Chegada da frente fria pode abalar a saúde. Saiba como se cuidar
Dias mais gelados aumentam a incidência de doenças respiratórias, mas não pela temperatura em si. Entenda
O inverno está sendo ainda mais ameno que o normal neste ano, mas a previsão de uma nova frente fria promete fazer os brasileiros reviverem a experiência de uns raros dias de temperatura mais baixa — com todas as dores de cabeça (às vezes, literais) que podem vir com isso.
É que a saúde pode sofrer com a mudança na previsão do tempo. Seja para quem prefere o calor e não vê a hora dos termômetros subirem de novo ou para aqueles que gostam de um clima mais invernal, a sequência de dias gelados para os nossos padrões exige alguns cuidados para não acabar numa fria.
+Leia também: Amplitude térmica: mudança brusca de temperatura faz mal à saúde
Frio aumenta a circulação de doenças respiratórias
É sempre importante lembrar que o frio, em si, não provoca uma gripe ou um resfriado.
Mas a sabedoria popular que atribui essas doenças à queda de temperatura tem razão para existir: anualmente, as doenças respiratórias disparam no Brasil entre maio e agosto, os meses onde há mais possibilidade de dias frios.
A campanha anual de vacinação contra a gripe é planejada já com esses meses em mente.
Essa sazonalidade se observa em diferentes doenças desse tipo. Com a Covid-19, mesmo com destaque reduzido após o pior momento da pandemia, também é comum um repique de casos nessa época do ano.
Em bebês e crianças, vale atenção especial ao vírus sincicial respiratório (VSR), que tem os casos em elevação ao longo de 2024.
Por que há mais gripe e resfriado no frio?
Há duas razões principais para essa maior chance de contágio:
- Aglomerações em locais fechados: o frio faz com que se evite lugares abertos, aumentando a chance de muitas pessoas compartilharem o mesmo espaço. Mesmo sem sintomas, algumas delas podem estar potencialmente infectadas, transmitindo a doença através de partículas expelidas na fala ou respiração;
- Ressecamento das mucosas nasais: uma temperatura mais baixa também afeta o revestimento interno do nariz, que atua como uma barreira a mais para nos proteger de patógenos que estão no ar. Mais secas, elas se tornam menos eficientes para conter possíveis infecções.
Além disso, as mudanças bruscas de temperatura também bagunçam a imunidade, abrindo caminho para patógenos.
Outros cuidados com a saúde na frente fria
Para reduzir a chance de doenças respiratórias no frio, além de manter a vacinação em dia, valem aquelas recomendações consagradas na pandemia: quando possível, use máscara em ambientes fechados, especialmente em serviços de saúde; lave constantemente as mãos; e evite compartilhar objetos de uso pessoal com familiares doentes ou desconhecidos.
Caso você já esteja com sintomas, como uma congestão, técnicas como a lavagem nasal podem reduzir o acúmulo de muco e propiciar um alívio diante dos riscos de desenvolver uma sinusite, por exemplo. Mas, se você tiver sintomas mais graves e persistentes como febre ou dificuldade respiratória, nada de soluções caseiras: é fundamental buscar orientação médica.
No frio, também é recomendado manter a temperatura corporal em níveis adequados usando roupas quentes, para evitar a hipotermia, e redobrar o cuidado com a hidratação. É comum que se sinta menos sede, mas o corpo ainda precisa de água.
Essas medidas ajudam a evitar uma sobrecarga do organismo para se manter aquecido e funcionando, o que também pode prejudicar a imunidade e ajudar as infecções a ganharem espaço.