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Transplantados podem e devem fazer exercícios

Educadora física e transplantada de pulmão relata sua experiência no esporte e compartilha os benefícios dos exercícios para quem passou pelo procedimento

Por Liège Gautério, profissional de educação física*
18 jul 2021, 11h15
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  • Posso falar em primeira pessoa sobre o papel da atividade física para alguém que passou por um transplante. Sou transplantada unilateral de pulmão, profissional de educação física e atleta.

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    Precisei entrar na lista por um transplante devido a uma fibrose pulmonar, uma doença progressiva e sem cura que faz com que percamos o fôlego aos mínimos esforços, como tomar banho e escovar os dentes. Minha fibrose evoluiu de tal forma que precisei utilizar oxigênio 24 horas por dia e, por vezes, tinha de me deslocar de cadeira de rodas.

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    Após cinco meses na fila de espera, meu pulmão chegou! É ele que me dá fôlego para essa nova vida. Transplantei somente o pulmão esquerdo e, atualmente, o direito já quase não funciona. Mas vivo muito bem…

    Tão bem que virei atleta e pratico atletismo. Já representei nosso país em três Mundiais para Transplantados e sou bicampeã mundial nos 100 metros rasos para transplantados (com um único pulmão em funcionamento). Me preparo para o próximo mundial, que será na Austrália em 2023.

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    foto de Liège Gautério em prova disputada.
    Liège Gautério em prova de atletismo disputada. (Foto: Acervo pessoal/Divulgação)

    Vi no esporte uma maneira de divulgar a doação de órgãos e desmistificar a ideia de que transplantado é alguém com muitas restrições e que não pode se exercitar. Como profissional da educação física, idealizei o projeto Se Mexe Tx, que incentiva transplantados a se exercitarem e cuidarem do seu órgão recebido.

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    Como tomamos várias medicações, dentre elas os imunossupressores para evitar a rejeição do órgão, podemos ter muitos efeitos colaterais, como diabetes, hipertensão, osteoporose etc. E o exercício é também uma forma de prevenir e/ou amenizar esses efeitos.

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    Depois de realizar o tão esperado transplante e ganhar nossa segunda chance de viver, recebemos orientações quanto aos cuidados que devemos ter para a boa manutenção da nossa saúde: como tomar os medicamentos, o que ajustar na alimentação, o que fazer em matéria de higiene… Uma das recomendações que mais ganham ênfase nos últimos anos é a prática de exercício, de preferência orientada.

    A lista de benefícios da atividade física é extensa:

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    • Combate o excesso de peso;
    • Melhora a autoestima e promove a sensação de bem-estar;
    • Diminui o estresse, o cansaço e os sintomas depressivos;
    • Aumenta a disposição;
    • Fortalece o sistema imune;
    • Melhora a força e a resistência muscular;
    • Fortifica ossos e articulações;
    • Melhora a postura;
    • Diminui as dores;
    • Reduz o risco de doenças cardiovasculares.

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    Os transplantados que se exercitam reinternam menos, voltam mais rápido ao trabalho e à vida social, sendo que isso reflete em uma qualidade de vida melhor.

    foto da atleta e idealizadora do projeto Se Mexe Tx com as medalhas de mundiais.
    A atleta e idealizadora do projeto Se Mexe Tx com as medalhas dos mundiais. (Foto: Acervo pessoal/SAÚDE é Vital)

    Espero que o público transplantado seja encorajado por suas equipes médicas a realizar exercícios e que celebrem seu renascimento através do esporte!

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    * Liège Gautério é profissional de educação física, transplantada e idealizadora do projeto @semexetx 

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