Duplo J: saiba quando procedimento é necessário
Usado em cirurgias na uretra e de remoção de pedras nos rins, o cateter duplo J pode trazer problemas se não for removido no tempo adequado
Como o nome indica, o duplo J é um cateter longo com as pontas enroladas, lembrando o formato da letra J. Usado para manter o canal urinário aberto, o duplo J fica com parte presa ao rim e outra à bexiga.
Desde a década de 1960, a inserção de duplo J é um procedimento comum na urologia, indicado para casos de cálculo uretral, estenose uretral e outros problemas que geram obstrução ou dificultam o fluxo de urina.
Quando o duplo J é necessário?
A função do cateter duplo J é manter a uretra – canal que permite a passagem da urina da bexiga até o exterior do corpo – aberta em casos de obstrução ou estreitamento.
A inserção pode ser recomendada em casos de cálculo renal, em que é preciso manter a uretra aberta para que os fragmentos de pedras possam ser expelidos. O duplo J também pode ser usado como dilatador quando há estreitamento da uretra – alguns casos ocorrem quando há tumores na região colorretal, no útero, na bexiga ou na próstata.
O cateter ainda pode ser inserido com a finalidade de estabilizar a uretra após uma cirurgia no canal. A inserção é cirúrgica, e medicações podem ser receitas para diminuir o desconforto e inchaço causados pelo cateter.
O ideal é que o duplo J só seja utilizado até que haja melhora na situação de saúde que afeta a uretra, ou até a cicatrização do procedimento cirúrgico no canal.
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Complicações e cuidados
Apesar de poder ser utilizado por mais tempo, o duplo J precisa ser removido ou trocado em no máximo 6 meses depois da inserção. É comum sentir irritação ou desconforto na região com o uso do cateter.
Em casos de cálculo renal, podem ocorrer incrustações ao redor do cateter, e novas pedras podem se formar e bloquear o fluxo urinário. Não é raro que cateteres sejam esquecidos ou que se ultrapasse o período adequado de troca do equipamento.
Nesse caso, uma cirurgia para remover o cateter e os cálculos renais que se formaram em torno dele. Em situações graves, as complicações do uso inadequado do duplo J podem até levar à morte.
Outras complicações possíveis devido ao uso do cateter são:
- Infecção do trato urinário;
- Formação de fístulas;
- Sangue na urina;
- Pielonefrite – infecção bacteriana em um ou dois rins;
- Dor;
- Hidronefrose – inchaço renal por conta do acúmulo de urina;
- Perda de função renal.
As complicações são mais frequentes em pessoas grávidas, em quem tem histórico de nefrolitíase (pedras nos rins) e quando há problemas anatômicos na uretra ou rim. A quimioterapia também aumenta a chance de complicações.
Em casos de problemas com o duplo J, além da remoção do cateter, pode ser necessários mais de um novo procedimento para fragmentação de cálculos renais ou para extrair as pedras nos rins.