PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde

Seis semanas de exercício já impactam o DNA e reduzem risco de doenças

Especialista comenta estudo que mostrou efeitos da atividade física em regiões do genoma ligadas à propensão a certas doenças

Por Marcelo Sady, especialista em genética*
6 set 2021, 10h19
benefícios dos exercícios
Experimento dinamarquês comprova efeitos epigenéticos da atividade física.  (Ilustração:  Lucas Kazakevicius/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

Todos nós somos resultados da interação dos nossos genes com o ambiente. Isso já está bem estabelecido, de modo que, em mais de 90% dos casos, ninguém nasce pré-determinado a desenvolver qualquer doença crônica não transmissível.

O nosso estilo de vida — em outras palavras, a alimentação, a carga de atividade física e o nível de estresse a que estamos submetidos — modulam nossa suscetibilidade à maioria das enfermidades crônicas e degenerativas. E, embora seja amplamente divulgado que o exercício físico regular diminua o risco de uma lista de problemas, os mecanismos genéticos pelos quais isso acontece ainda não eram plenamente conhecidos.

Mas, recentemente, cientistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, descobriram que os efeitos benéficos dos exercícios resultam, em parte, de mudanças promovidas em nosso DNA. A atividade física está por trás de alterações chamadas epigenéticas. Para entendê-las, vamos revisitar alguns conceitos.

O DNA é o manual de instruções molecular encontrado em todas as células. Algumas seções do nosso DNA são genes, que trazem instruções para formar proteínas — os blocos de construção do corpo —, enquanto outras seções são chamadas de acentuadores, que regulam quais genes são ligados ou desligados, quando e em que tecido.

Os cientistas descobriram, pela primeira vez, que os exercícios religam os acentuadores em regiões de nosso DNA que são conhecidas por estarem associadas ao risco de desenvolver doenças. Ou seja, o treinamento altera a atividade de acentuadores no tecido muscular, que, por sua vez, regula a expressão de genes que contribuem para a saúde.

Continua após a publicidade

LEIA TAMBÉM: A revolução genética

A explicação genética ajuda a entender ainda mais porque a atividade física regular minimiza o risco de uma série de problemas, tais como doenças cardiovasculares e neurológicas, diabetes tipo 2, câncer e mortalidade precoce.

Os pesquisadores dinamarqueses recrutaram jovens saudáveis ​​e os submeteram a um programa de exercícios de resistência de seis semanas. No período, coletaram uma biópsia do músculo da coxa antes e depois da intervenção e examinaram se mudanças na assinatura epigenética do DNA ocorreram após o treinamento.

Observaram que, depois de completar o programa de exercícios, a estrutura de muitos acentuadores nas células musculares dos jovens foi alterada. O interessante é que essas mesmas regiões do genoma já foram associadas a certas enfermidades.

Continua após a publicidade

Temos, assim, evidências de um efeito epigenético desencadeado pelo treinamento físico com potencial para prevenir doenças. E essa é uma nova e importante contribuição da ciência para entender e incentivar o papel de um estilo de vida ativo e saudável.

* Marcelo Sady é pós-doutor em genética toxicológica e humana e diretor-geral e consultor científico da Multigene

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.