29 de outubro de 2024.
  5. Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo – Câncer de próstata tem 90% de chance de cura quando descoberto na fase inicial. Disponível em: https://capital.sp.gov.br/web/saude/w/noticias/320429. Acesso em 29 de outubro de 2024.
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