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A repórter Larissa Beani desvenda as principais questões (e chateações) sobre a saúde da mulher

Menopausa precoce: novidades sobre diagnóstico e tratamento

Perda da função dos ovários antes dos 40 anos afeta 4 em cada 100 mulheres. Entenda como a condição deve ser investigada e tratada

Por Larissa Beani Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 fev 2025, 17h13 - Publicado em 17 fev 2025, 16h41
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Documento reúne 145 recomendações sobre diagnóstico e tratamento da insuficiência ovariana precoce (IOP), também conhecida como menopausa precoce (Freepik/Divulgação)
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“Quando tinha trinta e poucos anos, meus ciclos menstruais começaram a diminuir, às vezes durando entre 15 e 18 dias. Achei esquisito. Mesmo assim, nunca me ocorreu que isso poderia estar relacionado à menopausa“, confessa a atriz Naomi Watts em sua autobiografia Vou Te Contar: Tudo O Que Eu Queria Que Tivessem Me Falado Sobre a Menopausa (clique aqui para comprar).

Publicada no Brasil pela BestSeller, a obra revela a trajetória da estrela de Hollywood com o diagnóstico e tratamento da insuficiência ovariana precoce (IOP), mais conhecida como “menopausa precoce”.

“A condição demarca a perda da função ovariana antes dos 40 anos e pode ser algo muito estigmatizante para as pacientes, que enfrentam dificuldades para engravidar e sintomas do climatério, como calorões, mudanças de humor e fadiga”, explica Mariana Seabra, ginecologista da Rede Mater Dei de Saúde (MG).

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Estima que 4% das mulheres do mundo convivam com a condição, que compromete não apenas a fertilidade da mulher, como também traz um maior risco à saúde óssea, cardiovascular e cognitiva a longo prazo.

Para agilizar o acesso ao diagnóstico e tratamento da menopausa precoce, entidades médicas internacionais atualizaram as diretrizes sobre a IOP em dezembro de 2024.

O documento reúne 145 recomendações aos profissionais da saúde para melhorar a identificação de sintomas e causas, além de compilar evidências sobre o que funciona ou não como terapia.

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+ Leia também: 29 milhões de mulheres estão na menopausa: precisamos falar mais sobre ela

“A nova diretriz busca orientar um diagnóstico mais rápido de IOP, envolvendo a tomada de decisão compartilhada entre o profissional de saúde e a mulher que sofre com a condição”, disse Amanda Vincent, endocrinologista e pesquisadora do Centro de Excelência em Pesquisa em Saúde da Mulher na Vida Reprodutiva (CRE-WHiRL), em comunicado à imprensa.

Abaixo, trago alguns destaques do documento:

1. Diagnóstico mais precoce, sem o teste anti-mülleriano

Uma das recomendações mais importantes do documento diz respeito ao diagnóstico. “Agora, com apenas um exame acusando nível elevado de FSH [hormônio folículo-estimulante] e com a ausência ou a irregularidade no ciclo menstrual por, no mínimo, quatro meses, a mulher pode ser diagnosticada com insuficiência ovariana”, esclarece Lucia Helena Paiva, ginecologista e presidente da comissão sobre climatério da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Se o resultado não for conclusivo, o médico pode pedir que o exame seja refeito em quatro semanas e, se permanecerem dúvidas, podem ser solicitados exames complementares.

“O importante é que especialistas e pacientes tenham claro que o teste-padrão para diagnosticar a insuficiência ovariana é o de FSH, e não o anti-mülleriano, que caiu no gosto de muitos profissionais”, alerta Lucia Helena.

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Um nível elevado de FSH indica que a mulher tem poucos folículos, que são as estruturas que ficam nos ovários e liberam os óvulos.

+ Leia também: Ciclo menstrual: o que acontece no corpo em cada uma de suas fases

2. Causa genética

Outro destaque é que o conhecimento sobre como a genética influência o desenvolvimento da condição tem avançado muito. O documento ressalta que, hoje, são conhecidos mais de 100 genes associados à insuficiência ovariana.

