Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Como tratar a celulite sem cair em furadas?

Vira e mexe aparece um novo tratamento contra a chateação. Fomos atrás do que realmente vale a pena pagar — nas farmácias e nas clínicas

Por Thais Szegö
Atualizado em 11 set 2019, 10h01 - Publicado em 11 set 2019, 10h01
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Popular e democrática que só, a celulite dá as caras, segundo estimativas, em nada menos que 95% das mulheres. Não é à toa que a indústria cosmética investe pesado em tratamentos para amenizar o aspecto de casca de laranja que pode estampar regiões como coxas, bumbum e companhia. São princípios ativos para cremes, injeções aplicadas em consultório médico, aparelhos que emitem ondas usados em clínicas de estética, e por aí vai.

    Publicidade

    No último congresso da Academia Americana de Dermatologia, uma das sensações foi uma fórmula testada com sucesso em quadros moderados e severos: as aplicações de uma enzima chamada Clostridium histolyticum collagenase.

    Publicidade

    “Falamos de uma substância ainda em fase de pesquisa e que já tinha sido liberada para uma doença que acomete as mãos. Agora, ela apresentou bons resultados contra a celulite”, contextualiza o cirurgião plástico Paolo Rubez, de São Paulo, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

    Há todo um caminho que novos produtos ou tecnologias têm de percorrer dos laboratórios até o mercado. E, embora a promessa das novidades seja quase sempre tentadora, os especialistas deixam claro que nenhum tratamento faz o trabalho sozinho. Isso porque existem vários fatores por trás da celulite.

    Publicidade

    “Ela é causada por acúmulo de gordura, prejuízo na drenagem linfática e deterioração do colágeno que sustenta o tecido gorduroso”, expõe a dermatologista Kédima Nassif, que atua em Belo Horizonte e é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

    Por isso, eliminar ou minimizar os furinhos costuma depender de ações em todas essas frentes. “Não adianta, por exemplo, utilizarmos um aparelho que ajuda a remover a gordura se não tratarmos a pele em si. Se isso não for feito, haverá flacidez depois”, exemplifica a farmacêutica e cosmetóloga Mika Yamaguchi, diretora científica da Biotec Dermocosméticos, empresa fornecedora de matérias-primas para cosméticos.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Mesmo quem torce o nariz para as novidades da indústria e prefere uma solução mais natural deve ter cautela. Os experts alertam que receitas caseiras quase nunca são eficazes e ainda podem render irritações à pele.

    O ponto é que não adianta investir no creme mais moderno ou na última tecnologia de ponta se você não fizer sua parte mudando alguns hábitos. “Isso envolve evitar o ganho de peso, se exercitar regularmente, tomar bastante água, comer fibras, evitar o cigarro e não exagerar na bebida alcoólica“, resume a dermatologista Paola Pomerantzeff, da capital paulista.

    Publicidade

    E ainda tem a questão hormonal, que às vezes precisa ser investigada com o médico. “Os hormônios influenciam bastante no aparecimento da celulite”, ressalta o dermatologista Abdo Salomão Jr., de Guaxupé, em Minas Gerais, que é membro da SBD e da Academia Americana de Dermatologia.

    Fazendo esses ajustes na rotina, aí, sim, dá para lançar mão dos tratamentos desenhados para melhorar o aspecto da pele. Mas em quais investir? Dá para resolver com produtos na farmácia ou é preciso ir a uma clínica de estética? SAÚDE ouviu os profissionais da área para mostrar o que funciona mesmo. Vamos lá?

    Publicidade

    Na farmácia

    Conheça três ativos que, segundo evidências, ajudam a combater a celulite quando incorporados a cremes

    Continua após a publicidade

    Cafeisilane C: esse ingrediente é uma versão modificada da cafeína — substância empregada há tempos contra os furinhos. “Ela tem penetração maior do que a cafeína convencional, sendo mais eficaz na quebra da gordura e no aumento do metabolismo”, explica a cosmetóloga Mika Yamaguchi.

    Alvo de um experimento na Faculdade de Farmácia da Universidade de São Paulo, o ativo apresentou ótimos resultados.

    Centella asiática: essa planta é utilizada na medicina indiana há mais de 3 mil anos e a ciência moderna deu seu aval para tratar a celulite. “Ela melhora a circulação sanguínea, reduz a inflamação da região e estimula a síntese de colágeno”, conta Kédima Nassif.

    Essa atuação favorece a quebra da gordura, combate a retenção de líquido que leva ao inchaço e melhora a firmeza e o aspecto da pele. Tripla ação para diminuir a aparência de casca de laranja.

