Depressão em idosos piorou em tempos de pandemia
Esse grupo já era especialmente acometido pela doença. Com a Covid, a situação se agravou. Mas a depressão tem tratamento, e o primeiro passo é reconhecê-la
Já se passaram quase dois anos desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia de Covid-19, em 11 de março de 2020.
Desde então, enfrentamos diversas batalhas, mas algo se manteve como uma constante: a vulnerabilidade das pessoas mais idosas frente não apenas à doença em si, mas também aos seus impactos socioeconômicos.
Segundo dados da última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, a população entre os 60 e 64 anos já era considerada a mais afetada pela depressão — para ter ideia, ela atinge 13% dos idosos.
Dentre os principais motivos para isso podemos citar o temido abandono familiar bem como os sentimentos de inutilidade e falta de propósito que a aposentadoria pode ocasionar.
Com a pandemia, o cenário apenas piorou. Isolamento social, medo, luto, estigma e insegurança (inclusive alimentar e econômica) fizeram com que muitos idosos tivessem a saúde mental afetada, trazendo à tona mais casos de depressão e ansiedade.
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Por isso, é importante estar atento aos sintomas. Mudanças no comportamento do idoso podem ser um sinal de alerta. Além de bagunçar o sono e o apetite, a depressão é capaz de levar a alterações cognitivas, como dificuldade de raciocínio, perda de memória e falta de concentração.
Desânimo e tristeza, dor no corpo, acessos de raiva, sentimento de culpa e autodesvalorização, apatia e pensamentos negativos também merecem um olhar atento.
Caso identifique desajustes assim, não hesite em procurar ajuda profissional. Além de conversar com um geriatra, a terapia com psicólogos especializados em idosos pode ser bem indicada. A depressão é uma doença séria, mas que pode ser tratada.
Como prevenir e tratar a depressão em idosos?
Manter hábitos saudáveis é fundamental tanto para a saúde física como para a mental. É essencial que o idoso tenha uma alimentação rica em nutrientes, com boas gorduras, proteínas, vegetais.
Ainda tem que ter muita água para estar sempre bem hidratado. Tomar sol e produzir vitamina D é outra dica valiosa – por isso, incentive o idoso a se expor ao sol diariamente, por pelo menos 15 minutos, mas evitando o horário das 10 às 16 horas.
Ser uma pessoa ativa também pode ajudar. Estimule a realização de atividades físicas mesmo dentro de casa. Fora isso, apresente a ele algum hobby, como palavras-cruzadas, jogos ou leitura. Esses estímulos auxiliam a preservar a cognição.
Mas é preciso pensar também na questão emocional: procure estar presente. Ainda que não seja possível fisicamente, utilize videochamadas e telefonemas.
A velhice realmente traz seus desafios. Só que, assim como a pandemia, eles podem ser superados.