No entanto, ainda não há testes genéticos amplamente disponíveis para as pacientes.

3. Os sintomas mais comuns

O documento levantou quais são os principais sintomas relatados por mulheres com insuficiência ovariana. O principal deles, reportado por sete a cada 10 delas, são as mudanças de humor, que podem ser acompanhadas por fases de melancolia e névoa mental (um estado de confusão e esquecimento).

“Conheço bem a humilhação causada pela perda de memória”, confessa Naomi Watts em seu livro. A atriz conta que, durante a divulgação de alguns filmes, acabou esquecendo o nome de colegas de trabalho e até mesmo do título das obras nas quais trabalhou por meses.

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“Quando vejo que estou tendo um branco, sou tomada pela ansiedade. Acabo recorrendo a palavras como ‘coisa’ e ‘negócio’ para substituir as que eu esqueço”.

Metade delas apresentam também estes sinais: insônia, problemas sexuais, fadiga, fogachos (o famoso calorão), queda de cabelo, olhos secos, intolerância ao frio e estalido nas articulações.

Além disso, três a cada 10 mulheres convivem com dores de cabeça, vertigem, dor muscular e/ou articular, palpitações e formigamento nos membros.

+ Leia também: Em média, brasileiras entram na menopausa aos 48 anos; só metade se trata

4. Reposição hormonal deve ser individualizada

As novas diretrizes ressaltam a necessidade de fazer terapia de reposição hormonal em pacientes com insuficiência ovariana que não tenham contraindicações para garantir a manutenção da saúde cardiovascular, óssea e cognitiva delas.

“Quando a mulher entra prematuramente no climatério, hormônios como o estrogênio e a progesterona, que têm um efeito protetor para a nossa saúde, são menos produzidos, e isso tem um impacto em todo o corpo”, elucida Lucia Helena.

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Repor essas substâncias ajuda a diminir sintomas da IOP e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, osteoporose e declínio cognitivo. O documento ressalta, contudo, que o tratamento deve ser individualizado, respeitando as necessidades e condições prévias de saúde que cada mulher apresenta.

A terapia de reposição hormonal é contraindicada para alguns casos. São eles: mulheres que já convivem com doenças cardiovasculares e aquelas que já tiveram qualquer tipo de câncer de mama ou cânceres ovarianos e uterinos dependentes de hormônios.

Mulheres com outros tipos de tumores malignos devem discutir o assunto com profissional que as acompanha. Outros casos que devem ser bem avaliados são os de certas comorbidades, como diabetes, hipertensão, obesidade, enxaqueca, endometriose e histórico de trombose.

É importante ressaltar que chás e receitas caseiras não substituem o tratamento hormonal. Não há evidências de que eles, de fato, confiram um efeito protetor a diferentes partes do corpo nem preservem a fertilidade como os tratamentos hormonais fazem. “Em geral, optar por essa via só atrasa o tratamento correto”, afirma Mariana.

+ Leia também: Não é só o calorão: cansaço e sono ruim lideram queixas da menopausa

5. Suporte à mulher com insuficiência ovariana precoce

O documento também dá orientações aos médicos sobre como proceder durante a consulta e acolher as pacientes diante do diagnóstico. O método de suporte foi chamado de Spikes, sigla em inglês que reúne esses direcionamentos:

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  • Ambientação: garanta privacidade; evite interrupções; envolva parceiros e parceiras nas consultas, caso a paciente deseje; estabeleça uma conexão.
  • Percepção: entenda se a paciente tem um bom entendimento sobre a sua condição. Deixe o espaço aberto para perguntas.
  • Convite: pergunte para a paciente quais informações ela quer saber.
  • Conhecimento: evite usar termos muito técnicos, cheque se ela está entendendo as orientações e tenha empatia ao dar más notícias.
  • Empatia: identifique, reconheça, enfatize e valide emoções que possam surgir durante a consulta.
  • Estratégia e sumário: sumarize as informações principais da consulta, deixe que a paciente tire dúvidas e reforce quais são os próximos passos.
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