Limão, o fruto das mil e uma utilidades
De limonada a risoto, são inúmeras as receitas que levam seu sabor e aroma inconfundíveis. Mas tem gente que prefere espremê-lo para “secar a barriga”
Com algumas gotas, raspas ou rodelas de limão, incrementamos a comida caseira do dia a dia e os chefs fazem obras de arte em restaurantes. O fruto perfuma saladas, massas, carnes, pescados… E, entre salgados e doces, passeia por mousses, tortas, bolas, sorvetes, entre outras delícias.
É famoso pela dupla formada com a cachaça, que dá origem à caipirinha, mas também faz bonito nas xícaras de chá e, claro, nos copos de limonada.
Espremido na água, tem sido engolido nas primeiras horas da manhã por muita gente. Se for do gosto, tudo certo, ninguém discute, mas quando o propósito é “secar a barriga”, vale o aviso de que não existe nenhuma evidência científica sobre tal efeito.
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Riqueza cítrica
Antes de escolher a forma de uso, convido você a (re)conhecer alguns detalhes na estrutura do alimento. Cada gomo guarda inúmeras bolsinhas repletas de líquido e envolvidas por membranas resistentes. Ao redor delas, um entremeado branco, de fibras, ajuda a dar sustentação. Por cima, a casca lustrosa armazena óleos essenciais, os responsáveis pelo aroma único.
Já deu para imaginar que nem só de vitamina C se faz esse legítimo representante dos cítricos. Ele concentra minerais como o potássio e o magnésio, oferece ácido fólico e outras vitaminas do complexo B, num mix bem-vindo ao sistema imunológico.
O fruto entrega ainda compostos badalados pela ciência, caso dos carotenoides e dos flavonoides. Há indícios de que essas substâncias resguardem o cérebro do declínio cognitivo. Para completar a lista, limoneno e limonoides, um dueto bem peculiar, ajudam a proteger as artérias.
Estudiosos explicam que o vegetal concentra esse tanto de ingredientes bacanas para se defender de variações do clima, do sol forte e de pragas.
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Tudo (e todos) se aproveita(m)
Por tamanha riqueza, os entendidos sugerem não desprezar nada do limão, nem mesmo a casca. Daí o conselho de bater o fruto na íntegra para elaborar a limonada suíça. Bote tudo no liquidificador e beba na sequência. Se houver demora, enzimas entram em ação e só restará um desagradável amargor.
Abuse da criatividade para incluir o azedinho no menu cotidiano e tente fazer um rodízio entre as variedades. Aliás, no reino dos limões, nem sempre aquilo que parece é. Algumas diferenças agronômicas, que para nós não são evidentes, podem gerar confusão.
Veja a seguir quem é quem dentro da família:
Limão siciliano: eis o verdadeiro limão, o Citrus limon. Mais comum em regiões de clima frio, é grandalhão, amarelado e tem uma casca grossa, que costuma ser raspada e enriquece tantas preparações.
Limão taiti: o mais consumido no Brasil. É grande e bem verde, não tem muitas sementes. Especialistas dizem que não é limão de verdade; tecnicamente, é uma lima ácida.
Limão galelo: outro famoso que, pela classificação botânica, é uma lima. Bem suculento, tem a casca fina e cresce nos pomares de muitos quintais brasileiros.
Limão cravo: de coloração alaranjada, é conhecido também como limão rosa. Mais comum em sítios, não faz tanto sucesso comercialmente, embora seja cheiroso e cheio de sumo.
A música desta coluna é homenagem ao inesquecível Wilson Simonal (1938-2000), que levou a singela Meu limão, meu limoeiro às paradas de sucesso.