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Espironolactona: bula, para que serve e como usar

Diurético popularizado por seu uso contra acne é ferramenta importante na luta contra a insuficiência cardíaca. Saiba mais

Por Ingrid Luisa
8 nov 2024, 10h30
Esse remédio deve ser tomada com indicação médica
Esse remédio deve ser tomada com indicação médica (Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
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Recentemente, a espironolactona tem se popularizado por conta de um uso adjuvante: combate à acne e melhora da pele.

Muitas mulheres que estão trocando a pílula anticoncepcional por outro método contraceptivo, por exemplo, recebem a indicação para tomar essa medicação devido ao seu efeito antiandrogênico, reduzindo assim as chances de surgirem de espinhas.

Mas, na verdade, a espironolactona é um diurético muito importante em diversas demandas relacionadas ao equilíbrio do sistema cardiovascular: pressão alta, insuficiência cardíaca, distúrbios edematosos, atuando também nos rins, fígado, sistema endócrino e outras questões que envolvem edemas

Esse remédio é fornecida pelo SUS e vendido sob nomes comerciais como Aldactone, Aldosterin, Aldazida (quando associado à hidroclorotiazida), dentre outros.

+Leia Também: Com o coração nas nossas mãos: aprenda a cuidar melhor dele

O que é a espironolactona?

É um diurético poupador de potássio, que atua nos rins. Ela barra a ação do hormônio aldosterona, gerando excreção de sódio, consequentemente de água, e absorção de potássio.

Sua forma química é semelhante a de um hormônio esteroide, por isso, de forma geral, a espironolactona também pode ocupar receptores de hormônios andrógenos (como a testosterona), assim tendo uma ação moderada contra eles.

+Leia Também: Epidemia de hormônios anabolizantes: quais os riscos?

Para que serve a espironolactona?

“É uma das drogas mais importantes para tratamento da insuficiência cardíaca. A aldosterona atua promovendo o aumento da síntese de colágeno tipo I no coração, o que piora a insuficiência. Por isso, é importante barrar essa via”, explica Múcio Tavares, coordenador do Projeto Insuficiência Cardíaca da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP).

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Em estudos, a espironolactona reduziu mortalidade em casos de insuficiência cardíaca, melhorou a hipertensão arterial, e é muito usada em hiperaldosteronismo (superprodução patogênica desse hormônio). Seu efeito diurético também auxilia em casos de retenção de líquidos.

Em distúrbios onde há perda de potássio pelo rim, ela também é utilizado, assim como nos casos de cirrose hepática (principalmente com ascite presente).

Na endocrinologia e dermatologia, usa-se a medicação para redução do efeito dos hormônios andrógenos, em doenças como síndrome dos ovários policísticos (SOP), hiperplasia adrenal congênita, ou mesmo acne da mulher adulta. Ela também pode ser indicada para tratamentos de feminilização em mulheres trans.

+Leia Também: Dos hormônios ao coração: quatro notícias quentes de um congresso médico

Posologia e como tomar

A espironolactona é comercializada em comprimidos de 25, 50 e 100mg, e a dose pode variar bastante dependendo da condição tratada.

As doses mais baixas são as relacionadas a questões cardíacas: de 25 a 50mg por dia. Já para efeito antiandrogênico, doses de 100 a 200mg podem ser recomendadas, e até 400mg diários podem ser prescritos para mulheres trans.

Lembrando: é essencial consultar um médico para saber a melhor dose para cada caso.

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Efeitos colaterais da espironolactona

“Pelo bloqueio de hormônios sexuais masculinos, ela pode levar o indivíduo a diminuir libido, tanto homens quanto mulheres, mas para homens pode contribuir com a impotência sexual”, afirma Tavares. “Não é em todo paciente que toma que ocorre, mas pode aparecer”, pondera.

Os homens ainda podem sofrer com ginecomastia (aumento das mamas). Nas mulheres, o risco é de irregularidade menstrual e aumento das mamas, além delas não poderem engravidar, já que a medicação pode ter efeito teratogênico em fetos do sexo masculino.

Doses menores costumam ser melhor toleradas, sem efeitos colaterais mais graves.

Também é importante controlar os eletrólitos do corpo para evitar acúmulo de potássio (hiperpotassemia) e falta de sódio.

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Por ser um diurético, ela aumenta as idas ao banheiro.

+Leia Também: Remédios ou chás: entenda o papel dos diuréticos

Contraindicações

Mulheres grávidas, como já foi mencionado, não devem tomar. Pessoas com hiperpotassemia ou insuficiência renal também não.

Para saber mais, procure um profissional da saúde.

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+Leia Também: Morte de Cid Moreira: o que é a insuficiência renal crônica

Bula da espironolactona

A bula da espironolactona com mais informações, fornecida pela Anvisa, pode ser acessada aqui.

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