Dormir bem para salvar mente e coração: reconheça os sinais do sono ruim
Entenda as fases do sono, como identificar distúrbios e por que a polissonografia pode transformar sua saúde
Passamos cerca de um terço da vida dormindo – e isso não é por acaso. O sono é um processo biológico profundo, que regula funções essenciais do organismo.
Enquanto dormimos, o corpo se reorganiza, o cérebro consolida memórias, o sistema imunológico se fortalece e o coração desacelera para se recuperar. Quando esse ciclo é interrompido por doenças do sono, como ronco, apneia ou insônia, todo o organismo entra em desequilíbrio.
As fases do sono e a função de cada uma
O sono acontece em ciclos, que se repetem várias vezes durante a noite. Cada fase tem um papel específico:
- N1 e N2 – fases leves, nas quais começamos a relaxar. Nelas ocorre o desligamento progressivo dos estímulos externos e a redução da atividade cerebral.
- N3 (sono profundo) – etapa fundamental para a reparação física. É quando o corpo libera hormônios, recupera músculos, fortalece a imunidade e regula o metabolismo.
- REM (sono de movimentos rápidos dos olhos) – período de intensa atividade cerebral, no qual consolidamos memórias, organizamos emoções e processamos o que aprendemos ao longo do dia.
Alterações nessas fases prejudicam a capacidade de reparar o corpo e de preparar o cérebro para o dia seguinte. Dormir não é apenas “descansar”: é um processo ativo que sustenta praticamente todas as funções vitais.
Ronco, apneia e outros distúrbios: quando o sono deixa de ser reparador
O ronco, muitas vezes tratado como algo comum ou apenas incômodo, pode ser sinal de apneia obstrutiva do sono, condição que causa pausas repetidas na respiração ao longo da noite. A cada interrupção, o cérebro precisa “acordar” para restabelecer o fluxo de ar, fragmentando o sono e impedindo que as fases profundas ocorram adequadamente.
Há também outras doenças frequentes que prejudicam o sono, como a insônia crônica, caracterizada pela dificuldade persistente para dormir ou manter o sono e a síndrome das pernas inquietas, sensação de desconforto que obriga a mover as pernas. Outros exemplos são o bruxismo, ato de ranger os dentes durante o sono, e a hipersonia, sonolência excessiva mesmo dormindo horas suficientes.
Além de afetar a afetar a disposição, a médio e longo prazo esses distúrbios podem comprometer processos metabólicos, aumentar o risco de hipertensão e prejudicar o desempenho cognitivo.
Como as doenças do sono impactam o coração e o cérebro
Portanto, dormir mal causa mais problemas do que acordar cansado. Distúrbios como a apneia aumentam significativamente o risco de hipertensão resistente, arritmias, infarto e acidente vascular cerebral (AVC), déficit de memória e concentração, ansiedade e depressão, além de alteração da glicose e maior risco de diabetes.
Ainda, quando a respiração é interrompida repetidas vezes, o corpo libera adrenalina continuamente, como se estivesse em estado de alerta durante toda a noite. Isso gera inflamação, desregula o coração e sobrecarrega o cérebro.
A importância da polissonografia para entender o seu sono
A polissonografia – exame que monitora ondas cerebrais, respiração, batimentos cardíacos, ronco, oxigenação e movimentos – é o padrão-ouro para diagnosticar doenças do sono. Ela revela exatamente quando a respiração falha, se há fragmentação dos ciclos e como o organismo reage a essas alterações.
Com o diagnóstico correto, é possível indicar tratamentos como o uso de aparelho de CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas, na sigla em inglês).
- CPAP para apneia
- ajustes comportamentais e higiene do sono
- terapias cognitivas para insônia
- controle de peso
- dispositivos intraorais
- medicamentos em casos específicos
Muitas pessoas descrevem a sensação após o tratamento como “voltar a viver”. Com o sono regulado, melhoram a energia, a memória, a paciência, o humor e até o desempenho profissional.
Dormir bem não é luxo – é necessidade biológica. Cuidar do sono é investir diretamente na saúde do coração, do cérebro e na qualidade de vida. Identificar os sinais de que algo não vai bem e buscar avaliação médica pode evitar complicações e transformar completamente o dia a dia.
*Alfredo Salim, Clínico Geral, Head Nacional da Brazil Health
(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

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