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Gota: da prevenção ao tratamento

Saiba tudo sobre essa doença inflamatória que afeta as articulações, causando inchaço e muita dor

Por Chloé Pinheiro e Goretti Tenório
Atualizado em 17 set 2019, 19h00 - Publicado em 19 jun 2018, 15h04

Inchaço e dores intensas nas juntas, sobretudo no dedão do pé, são os principais sinais da gota, doença inflamatória causada por uma sobrecarga de ácido úrico no sangue – condição que os médicos chamam de hiperuricemia. Quando o excesso de produção dessa substância não é eliminado pelos rins, ela acaba se acumulando nas articulações. Nesses pontos, o depósito dá origem a cristais de urato, despertando os surtos dolorosos da doença, um tipo de artrite.

O DNA está por trás da encrenca. Algumas pessoas produzem ácido úrico aos montes ou não conseguem eliminá-lo adequadamente pelos rins – daí porque ele aparece em alta concentração no sangue, contribuindo para o surgimento da gota.

De onde vem tal ácido úrico?

Ele surge no organismo a partir da decomposição de uma substância chamada purina. Esta, por sua vez, tem duas fontes. A primeira, interna, deve-se a um processo natural de renovação das células. Quando uma delas morre, seu DNA se desintegra, dando origem a moléculas de purina. Esse mecanismo responde por 80% do ácido úrico no corpo. Os outros 20% vêm dos alimentos ricos na substância, entre eles carnes vermelhas, anchovas, aspargos, cogumelos e pães doces.

Hábitos que levam à obesidade e à síndrome metabólica – quadro marcado por problemas como hipertensão, colesterol alto e diabetes – elevam o risco de ter gota. O abuso de medicamentos como diuréticos e ácido acetilsalicílico são outros fatores desencadeadores do sofrimento.

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Onde a dor pega

A gota, em geral, afeta uma articulação por vez, começando preferencialmente pelo dedão do pé e se expandindo para as juntas do joelho, tornozelo e atingindo até mão, punho e cotovelo.

A frequência e a duração dos episódios variam de pessoa para pessoa. Algumas podem ter uma crise súbita que desaparece para nunca mais voltar. Mas, na maioria das vezes, o problema tem início com surtos de curta duração – uma semana, em média – e que demoram a reaparecer. Se a gota não for tratada, as dores e o inchaço vão ficando cada vez mais corriqueiros, com impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes.

Sinais e sintomas

– Dor nas articulações, sobretudo no dedão do pé
– Inchaço
– Vermelhidão na pele
– Rigidez nas articulações
– Elevação de temperatura

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Fatores de risco

– Homens são mais propensos a ter gota do que mulheres
– O distúrbio aparece, em geral, entre os 40 e os 50 anos de idade
– Excesso de carne, peixes e frutos do mar na dieta aumentam o risco da doença
– Ingestão exagerada de álcool (sobretudo cerveja, que tem alta concentração de purina)
– Alto consumo de refrigerante
– Abuso de medicamentos como diuréticos e ácido acetilsalicílico
– Obesidade
– Colesterol alto
– Predisposição genética

A prevenção

Como cerca de 20% do ácido úrico no corpo vem da alimentação, quem tem predisposição à gota deve pegar leve na ingestão de itens que aumentam a formação da substância, como carnes, peixes e frutos do mar, embutidos, feijão e grão-de-bico.

O álcool também deve ser evitado, porque reduz a eliminação do ácido úrico pelos rins. A cerveja é uma das bebidas que mais exigem moderação nesse caso: além de álcool, ela tem cevada, cereal repleto de purina, a molécula cuja decomposição estimula a produção do ácido.

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A melhor sugestão é optar por um menu equilibrado, farto em vegetais e não tão carregado desses itens perigosos. Refrigerantes e sucos industrializados integram a lista dos malfeitores.

A atividade física também é bem-vinda, porque ajuda na manutenção do peso e na prevenção das desordens que intensificam o risco de aparecimento das dores nas juntas – durante as crises, claro, é preciso suspender a malhação.

O diagnóstico

Em primeiro lugar, é bom esclarecer: nem todo mundo com alto nível de ácido úrico no sangue vai necessariamente ter gota. A carga genética que atua na capacidade de eliminação do excesso pela urina determina o aparecimento (ou não) da doença. Além disso, os problemas nas articulações podem ser consequência de outros distúrbios, como reumatismo e artrose.

Na consulta, o reumatologista vai levantar a história clínica do paciente, informando-se de eventuais casos de gota na família – este, sim, um fator de risco relevante. Um exame de sangue apontará se as taxas de ácidos úrico estão altas. A questão é que, algumas vezes, mesmo durante as crises, os índices estão dentro da faixa normal. Então o médico pode solicitar que seja colhido o líquido da articulação alterada. O material será analisado para detectar a presença de cristais, achado que contribui para fechar o diagnóstico.

O tratamento

Não há cura para a gota, mas a doença pode ser controlada. Repouso e uso de bolsas de gelo no local afetado são providências bem-vindas para atenuar as dores, normalmente bastante intensas. Também como forma de reduzir o martírio, o médico receita anti-inflamatório e analgésico.

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Para direcionar o tratamento com foco na prevenção de novas crises, o reumatologista investigará se a doença é causada pela hiperprodução de ácido úrico, forma mais rara do distúrbio. Nesse caso, ele vai prescrever remédios para baixar a síntese da substância pelo organismo.

Se o acúmulo de ácido úrico se deve a falhas na sua eliminação pela urina, causa mais frequente da gota, a receita indicará um medicamento capaz de estimular esse processo.

Em ambos os casos, os comprimidos devem ser tomados diariamente, e surtos graves e frequentes exigem que o tratamento se estenda pela vida toda – sempre com acompanhamento do especialista para ajustar a dosagem e contornar efeitos colaterais dos medicamentos.

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Aos remédios se juntam as recomendações sobre dieta, com ênfase na moderação de alimentos repletos de purina. Pacientes acima do peso serão orientados ainda a adotar hábitos capazes de eliminar os quilos extras, apostando em cardápios mais leves e aderindo a um programa de exercícios físicos adequado ao seu perfil.

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