Dor de cabeça não é tudo igual: conheça diferentes tipos de cefaleia
Embora crises possam ser corriqueiras, frequência e intensidade do incômodo são sinais de alerta para condições mais graves
Quase todas as pessoas vão passar por pelo menos um episódio de dor de cabeça durante a vida. Com fatores como estresse, sedentarismo e uso excessivo de telas como gatilhos para a cefaleia, não é de se admirar que a prevalência desse tipo de dor seja tão alta.
Mas você sabia que não há apenas um tipo de dor de cabeça? Na realidade, pesquisadores estimam que existam mais de 300 categorias. Cerca de 10% destas são detalhadas de acordo com o local onde a dor é sentida, a frequência e a causa do problema.
O que está por trás da dor de cabeça?
O tecido que compõem o cérebro não possui nervos sensíveis à dor, mas alguns nervos e músculos do rosto, da boca, do pescoço e dos ombros, assim como nervos espalhados pelo couro cabelo e veias ligadas ao cérebro podem causar a sensação de dor.
As dores de cabeça são divididas em primárias ou secundárias. Quando não é identificada a causa específica para a dor, ela é classificada como primária. Já quando é consequência de outra condição de saúde, a dor é considerada secundária.
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Dores de cabeça primárias
A mais comum das dores de cabeça primárias é a cefaleia tensional. O nome vem da sensação similar a de que há uma faixa tensionada amarrada em torno da cabeça, gerando pressão na testa e nas têmporas.
A dor de cabeça tensional pode ser episódica – que ocorre cerca de uma vez ao mês – ou frequente – quando você sente mais de 10 cefaleias em um mesmo trimestre. Esse tipo de dor crônica precisa ser investigada. No entanto, náusea, vômito ou aura não costumam aparecer neste quadro.
Alguns fatores que podem despertar dores de cabeça tensionais são estresse, falta de atividades físicas, insônia, tabagismo, beber álcool e manter uma má postura.
Você pode buscar um médico para ajudá-lo a identificar os gatilhos associados à dor de cabeça tensional. Assim, dá para modificar o estilo de vida e evitar este incômodo.
A enxaqueca é outro tipo de dor de cabeça bastante conhecida. Ela é intensa e debilitante, afetando a rotina da pessoa e a impedindo de realizar atividades corriqueiras. A dor pode aparecer acompanhada de vômito e náusea. A condição tem associações hereditárias.
O mais comum é que a enxaqueca comece a ocorrer na puberdade, mas é mais prevalente na faixa etária que vai dos 35 aos 45 anos e em mulheres. A dor pode durar de 2 horas até dois dias. A sensação pode ser unilateral ou ocorrer dos dois lados da cabeça. Além da sensibilidade à luz e ao som, a enxaqueca pode vir associada à aura – episódios de alterações visuais, como enxergar luzes piscando e ter pontos cegos.
A cefaleia em salvas é outro tipo de dor de cabeça primária. Esse tipo de dor recebe este nome porque ocorre em sequência – é comum sentir de um a oito episódios de dor de cabeça por dia durante um período que vai de um a três meses.
A dor costuma aparecer de apenas um lado da cabeça e causa incômodo severo. Os olhos podem ficar avermelhados e lacrimejantes. A cefaleia pode vir acompanhada de sensibilidade à luz e ao som, assim como náusea.
Os ataques de cefaleia em salvas duram menos tempo que uma enxaqueca, e costumam ocorrer durante a noite – é comum que a pessoa seja despertada pela dor de cabeça.
Dores de cabeça secundárias
Se há uma causa subjacente para a dor de cabeça, ela é considerada secundária. Entre as origens deste tipo de dor de cabeça, estão:
- Desidratação;
- Resfriados, sinusite ou rinite;
- Uso de determinadas medicações;
- Infecção;
- Problemas hormonais;
- Consumo de cafeína em excesso ;
- Atividade física intensa;
- Meningite;
- Disfunção temporomandibular;
- Hipertensão: neste caso, a dor de cabeça sinaliza uma emergência médica.
Problemas mais graves, como acidente vascular cerebral (AVC), tumores, lesões cerebrais e convulsões também podem gerar dores de cabeça. As neuropatias causam um tipo de dor que afeta o rosto, além da cabeça.
Outros tipos de dor de cabeça secundária são as dores vasculares e as espinhais. As dores de cabeça vasculares são associadas a hemorragias e problemas no sistema vascular, que geram inflamação na região do cérebro e causam dor intensa.
Já as dores de cabeça espinhais são chamadas de hipotensão intracraniana, porque são desencadeadas pelo vazamento ou baixa pressão do fluido cerebroespinhal. Essa dor pode surgir após um exame de punção lombar ou ser espontânea, e costuma melhorar quando a pessoa está deitada.
Sinais de alerta
Embora a dor de cabeça possa ser um problema corriqueiro, quando a dor se apresenta de forma aguda e repentina, é necessário buscar um médico com urgência. Outras situações que devem ser sinal de alerta para uma emergência são:
- Dor de cabeça combinada com febre, náusea e vômito;
- Dor de cabeça associada à confusão mental, perda de memória, fraqueza, alterações de visão e perda de consciência;
- Dor de cabeça constante em crianças;
- Convulsões e dificuldade de respirar;
- Dores de cabeça em pessoas que vivem com outras condições de saúde, como câncer, HIV;
- Dor após um trauma na cabeça, como uma batida ou queda;
- Sentir um tipo de dor de cabeça que nunca sentiu após os 55 anos;
- Apresentar paralisia e dificuldade de fala;
- Dor com fraqueza em alguma parte do corpo – pode ser sinal de AVC;
- Dor que não passa com remédio.
Tratamentos
O tratamento para dor de cabeça é definido após uma investigação médica sobre a causa da dor. Embora medicações analgésicas possam ser utilizadas para dores pontuais, o uso crônico e excesso de medicamentos para dor de cabeça pode gerar um efeito rebote e induzir ainda mais cefaleia.
Em casa, utilizar bolsas de gelo ou água quente, bem como descansar em um quarto escuro e silencioso são medidas para aplacar a dor.
Para casos mais severos, medicações preventivas podem ser usadas, assim como inalação de oxigênio e outras terapias.