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Comer é muito mais do que ingerir nutrientes. Na receita de uma alimentação equilibrada, também há ingredientes comportamentais, emocionais, culturais e ambientais, como mostra a nutricionista Lara Natacci
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O que você come tem tudo a ver com o meio ambiente

Nutricionista estreia como colunista de VEJA SAÚDE discutindo o impacto da alimentação no ambiente e os caminhos para uma dieta mais sustentável

Por Lara Natacci
Atualizado em 24 set 2020, 18h16 - Publicado em 24 set 2020, 12h09

Nossa alimentação tem um papel essencial na prevenção de doenças e até mesmo no tratamento delas. Mas o impacto do que comemos vai muito além disso. Pode interferir no equilíbrio do planeta! Você já ouviu falar no termo “dieta sustentável”? Pois faz sentido pensar nele.

Dietas sustentáveis são aquelas com baixo impacto ambiental e que contribuem não só para a qualidade e a segurança nutricional mas também com uma vida saudável para as gerações futuras. Elas obedecem a sete princípios:

1. Preferência de alimentos à base de plantas;
2. Consumo, quando possível, de alimentos orgânicos;
3. Preferência a produtos regionais e sazonais;
4. Preferência a alimentos minimamente processados;
5. Atenção ao valor justo dos alimentos;
6. Economia de recursos e contenção do desperdício de alimentos;
7. Respeito à cultura de cada região.

Pesquisadores afirmam que, para termos alimentos suficientes à nossa população em crescimento e, ao mesmo tempo, preservarmos os recursos naturais do planeta, precisamos de mudanças substanciais no padrão de alimentação. O consumo global de frutas, vegetais, castanhas e legumes terá que dobrar, e a ingestão de carne vermelha e açúcar, por exemplo, terá de ser reduzida em mais de 50%.

As recomendações atuais da Organização Mundial de Saúde (OMS) propõem limitarmos o consumo de carne vermelha a 300 gramas por semana (ou três porções de 100 gramas semanais) e elevarmos o de frutas, verduras e legumes para no mínimo cinco porções ou 400 gramas por dia. Essas medidas reduziriam a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera em 29%, o que contribui para a diminuição do aquecimento global. Note que essas mesmas orientações se aplicam à prevenção de doenças como câncer e problemas cardiovasculares.

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Nesse contexto, outros padrões alimentares têm sido propostos. A dieta flexitariana, cujo termo foi criado em 1990, assume limites mais rigorosos de ingestão de carne vermelha (uma porção por semana), limita a carne branca (meia porção por dia) e laticínios (só uma porção por dia). As previsões sugerem que, se todos adotassem uma dieta flexitariana, em 2050 a emissão de gases de efeito estufa da agricultura cairia mais de 50% pelo mundo.

No início de 2019, uma comissão de cientistas se reuniu para desenvolver metas globais para dietas e produção sustentável de alimentos, e estabeleceu limites seguros de ingestão alimentar num padrão um pouco mais rígido que o flexitariano. Desse trabalho surgiu a “dieta para a saúde do planeta“, que também limita a ingestão de alimentos de origem animal, fontes de gorduras saturadas (melhor priorizar o que fornece gorduras insaturadas), grãos refinados e produtos altamente processados e com adição de açúcar. A iniciativa também enfatiza uma diminuição do desperdício de alimentos e a otimização da produção.

Vale a pena refletirmos sobre essas propostas. O consumo atual de carne vermelha no Brasil é de, em média, 450 gramas por semana por pessoa — 50% a mais que o recomendado pela OMS e quase cinco vezes maior do que o defendido pelas dietas pró-sustentabilidade. A ingestão média de verduras e legumes, por sua vez, é de 156 gramas diários, bem inferior aos 400 gramas prescritos como quantidade mínima pela OMS.

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É claro que a adaptação a um cardápio sustentável pode exigir alterações profundas na rotina. Mas devemos considerar que pequenas mudanças, se mantidas, já vão trazer resultados. Tanto para a sua saúde como para o meio ambiente. Minha sugestão é começar devagar e ir avançando com o que é possível e sem entrar em neura.

Vou dividir aqui alguns conselhos:

  • Faça dos vegetais os protagonistas do prato, não só o acompanhamento. Procure preencher metade do prato com verduras e legumes, de pelo menos três cores diferentes;
  • Dê novos sabores à comida de origem vegetal, adicionando ervas, temperos e molhos diferentes a cada preparo;
  • Pense em receitas diversificadas e não mais do mesmo: vegetais assados, grelhados, em tortas ou omeletes…
  • Invista no pré-preparo: deixe frutas já higienizadas e picadas na geladeira e as verduras prontas para o consumo. Coloque em um local que fique sempre no seu campo de visão.
  • Para as frutas que podem ficar fora da geladeira, deixe-as limpinhas e numa área da cozinha de grande circulação. Assim a família curte uma maçã (ou pera, ou banana…) em vez de uma guloseima.
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