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Reposição hormonal na menopausa: vale a pena fazer?

Recorrer à terapia hormonal desperta dúvidas entre mulheres no climatério. Descubra quais são os prós e contras e saiba mais sobre as opções naturais

Por Juan Ortiz, Henrique Kanitz e Sílvia Lisboa
Atualizado em 14 jan 2019, 16h53 - Publicado em 6 out 2018, 10h30
reposição hormonal feminina
Repor os hormônios ameniza os sintomas da menopausa, mas também tem efeitos adversos (Foto: Bruno Marçal/SAÚDE é Vital)
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Quando chega a menopausa, a reposição hormonal desperta uma dúvida shakespeariana na cabeça feminina. Em tese, recarregar hormônios naturalmente em queda faria sentido para amenizar os sintomas no corpo, como fogachos, ganho de peso e alterações de humor. Na prática, porém, a questão é mais complexa: existem efeitos colaterais que precisam ser colocados na balança.

O medo dos riscos, aliás, é o que tem feito muitas mulheres fugirem da terapia – situação que ganhou holofotes quando um estudo americano constatou, em 2002, uma associação entre a reposição e o câncer de mama e doenças cardiovasculares.

No Brasil, um levantamento da Universidade Estadual de Campinas revela que 19,5% das brasileiras fazem ou já fizeram o tratamento. Em 2003, esse número era 37%.

A verdade é que a reposição hormonal tem seus préstimos quando bem indicada – o que requer uma avaliação médica individualizada e pormenorizada. Há o momento certo para entrar com os hormônios sintéticos, e eles não são uma opção quando já há histórico de câncer de mama na família. No entanto, em um contexto adequado, a reposição pode, sim, melhorar a qualidade de vida.

“Ela conserta aquilo que é provocado pela ausência do hormônio natural. Por isso, minimiza as ondas de calor, lubrifica a vagina e protege os ossos e o coração“, explica a médica Amanda Athayde, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

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Nesse sentido, há até novidade no mercado. A Pfizer acaba de lançar um comprimido que libera estrogênio conjugado com acetato de bazedoxifeno, composto que age nos receptores celulares do próprio hormônio. Isso permite que o tratamento não interfira com o útero e as mamas. Em resumo: mais benefícios e menos efeitos colaterais.

As diferentes formas de reposição hormonal

Injetável: As aplicações vão de mensais a trimestrais. Miram todos os sintomas da menopausa.

Comprimidos: Em geral, são feitos à base de estrogênio sintético e usados diariamente.

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Adesivo e gel: A vantagem é que esses formatos não interagem com estômago e fígado.

Anel vaginal: Trocado uma vez por mês, libera menos hormônios no organismo devido à sua ação local.

Opção fitoterápica

Para passar longe dos hormônios sintéticos, muitas mulheres vêm partindo para a fitoterapia. “Inúmeras plantas medicinais possuem flavonoides que podem atuar no organismo como repositores hormonais”, explica o farmacêutico Gustavo Petrovick, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

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Um dos mais famosos é a isoflavona, um fitoestrógeno que se comporta como hormônio e é encontrado na soja. O ponto é que ainda não há consenso sobre seus reais efeitos positivos. Uma revisão australiana com dados de mais de 4 mil mulheres não atesta a capacidade de apagar os calorões, por exemplo.

Segundo Petrovick, a Anvisa reconhece, com base no uso tradicional e não em pesquisas, algumas plantas para o climatério. Além da soja, constam no documento da agência a erva-de-são-cristóvão, a kava-kava e o trevo-vermelho.

Antes de adotar a fitoterapia, porém, consulte um especialista. Afinal, plantas também têm limitações e efeitos adversos.

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