    Exsynutriment: o princípio ativo é obtido do silício e concebido para ser usado na forma de cápsulas. “Ele é indicado para estimular a produção de colágeno, melhorando a resistência da pele e preenchendo os espaços que se encontram vazios, o que não só potencializa o efeito contra a celulite como ajuda a evitar a flacidez após a eliminação da gordura”, diz Mika. As cápsulas são indicadas para complementar a ação dos cremes.

    Continua após a publicidade

    Na clínica de estética

    Equipamentos com diferentes tecnologias tratam o problema — eles podem ser utilizados sozinhos ou combinados

    Radiofrequência: trata-se de uma máquina que produz um calor intenso, capaz de penetrar profundamente na pele, levando à ruptura das membranas das células de gordura e estimulando a remodelação do colágeno. Assim, melhora a flacidez e a textura da pele e ainda ajuda a redefinir o contorno corporal.

    Além disso, os especialistas afirmam que ela estimula a fabricação de novas fibras de sustentação — por isso é possível notar resultados até seis meses depois da aplicação.

    Vacuoterapia: também conhecida como endermologia, a técnica se vale de um aparelho que promove o tratamento da celulite com a ajuda de ventosas que sugam a pele, promovendo uma massagem que mobiliza o tecido cutâneo profundamente.

    Com isso, realinha a produção das fibras de sustentação da pele, além de instigar um processo de drenagem linfática — é nos vasos linfáticos que são recolhidas impurezas e toxinas relacionadas a inchaço e inflamação da pele. Quanto menos tempo ficam no corpo, melhor.

    Continua após a publicidade

    Ultrassom: outro aparelho famoso nas clínicas de estética, ele exerce efeitos térmicos e mecânicos que podem diminuir a gordura localizada e a flacidez, de acordo com a dermatologista Paola Pomerantzeff.

    Isso acontece porque a carga de energia da máquina penetra até a hipoderme, a camada onde se concentram as células de gordura, e provoca a sua ruptura sem danificar as outras estruturas, como os vasos e os tecidos próximos. Além disso, a máquina melhora a oxigenação da pele — um trunfo contra a celulite.

    No consultório médico

    Tem procedimento que só pode ser prescrito e aplicado pelo dermatologista ou cirurgião plástico

    Injeção de enzimas: o médico introduz, por meio de injeções na área atingida pelo problema, substâncias que combatem a gordura localizada, estimulam a circulação local e, assim, dispersam a retenção de líquido.

    A quantidade de sessões dessa técnica, que também é conhecida como mesoterapia, e o intervalo entre elas são determinados pelo profissional depois de uma análise individualizada.

    Continua após a publicidade

    Bioestimuladores de colágeno: são moléculas também injetáveis — caso do ácido L-poliláctico e da hidroxiapatita de cálcio — que tornam a pele mais rígida. “Isso é importante porque o tecido de gordura é flácido e necessita que as fibras de sustentação da pele estejam bem firmes para que ele tenha um bom suporte e não fique com o aspecto irregular, característico da celulite”, explica Paola.

    Costumam ser indicadas de duas a três sessões, com um intervalo mínimo de 30 dias entre elas.

    Subcisão: Essa é opção para os casos mais graves de celulite. Depois de uma anestesia local, o médico se vale de uma agulha cortante ou um bisturi para fazer movimentos de vai e vem na pele que causam uma ruptura nas estruturas que a puxam para baixo, formando aqueles buraquinhos.

    Além disso, como acontece um sangramento na região, forma-se um novo tecido de sustentação, que ajudará a preencher o espaço onde estavam as depressões.

    8 mitos e verdades sobre a celulite

    Roupa apertada influencia?

    VERDADE. Sim, essas peças prejudicam a circulação do sangue e a eliminação das toxinas.

    Só mulher tem celulite?

    MITO. Não, mas ela é, de fato, bem mais comum nelas devido ao acúmulo de líquido e gordura.

    Pílula agrava?

    VERDADE. Pode acontecer, porque o anticoncepcional interfere nos hormônios e na retenção de líquido.

    Massagem acaba com ela?

    MITO. Algumas são coadjuvantes por atuarem na drenagem linfática. Mas não há milagre.

    Refri piora o quadro?

    VERDADE. Quem exagera pode encarar a celulite por causa do açúcar e do sódio, este também na versão light.

    Só aparece depois dos 25?

    MITO. Não é bem assim. Ainda mais com os quilos extras, pode dar as caras a partir da puberdade.

    Fumar piora as coisas?

    VERDADE. Pode apostar. O cigarro afeta a circulação e o colágeno da pele, contribuindo para os furinhos.

    Cremes são melhores após o banho?

    VERDADE. Sim, depois de uma ducha quente ou do exercício, o corpo está mais apto a absorver os ativos.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.