Como enfrentar o calorão?
Segundo meteorologistas, ainda teremos muitos dias com temperaturas acima do normal, que costumam impactar o bem-estar. Mas cuidados simples podem ajudar
Férias, praia, piscina, mais atividades ao ar livre com familiares e amigos. Para muitos, o verão é a melhor estação do ano. Mas este verão promete continuar com dias de temperaturas bastante elevadas, ultrapassando os 40 graus e com sensação térmica superior a 50 em algumas localidades. Como aproveitar a temporada sem abrir mão da saúde e do bem-estar? De forma geral, bastam alguns cuidados bem simples.
Um dos principais problemas associados ao calor excessivo é a desidratação. Portanto, a não ser para pessoas com restrição hídrica (como os portadores de doença renal crônica e insuficiência cardíaca), a regra é beber água. A indicação de volume varia de acordo com as características e atividades do indivíduo, mas costuma girar em torno de 2 litros a 2,5 litros por dia.
O doutor Rafael Ornelas, médico da família e comunidade do Einstein, costuma resumir a orientação da seguinte forma: “Não precisa esperar sentir sede. É fundamental hidratar-se”. Assim, aquele hábito de levar uma garrafinha de água para onde for se torna especialmente precioso nesta época do ano.
Outra recomendação é evitar a exposição ao calor em excesso, principalmente entre as 10 e as 15 horas. Como nem sempre isso é possível, o jeito é proteger-se usando chapéu ou boné, roupas leves que “respiram” – e, se tiver a opção, escolher o lado do caminho com mais sombra.
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Para lidar com o estresse fisiológico relacionado ao calor, o corpo aumenta a sudorese, a frequência cardíaca e respiratória. Sem hidratação e cuidados adequados, isso pode levar a quadros graves até para quem não tem problemas de saúde preexistentes.
Mas, como observa o doutor Ornelas, o risco das altas temperaturas é maior para pessoas que já têm comorbidades, como alguma doença cardíaca ou pulmonar.
Os extremos de idade também exigem atenção especial. Os idosos (principalmente acima de 75 anos), porque já têm o organismo mais fragilizado e podem conviver com uma ou mais doenças crônicas.
As crianças, porque não costumam perceber o calor excessivo, nem reclamar de sede ou interromper a brincadeira para beber água com frequência. E os bebês, porque ainda não sabem falar e, portanto, não conseguem dizer “estou com muito calor, preciso de uma roupa mais leve”.
Se a ingestão de água e de líquidos, como isotônicos e água de coco, joga a favor da saúde e do bem-estar para enfrentar as altas temperaturas, o consumo de outras substâncias têm efeito contrário. Estou falando de café, energéticos e bebidas alcoólicas, que aceleram o ritmo respiratório e cardíaco.
Quanto à alimentação, a dica é optar por produtos frescos, leves e naturais, que não sobrecarregam o sistema digestivo.
Uma sensação térmica elevada também pode ser inimiga de uma boa noite de sono. Felizmente, o ar-condicionado ou o ventilador ajudam bastante nesse sentido.
Também é importante deixar o quarto bem ventilado e a cama livre de colchas, cobertores e roupas pesadas, que impeçam o corpo de dissipar seu calor no ambiente.
Nos dias e noites mais quentes, um banho com água mais fria ou a colocação de toalha umedecida no pescoço ou nas axilas também traz algum alívio.
Para a maioria das pessoas, essas providências ajudam a lidar com a situação. Mas é importante ficar atento a sintomas como tontura, sensação de desmaio, dor de cabeça atípica, sede excessiva e suor exagerado.
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Se eles persistirem mesmo depois de ter bebido bastante água e buscado mitigar o calor do corpo, a recomendação é buscar uma avaliação médica.
Cuidar da saúde e do bem-estar é fundamental em todas as estações do ano. E, no verão, a fórmula “sombra e água fresca” costuma ser uma boa aliada.
Aliás, segundo o doutor Ornelas, a expressão ideal seria invertida, com a água fresca (e bastante) em primeiro lugar, porque é mais importante que a sombra.