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Compostos bioativos vindos de vegetais são pouco consumidos no Brasil

Presentes em frutas, hortaliças, leguminosas e cereais, essas substâncias são associadas à prevenção de doenças crônicas

Por Agência Fapesp*
21 set 2021, 12h17
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  • Uma pesquisa de doutorado conduzida na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) revelou que a ingestão de compostos bioativos pela população brasileira é muito baixa.

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    Presentes em alimentos de origem vegetal, como frutas, hortaliças, leguminosas e cereais, os compostos bioativos dos alimentos não são tão importantes para o organismo humano como os nutrientes essenciais, mas, com o consumo contínuo e em quantidades significativas, conferem vários benefícios à saúde por meio de suas ações antioxidante, anti-inflamatória, vasodilatadora e anticarcinogênica.

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    Estudos epidemiológicos indicam que indivíduos que consomem mais compostos bioativos têm menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, doenças neurodegenerativas, degeneração macular relacionada à idade e alguns tipos de câncer.

    A pesquisa da FCF-USP foi conduzida pela nutricionista Renata Alves Carnauba, que utilizou a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para analisar dados de consumo alimentar de 34 mil indivíduos com 10 anos ou mais de idade, distribuídos nas cinco regiões do país e nas áreas urbanas e rurais.

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    O trabalho foi coordenado pelo professor Franco Lajolo, da FCF-USP, que é membro do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da Fapesp.

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    Os resultados – publicados em dois artigos no British Journal of Nutrition – mostraram que a ingestão média de carotenoides, uma das classes de compostos bioativos, foi de 1,8 mg/1 000kcal por dia.

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    “Em países como Espanha e Estados Unidos, por exemplo, foi estimado um consumo médio diário de carotenoides de 5,9 mg e 7,4 mg, respectivamente”, aponta Carnauba, em entrevista à assessoria de comunicação do FoRC.

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    Já o consumo diário de compostos fenólicos no Brasil foi de 204 mg/1 000kcal, contra 820 mg na França, 863 mg na Finlândia e 1 492 mg no Japão. Para os glicosinolatos, o resultado foi ainda mais baixo, com consumo mediano próximo a zero. Para outras populações, como da Espanha e da Holanda, foi estimada uma ingestão diária de 6,5 mg e 14,2 mg.

    Segundo a pesquisadora, o baixo consumo de compostos bioativos pela população brasileira está relacionado, principalmente, à baixa qualidade de sua alimentação.

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    Menos de 10% da população brasileira atingiu o consumo diário de 400 g de frutas e hortaliças, que é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para reduzir o risco de doenças crônicas”, afirma.

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    Além disso, o consumo de alimentos com alto teor energético e poucos nutrientes têm aumentado, e a ingestão de fibras alimentares e micronutrientes é insuficiente, de acordo com informações das últimas duas POFs (2008-2009 e 2017-2018).

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    Essa baixa qualidade da dieta do brasileiro se reflete, ainda, no risco de desenvolvimento de doenças crônicas. “De forma geral, as medianas de ingestão que encontrei para o brasileiro são, no mínimo, duas vezes menores do que os valores encontrados em estudos epidemiológicos para redução do risco de desenvolvimento de doenças crônicas”, completa Carnauba.

    A renda é um fator determinante para a ingestão dos compostos bioativos. Indivíduos nas faixas mais altas de renda apresentaram consumo significativamente maior de carotenoides e compostos fenólicos do que aqueles nas faixas mais baixas.

    “Isso acontece porque o consumo de frutas e hortaliças, principais fontes alimentares desses compostos, cresce muito com o aumento da renda. Nós observamos isso tanto na população brasileira como de outros países”, diz a pesquisadora.

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    Por outro lado, indivíduos com rendas mais baixas apresentaram maior consumo de alimentos “tradicionais”, como milho e batata-doce, que também possuem esses compostos.

    “Outras razões podem explicar as diferenças de consumo observadas entre as populações, como hábitos e preferências alimentares, que se relacionam com a disponibilidade de alimentos, crença e cultura locais”, acrescenta.

    *Esse texto foi originalmente publicado pela Agência Fapesp.

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