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Antonio Lancha Jr, professor expert em atividade física e nutrição da USP e autor de livros como "O Fim das Dietas", ensina como emagrecer sem cair em promessas furadas
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Seu bairro pode te engordar

Não é só comida que interfere no ganho (ou na perda) de peso. O local em que vivemos também tem impacto na composição corporal

Por Antonio Herbert Lancha Jr.
22 jun 2018, 12h50

Ao longo de décadas, diversas dietas milagrosas surgiram, mas não foi constatado qualquer milagre do emagrecimento. Tanto que, nos últimos 33 anos, nenhuma nação do planeta apresentou dados de redução de sobrepeso e obesidade, conforme dados publicados na revista científica The Lancet. Sendo assim, não há dieta que funcione, certo? Então, como podemos perder peso com sucesso?

Publiquei aqui, há alguns meses, um artigo intitulado “A maçã que engorda”. Nele, descrevi a economia energética que adquirimos com a tecnologia. Ora, a vida moderna é barata energeticamente e mais confortável que antigamente. Esse fato é democrático para qualquer atividade profissional, das mais artesanais às mais tecnológicas.

Agora, um fato novo, apresentado no último congresso do American College of Sports Medicine: morar em bairros mais residenciais, comparado a viver em bairros integrados ao comércio e a serviços, contribui para o ganho de peso.

Acredito que você deva estar pensando: “Mas como? Sempre que visito um amigo em um condomínio fechado encontro pessoas correndo, pedalando e andando de skate e patins!” Pois é! Esse ambiente favorece a atividade programada e dirigida para a melhora da capacidade física. Nesse sentido, esses ambientes certamente ajudam muito. Agora, as atividades do dia a dia ficam ligadas ao uso do carro. Assim, essa população se desloca pouco a pé, usa menos transporte público e apresenta menor gasto calórico diário.

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Podemos, com isso, olhar para nossa vida sob dois aspectos que, embora semelhantes, apresentam objetivos distintos: o treinamento físico e a atividade espontânea diária. O treinamento possui fim em si próprio, que é melhorar nossa condição física. Já a atividade diária tem por objetivo nos ajudar a gastar a energia que a tecnologia fornece.

Me lembro que, certa vez, fui à Editora Abril para dar uma entrevista e o cadastro para entrar no prédio ocorria no 16º andar do edíficio, mas o bate-papo aconteceria no 20º andar. Comentei com o Theo Ruprecht, editor da revista SAÚDE, que tive a oportunidade de subir quatro andares de escada. Uso esse fato para sugerir a reflexão: se olharmos para a nossa rotina, veremos que perdemos diversas chances de caminhar, subir escada e por aí vai, com a desculpa de estarmos atrasados. Mas basta trocar o chip e pensar: se já estamos atrasados mesmo, o que podemos tirar de benefício dessa situação?

Vamos voltar ao bairro onde você mora. Se ele é mais residencial, não precisa mudar de casa para emagrecer. É possível aproveitar as oportunidades do dia a dia, como subir e descer degraus, evitando as escadas rolantes e os elevadores. Na hora do almoço, procure restaurantes que fiquem uma quadra adiante. Também vale parar o carro mais distante de onde precisar ir.

Além disso, um hábito que ficou evidente na última manifestação dos caminhoneiros foi o de estocar alimentos em casa. Evidente que foi um fato isolado, porém, essa prática diminui nosso gasto energético, já que estamos confinados em um ambiente farto de comida. Apesar de não parecer, essa atitude diminui a necessidade de sair de casa e se locomover.

Via de regra, somos generosos com a nossa alimentação (“ah, é só um chocolatinho!”). E somos também generosos com o nosso conforto, encontrando maneiras de reduzir o gasto calórico (“estou atrasado e vou esperar o elevador”). O resultado é que engordamos nos pequenos gestos e não em grandes atitudes. Emagrecer é pensar na forma que vivemos – e não procurar um responsável por isso. Aproveite as oportunidades que a vida dá para perder peso de forma sustentável.

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