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Cientistas propõem novo “relógio biológico” para prever envelhecimento

Estudo com participação de brasileiro propõe que alterações em proteína que dá forma ao DNA podem ajudar a medir desgaste das células

Por Larissa Beani Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
12 mar 2025, 15h00
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Estudo com participação de cientista brasileiro aponta novo parâmetro para prever envelhecimento humano (Malvestida/Unsplash)
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Os fios ficam grisalhos, as rugas tomam conta das nossas expressões faciais e as juntas já não são mais as mesmas… Mas, antes que o processo de envelhecimento se torne tão evidente, mudanças mais sutis vão acontecendo no nosso corpo. Mais especificamente, no nosso material genético.

Em laboratórios de todo o mundo, cientistas trabalham para descobrir novas formas de flagrar o envelhecimento humano de maneira precisa, e assim antever o risco de desenvolver doenças típicas da idade, como Alzheimer, câncer e problemas cardíacos.

Em janeiro, um artigo publicado na renomada revista científica Science Advances sugeriu que avaliar marcadores de proteínas que ajudam a compactar o nosso DNA é uma boa forma de estimar o quanto nosso corpo está envelhecendo, independente da idade do RG.

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Chamadas histonas, essas proteínas ajudam a dar forma aos cromossomos, estruturas que guardam o DNA compactado e garantem que nosso extenso material genético caiba dentro do núcleo das nossas pequenas células. Ao sustentar o formato dessa sopa de letrinhas, elas também colaboram para que os genes funcionem da maneira correta.

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Os cientistas utilizaram modelos computacionais para avaliar sete tipos de alterações em histonas ligadas ao envelhecimento humano. O resultado foi tão preciso quanto o modelo padrão utilizado hoje em dia para prever o desgaste celular a metilação do DNA.

A metilação do DNA é outro processo relacionado à expressão gênica. É um processo natural, que pode influenciar como e quais genes são “ativados” em determinada situação ou período da nossa vida.

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Relógios biológicos

“Esses processos e proteínas têm sido estudados nas últimas décadas como formas de preverem nosso real envelhecimento e como isso afeta o desenvolvimento de certas doenças. Por isso, eles são apelidados de ‘relógios biológicos’“, explica Lucas Paulo de Lima Camillo, bioquímico brasileiro que pesquisa o tema na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e é um dos coautores do artigo.

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São parâmetros diferentes do “relógio biológico” do ritmo circadiano, que se atém ao nosso ciclo de sono-vigília. Eles, na verdade, apontam as diferenças entre a nossa idade biológica (o quão jovem ou envelhecido está nosso corpo) e a cronológica (que nós celebramos a partir do nosso nascimento).

Uma pessoa jovem que fuma ou bebe com frequência, por exemplo, pode envelhecer precocemente e ter, mais cedo, problemas de saúde que só apareceriam em idade avançada.

“O estudo do envelhecimento permite que identifiquemos riscos a saúde e saibamos como predisposições genéticas ou fatores externos [como maus hábitos] interferem no nosso bem-estar a curto e longo prazo”, lista Camillo.

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O desenvolvimento de novos modelos de relógios biológicos traz benefícios até mesmo para a realização de estudos clínicos, já que os resultados podem ser melhor acompanhados com esse tipo de dado.

A maioria dos modelos de relógios epigenéticos, porém, ainda está em fase de desenvolvimento e de estudos pré-clínicos. Segundo Camillo, a pesquisa sobre os marcadores de histona ainda deve passar por novas fases envolvendo mais testes computacionais e até em animais antes de ser validado em humanos.

“Essa é uma área de pesquisa que está crescendo exponencialmente e esse avanço, no futuro, poderá beneficiar pacientes e sistemas de saúde em todo mundo, ajudando a população a envelhecer melhor e prevenindo casos de doenças cardiovasculares, diabetes, demências, tumores, entre outros”, celebra o pesquisador brasileiro.

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