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O Fim das Dietas

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Antonio Lancha Jr, professor expert em atividade física e nutrição da USP e autor de livros como "O Fim das Dietas", ensina como emagrecer sem cair em promessas furadas
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Alimento saudável não existe

Cada um adota um conceito diferente para o que é "alimento saudável" - todos estão errados. Entenda por que pensar na dieta toda, não só em um ou outro item

Por Antonio Lancha Jr.
3 abr 2021, 12h10
papel dos vegetais na alimentação
Consumo de alimentos de origem vegetal, cheios de substâncias benéficas, é baixo entre a população brasileira. (Foto: Dan Gold/Unsplash/Divulgação)
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Não sei porque engordo se eu só como alimentos saudáveis”. Você já ouviu (ou falou) isso? Pois então me deixe garantir uma coisa para você: não existe um alimento saudável, ou emagrecedor. Nem um que merece ser excluído por completo.

Esse padrão de pensamento e de comportamento binário desvia nossa atenção do que efetivamente nos leva a engordar. Porque a culpa do ganho de peso não está em um único alimento.

Aliás, o que significa um alimento saudável? Para uns, são todos os produtos de origem vegetal. Para outros, aquele que vem direto da natureza. Há ainda quem pense que comida boa é a que não possui carboidratos, ou a livre de gorduras.

Todas essas definições já foram elencadas e testadas em diversas publicações científicas. A conclusão é que excluir um ou outro alimento por achar que ele não se encaixa nessas regras, ou porque ele possui muito ou pouco de um nutriente, só nos distancia de uma alimentação balanceada. Aí que está: não existe alimento saudável, mas há, sim, como adotar uma alimentação saudável. E ela não passa por radicalismos.

Saúde não é nutriente

Muita gente insiste em dizer que alimento com carboidrato não faz bem e engorda. “Carboidrato vira gordura no corpo”. Mas e itens com muita gordura, vão virar o quê?

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Aí um espertinho pode dizer: mas eu só como fontes de proteína, como carne, peixe e frango! Desculpe informar, mas esses itens também possuem gordura. E a própria proteína carrega suas calorias.

Essa história de eleger um alimento como vilão ou mocinho a partir do nutriente que predomina em sua composição é uma furada. E é uma furada que sabota seu prato.

Tomemos como exemplo o arroz e o feijão. Isolados, eles oferecem alguns nutrientes para o corpo. Mas, quando misturados, tornam-se uma boa fonte de proteína. Se você comer só feijão e descartar o “alimento com muito carboidrato”, vai perder a oportunidade de abastecer seu corpo com proteínas, entende?

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Escolher o salmão porque ele possui “gorduras boas” também não significa que sua alimentação será saudável ou emagrecedora. O mesmo vale para itens veganos: experimente comer amendoim e castanha aos montes para ver o que acontece com sua barriga.

O conceito de saúde só se aplica quando a gente dá um passo pra trás e olha para a alimentação como um todo. Você gosta do que come? Está usando o conceito de moderação? Varia bastante as opções?

Um cardádio saudável inclui você, e não exclui alimentos. Se o objetivo é emagrecer, “calibre as quantidades” na sua alimentação e evite definir vilões pelo caminho. Repito: não existe alimento saudável, existe alimentação saudável.

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