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Prato de Criança

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Mariana Del Bosco é nutricionista expert em alimentação infantil e mãe da Alice e da Isabel. Por aqui ela traz as lições da ciência e da experiência (de casa e do consultório) para a criançada comer melhor
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8 dicas de nutrição para promover a saúde das crianças agora e no futuro

O pleno desenvolvimento da criançada depende daquilo que vai ao prato

Por Mariana Del Bosco
4 abr 2023, 18h37
como fazer a criança comer bem
Uma dieta rica em frutas, verduras e legumes fornece fibras e vários outros compostos importantes para a saúde da criança. (Foto: Rusty Watson/Unsplash/Divulgação)
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A nutrição é um dos fatores determinantes para garantir o crescimento e o desenvolvimento adequados das crianças, de forma que elas atinjam todo seu potencial genético.

Especialmente nos dois primeiros anos, a nutrição traz impactos que serão sentidos ao longo de toda a vida, já que interfere no risco de doenças crônicas que podem aparecer no futuro.

E, segundo pesquisas mais recentes, as repercussões podem aparecer até na saúde das próximas gerações.

É também na primeira infância que se determina a composição da microbiota intestinal, que são as bactérias que moram no intestino e atuam na digestão e na defesa do organismo.

Por essas e outras, os primeiros anos de vida são considerados, em muitos aspectos, como uma janela de oportunidades para a proteção da saúde e a prevenção de doenças.

+ Leia também: Você lê os rótulos dos produtos que dá para seus filhos?

Nessa fase, ainda formamos a base do comportamento alimentar e toda a orientação para essa faixa etária é pautada em diretrizes nacionais e internacionais que nos dão subsídios para as melhores práticas.

A construção do hábito alimentar é complexa e depende de fatores individuais e do ambiente, incluindo questões socioeconômicas e culturais.

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Entretanto, há evidências de que algumas medidas relativamente simples podem ser bastante eficazes para a promoção da saúde desde as primeiras experiências alimentares.

Aqui vamos elencar oito delas. Acompanhe:

1. Apostar no aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida e manter a amamentação até os 2 anos (ou mais)

O leite materno é único e inigualável. É o alimento ideal por ser totalmente adaptado às necessidades dos bebês nos primeiros anos de vida.

Durante os seis primeiros meses, a amamentação irá garantir que o crescimento e desenvolvimento da criança sejam adequados.

Além disso, vai proporcionar proteção contra infecções e alergias e estimular a maturação dos sistemas imunológico, digestório e neurológico.

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+ Leia também: Onde estamos errando na alimentação infantil?

2. Iniciar a alimentação complementar aos 6 meses

O processo de introdução de sólidos deve ocorrer quando o bebê estiver apto para desenvolver todas as habilidades necessárias ao ato de comer e para tolerar e aproveitar o alimento e seus nutrientes.

Essa prontidão física, neurológica e imunológica ocorre por volta dos 6 meses, marco delimitado pela Organização Mundial da Saúde.

Os principais sinais dessa prontidão são: sentar, sustentar a cabeça e levar objetos à boca.

3. Evitar açúcar nos primeiros dois anos de vida

Criança não precisa de açúcar, já que ele não entrega nenhum nutriente relevante para a saúde.

Fora que os produtos com alto teor de a açúcar estão associados a um padrão alimentar de baixa qualidade nutricional, que pode levar ao ganho de peso excessivo e ao aparecimento de cáries.

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O sabor mais intenso dos doces pode atrapalhar o desenvolvimento do paladar e, aí, alimentos com nuances mais delicadas, como frutas e vegetais, acabam parecendo mais desinteressantes.

Os doces têm uma representação cultural de afeto. Por isso, oferecê-lo a criança pode ser mais uma necessidade do adulto do que uma demanda real dos pequenos.

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4. Priorizar a água em vez de suco

Mais da metade do nosso corpo é feito de água. A criança precisa aprender, desde cedo, que beber água é um hábito importante – isso contribui para o funcionamento do intestino e do metabolismo como um todo.

Ao consumir suco, mesmo que natural, condicionamos a criança ao líquido com sabor (e com açúcar).

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Além disso, as fibras são perdidas no suco, e não há estímulo para a mastigação, que é importante para o desenvolvimento da musculatura da face.

5. Ofertar cinco vegetais e frutas por dia

Se a dieta da criança for rica em frutas e vegetais, conseguimos aportar a quantidade ideal de fibras e uma boa variedade de compostos bioativos importantes para a promoção da saúde.

+ Leia também: 10 dicas para montar uma lancheira prática e saudável

6. Evitar a monotonia

Cuidado para não pautar a oferta de acordo com o “gosto” ou “não gosto” da criançada.

O paladar se forma com o tempo e é preciso familiaridade com os diversos aromas, sabores e texturas.

Por isso, sempre recomendo a oferta sistemática dos alimentos consumidos pela família.

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E se a dieta da família estiver monótona, a chegada de uma criança é uma boa oportunidade para rever e ampliar o repertório alimentar.

7. Priorizar alimentos in natura e minimamente processados

A base da alimentação da criança deve ser composta por cereais, grãos, frutas, vegetais, carnes, ovo e lácteos.

Os alimentos industrializados hiperpalatáveis, ricos em açúcar, sódio e gordura, estão associados ao aumento do risco de várias doenças crônicas e podem interferir negativamente na formação do paladar.

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8. Não forçar, não distrair e não negociar

O hábito alimentar, estabelecido nos primeiros anos, repercute nas práticas alimentares ao longo da vida.

A disponibilidade de alimentos saudáveis, a limitação das telas, a companhia durante as refeições, além do local e do número de refeições diárias interferem nas escolhas alimentares da criança.

A nossa relação com a comida molda-se com o tempo e, desde as primeiras experiências, a família tem um papel central nessa construção.

Afinal, são os adultos que decidem o que adquirir, como preparar, como ofertar e, não menos importante, definem o tom das emoções durante as refeições.

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