O que é gastroenterite? Conheça sintomas, causas e tratamentos
Inflamação no estômago e no intestino pode causar quadros de dor abdominal, vômito e diarreia; saiba como prevenir este problema
Tudo parece estar bem até que surge o seguinte quadro: dor abdominal, náusea, vômito, diarreia e, em alguns casos, febre. Estes são os principais (e repentinos) sintomas da gastroenterite, uma inflamação no trato gastrointestinal que pode ser provocada por vírus, bactérias e parasitas.
Esses patógenos são transmitidos principalmente pelo consumo de líquidos e alimentos contaminados, causando intoxicação alimentar — problema que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta 600 milhões de pessoas e mata 420 mil todos os anos.
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“Em geral, qualquer pessoa pode ter um quadro de gastroenterite”, afirma Cristiane Boé, coordenadora do Departamento de Gastroenterologia do Hospital Infantil Sabará (SP). “Mas são mais comuns os casos em bebês e crianças, cujo sistema imunológico ainda está se desenvolvendo.”
A falta de acesso ao saneamento básico e a má alimentação são alguns dos fatores que podem contribuir para a ocorrência dos casos. A seguir, entenda como a doença pode se manifestar e ser prevenida.
Diagnóstico
Como mencionado, a gastroenterite pode ter diversas causas — e cada uma delas provoca um quadro clínico diferente.
Na maioria dos casos, o diagnóstico pode ser determinado com base nos sintomas e na evolução do indivíduo. Exames laboratoriais são solicitados se o quadro não progredir conforme esperado pelos médicos.
Na avaliação clínica, são levadas em conta principalmente a consistência e a persistência das evacuações. As diarreias que duram até duas semanas são consideradas agudas e, até um mês, persistentes. Caso haja mais de três episódios em dois meses, o caso é crônico.
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Causas e sintomas da gastroenterite
Gastroenterite viral
Provocado principalmente pelos rotavírus e norovírus, este é o tipo mais comum de gastroenterite.
Conhecida também como “virose“, a gastroenterite viral tem início abrupto.
“Em crianças, o quadro pode começar com febre e evoluir rapidamente para dor abdominal, náuseas, vômito e diarreia“, explica Boé, médica especializada em gastroenterologia pediátrica. Em adultos, a temperatura corporal pode não subir.
Uma característica importante dos quadros virais é que as evacuações são mais líquidas, o que pode levar à desidratação.
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Gastroenterite bacteriana
Entre os principais microrganismos causadores estão as bactérias Escherichia coli e Salmonella spp. Os quadros apresentados pelos indivíduos infectados se iniciam da mesma forma que os virais, porém, o comprometimento do estado de saúde é mais intenso.
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“Febre e prostração podem ser mais prolongadas e também é mais comum a presença de sangue e muco nas fezes”, detalha a médica.
Gastroenterite parasitária
Geralmente causados por protozoários do gênero Giardia e Cryptosporidium, estes casos são marcados pela oscilação entre diarreias e evacuações mais endurecidas.
Infecções parasitárias podem comprometer a absorção de nutrientes e levar o paciente à perda de peso. Não é comum apresentar febre ou fezes com sangue.
Tratamento
O tratamento de gastroenterites agudas visa minimizar os sintomas, evitando que a pessoa adoentada se desidrate por conta da quantidade de água e eletrólitos (como sódio e potássio) perdidos por vômitos e diarreias.
Entre os principais sinais de desidratação estão fraqueza, sonolência e baixa produção de saliva e urina. Sem o consumo adequado de líquidos, o paciente também pode perder volume e força muscular.
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Também em relação à alimentação, é importante não comer em excesso e evitar alimentos gordurosos, industrializados e ultraprocessados. Não há restrição sobre o consumo de leite ou produtos lácteos — dúvida comum entre pais de lactentes e crianças pequenas.
Em casos persistentes ou crônicos, o médico deve avaliar o uso de antibióticos e outros medicamentos cabíveis.
Prevenção
Casos de gastroenterite podem ser evitados tanto por ações coletivas como individuais. No âmbito público, o fornecimento de água potável e saneamento básico são as medidas mais eficazes para reduzir o risco dessa e de muitas outras doenças na população.
Para além disso, é importante estar com a higiene pessoal em dia, cultivando hábitos como manter as mãos sempre limpas e lavá-las antes das refeições. “Evite o consumo de bebidas e alimentos de procedência desconhecida, principalmente quando são crus, e higienize bem os vegetais”, indica Boé.